'Em casa' no Palmeiras, Oswaldo rejeita passado corintiano e descarta 'Valdivia-dependência'

16/12/2014 14:56

'Em casa' no Palmeiras, Oswaldo rejeita passado corintiano e descarta 'Valdivia-dependência'

'Em casa' no Palmeiras, Oswaldo rejeita passado corintiano e descarta 'Valdivia-dependência'

Oswaldo de Oliveira recebe a camisa do Palmeiras



"Casa cheia, hein?". Essas foram as primeiras palavras de Oswaldo de Oliveira ao entrar na sala de imprensa da Academia do Futebol, nesta terça-feira, e ser apresentado como novo comandante do Palmeiras. É assim também que o técnico de 64 anos, que chega com contrato de um ano, espera encontrar a nova casa alviverde, o Allianz Parque, em 2015. Campeão mundial com o Corinthians em 2000, ele deixa de lado o passado alvinegro, descarta uma eventual dependência de Valdivia e elogia o volante Arouca, do Santos, como possível reforço.



O treinador substitui Dorival Júnior, demitido na semana passada, um dia após o Palmeiras se livrar do rebaixamento para a Série B. Ele é a segunda indicação do novo diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, que assume o posto após o fim de seu contrato com o Cruzeiro, em 31 de dezembro.



Antes de Oswaldo, Mattos havia encaminhado também o nome de Cícero Souza, ex-Grêmio, Sport e Bahia, para trabalhar ao seu lado como gerente de futebol.



Além do ex-santista, foram sondados para o banco de reservas palmeirense Tite, Mano Menezes e Abel Braga.



Oswaldo de Oliveira chega ao Palmeiras para receber um salário de R$ 350 mil mensais e passa a ser o treinador mais caro da era Nobre, recém-eleito para novo mandato na Academia do Futebol. Ele se torna ainda o primeiro técnico na história a comandar os quatro grandes de São Paulo e Rio de Janeiro.



A diretoria alviverde anunciou nesta segunda-feira o seu primeiro reforço para a próxima temporada, o volante Amaral, do Goiás, que assinou um pré-contrato para defender a equipe pelos próximos três anos. O também esmeraldino Thiago Mendes, o zagueiro Vitor Hugo, do América-MG, e o atacante Rafael Sóbis, do Fluminense, são outros que negociam.



Confira os principais trechos da entrevista de Oswaldo:



Sonho




Realizo um sonho hoje trabalhar nesse clube com tanta tradição, tanta herança positiva para ao futebol brasileiro e é realmente uma emoção muito grande, muito inspirada, acima de tudo. Vamos buscar ao longo desse ano conseguir restaurar os grandes momentos do Palmeiras. Quero também agradecer ao meu colega Dorival Júnior, a quem estou sucedendo, pelo trabalho desenvolvido e pela sucessão na Série A. Vou buscar corresponder e dar continuidade àquilo que ele estava desenvolvendo.



Aproveitamento da base



Porque muitas vezes as nuances das nossas carreira vai caracterizando a pessoa. Nos dois últimos anos, ficou muito forte essa coisa do meu trabalho com os garotos da base e as pessoas sempre reforçando isso. Quero dizer que gosto, sim, de trabalhar com jovens porque eles têm muito entusiasmo, vontade, realmente aquela coisa de revelar, dar oportunidade, me excita muito, dá muita vontade de trabalhar. Mas não é só com garotos que gosto de trabalhar. Gosto de jogador bom. Seja ele a idade que tenha e a nacionalidade também. Não importa se brasileiro ou austríaco. O que importante é que seja disciplinado e obediente. Sem isso, não vai progredir. A maior importância não é a faixa etária.



Primeiro treinador a comandar os grandes de Rio e São Paulo



Fico muito orgulhoso. Até pouco tempo, não sabia. Aliás, não foi esse o motivo que me atraiu. Mas motivo de orgulho ter trabalhado tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo em grandes equipes. O trabalho prático mesmo vamos começar em 7 de janeiro. A busca mesmo é formar uma grande equipe, individual e coletivamente. Essa vai ser a nossa busca.



Passado no Corinthians atrapalha?



Não, porque não sou o primeiro, não sou o único e não serei o último. Isso é comum entre os profissionais do futebol. O importante é que pretendo manter a minha qualidade profissional. Um grande trabalho como fiz lá ou até melhor.



Trabalho começa no dia 7



É muito difícil de chegar no início do ano e já ter tudo que se está planejando resolvido. Vamos tentar fazer e buscar condições para isso. Seria ideal dar esse iniciar com o grupo tudo resolvido, mas acho muito difícil de conseguir porque envolve negociação e uma porção de coisas que vocês sabem.



Por que não veio antes



Acho que é até uma questão acidental ter chegado no Palmeiras por último. Algumas oportunidades antes, ao longo da última década, mas a gente não conseguiu fechar. Como quem ri por último, ri melhor. Tomara que aqui seja a fase mais bem sucedida da minha participação com os clubes de São Paulo.



