Para não cair, Palmeiras luta contra "angústia" da frustração em casa

Jogadores como Diogo receberam xingamentos da torcida e tentam lidar com a pressão cada vez maior



A temporada do centenário palmeirense já envergonha torcedores por conta do permanente risco de rebaixamento no Brasileiro. Nessa quarta-feira, a única boa notícia do ano passou a receber uma ressalva. O clube voltou a ter o Palestra Itália, mais moderno e bonito após quatro anos e quatro meses de reforma, mas a reabertura ficará marcada pela derrota por 2 a 0 para o Sport.



Um dos poucos jogadores que aceitaram dar entrevista depois do jogo, Henrique, artilheiro do Campeonato Brasileiro e bastante festejado antes da partida, não escondeu a frustração. O atacante chegou ao estádio dizendo que até sonhou em fazer o primeiro gol, mas acabou ouvindo xingamentos ao lado dos colegas ao sair de campo.



“Só o jogador sabe o peso e a responsabilidade que é vestir essa camisa. É uma angústia muito grande, mas temos que saber lidar com isso. Por dentro, eu e o grupo todo estamos muito chateados. Serve de aprendizado para o próximo jogo. Temos que dar a volta por cima”, cobrou-se o centroavante.



Escolhido para ser o capitão da equipe na partida histórica, Marcelo Oliveira não conseguiu esconder sua fisionomia triste. “Todos saem com o pior sentimento possível. Sabíamos que a festa seria bonita, mas não podia influenciar lá dentro. Tínhamos de fazer o nosso lá dentro, e não conseguimos fazer o resultado”, declarou o volante.



Nenhum jogador admite qualquer prejuízo por reinaugurar a arena em meio à briga para não cair. “Precisamos estar preparados para tudo. Foi o dia escolhido para a inauguração e todos tinham que estar bem. Mas não conseguimos apresentar um bom futebol. A torcida cobra porque é um time grande, de história. Para a festa ser completa, tínhamos que vencer.



Infelizmente, não conseguimos”, lamentou Marcelo Oliveira.

Em meio à pressão cada vez maior, a impressão é de que o time precisa juntar os cacos para enfrentar no domingo, no Paraná, o Coritiba, um rival direto na briga contra o rebaixamento.



“Perder sempre é ruim, ninguém gosta. Sabíamos da grandeza da inauguração, mas, infelizmente, não ocorrerou como queríamos. Temos que rever algumas coisas para recuperar os pontos perdidos”, falou Henrique, procurando palavras para o futebol que o time não achou em campo.