Arouca



Seria, sim (bom reforço).



Valdivia



Não gostaria de estar me referindo a jogadores agora. O presidente me ligou na sexta-feira e a partir de lá nos acertamos, então, ainda não deu tempo de ver tudo. Confesso que, ao longo do Brasileiro, especialmente depois que saí do Santos, não olhava para o Palmeiras como possibilidade de trabalhar, mas vejo muitos valores importantes, o Valdivia é um deles, valor internacional, alguns jovens. Mas essa questão de elenco vamos examinar ainda e analisar as condições que a gente tem de repor.



Grupo com 34 atletas



Gosto sempre de trabalhar com quatro goleiros e 30 jogadores, três para cada posição. De preferência, com alguns jovens se aproximando.



Mudança de comportamento



Quando a gente entra na lagoa, tem um comportamento diferente de quando entrar num mar revolto. Passei cinco anos no Japão, onde as coisas caminhavam maravilhosamente bem. Ali meu trabalho transcorria naturalmente. Cheguei no futebol brasileiro, tudo completamente diferente. Não poderia, não seria saudável me comportar da mesma maneira na lagoa do que no mar revolto. Daí a mudança de comportamento.



Dependência de Valdivia



Não quero fazer o time em volta de um jogador só. A Copa do Mundo dá um exemplo bastante claro disso. Senão Argentina e Portugal seriam campeões. Vamos preparando a equipe para que haja revezamento ocasionais.



Confiança no projeto do Palmeiras



Conversando com o presidente, ele me passou a ideia de reformulação no elenco, uma condição de estabilidade no trabalho que não encontrei nos dois últimos clubes que passei. Acredito no projeto, em fazermos um Palmeiras forte, reeditar mais um ciclo vitorioso do Palmeiras que eu vi tanto, desde a década de 70, quando eu via Ademir da Guia e Dudu. Um pico de virtude nesta temporada e nas temporadas vindouras.



Orientação da diretoria sobre como atuar



Não, nada disso foi passado. Acho que o presidente como outros membros da diretoria do Palmeiras acompanham meu trabalho, sabem qual é minha filosofia, como encaro o futebol, não precisou passar nada disso. Vamos fazer não um time que ataque muito, mas um time equilibrado com uma postura agressiva.



Estilo influenciou em demissão no Santos?



Não vejo dessa forma. Não era o meu estilo de trabalho. Acho que a minha demissão do Santos teve outras influências, talvez até de ordem política. Não foi de ordem técnica. Por isso, não vejo que foi a minha maneira de trabalhar que influenciou na saída do Santos.



Como montará o time



Otto Glória disse uma vez que, sem ovos, não se faz omelete. Então, vou procurar uma equipe com essas características. Vamos procurar o máximo de agressividade para buscar as vitórias.



Palmeiras voltará a brigar contra rebaixamento?



Se for resultado do nosso trabalho, do nosso planejamento, pode ter certeza que não, mas isso é uma coisa muito difícil de aferir. Vamos disputar uma competição mais difícil dos associados da Fifa. Em nenhum outro país, você inicia o campeonato com 10, 12 clubes com chances ou que foram campeões. Quando você inicia e olha, é muito difícil de escalar as principais e favoritas, em que pese o Cruzeiro tenha mudado um pouquinho essa história. Mas nós vamos trabalhar muito para isso, para que haja essa conjunção do trabalho.



Peso do Allianz Parque



Muito pouco dois jogos (feitos até aqui). Aliás, na verdade, o estádio ele era neutro porque nem a equipe do Palmeiras estava acostumado com o estádio e esse amadurecimento vai acontecer com os jogos. É fundamentar jogar em casa, não só por interferência da torcida, mas por você se ambientar, o futebol tem muito isso, o fundo, o gramado. Quanto mais você repete jogos, passa confiança, transfere para a torcida e chega ao time em campo. E isso vai acontecer aqui na medida em que os jogos forem se repetindo.



A inspiração entre os recordistas em São Paulo



Todos eles para mim são especiais. O meu xará (Oswaldo Brandão), por exemplo, é um cara que acompanha muito de perto, Rubens Minelli também, um cara muito competente e que deu uma cara nova ao futebol brasileiro, meu amigo Emerson Leão, Nelsinho Baptista. Espero um dia ter a representatividade que eles têm no futebol paulista.



Chegada de Alexandre Mattos



Não conheço o Alexandre pessoalmente, conheço o trabalho dele. Mesmo de uma forma um tanto anônima. Nos últimos anos, quando me perguntavam sobre o Cruzeiro, sempre fiz referência à gestão. O trabalho do Marcelo e da diretoria são maravilhosos. Se vier a acontecer, vai ser um grande prazer trabalhar com um profissional desse calibre.



Volta dos títulos ao Palmeiras



Palmeiras é sempre para ser campeão. É claro que é mais difícil, retomada de condição, mas o Palmeiras vai ser sempre candidato.





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