EXCLUSIVO: Prefeitura estuda qual será o futuro do Pacaembu

Aproximação com a iniciativa privada pode ser um bom caminho para o complexo

O estádio Paulo Machado de Carvalho, popularmente conhecido como Pacaembu, vive momentos de grande incerteza sobre o seu futuro. O tradicional espaço da capital, utilizado para receber diversas partidas de futebol, está com seu planejamento em estudo. Isso porque Corinthians e Palmeiras deixarão de utilizar o estádio para estrearem em breve suas novas e modernizadas arenas, enquanto São Paulo e Santos já têm o Morumbi e Vila Belmiro, que são suas respectivas casas, para atuarem.



A Secretaria de Esportes e Lazer, órgão responsável pela administração do estádio, informou que o projeto sobre o futuro do Pacaembu já está sendo estudado. Durante uma entrevista exclusiva realizada com sua assessoria, o secretário Celso Jatene revelou alguns pontos importantes.



- O projeto para o futuro do Pacaembu está em avaliação. No entanto, o estádio continuará recebendo normalmente partidas de futebol, antes e após a Copa do Mundo. Ao longo do ano, serão aproximadamente 70 partidas – informou. Vale lembrar que o estádio da Prefeitura também é sede de alguns torneios de futebol amador, como por exemplo a Copa Kaiser, considerada o maior torneio de várzea de São Paulo, reunindo 192 equipes. Em 2012, a final levou ao “Paca” um número recorde de 20 mil pessoas.



Mas o glorioso Pacaembu não respira apenas futebol. Existem também outras modalidades para a população aproveitar nos momentos de lazer. Para se ter uma ideia, são cerca de 48 mil pessoas que usufruem do complexo, sendo que outras 1.200 pagam para ter acesso ao campo e quadras de tênis.



- Atualmente o Complexo Esportivo do Pacaembu oferece gratuitamente para a população aulas de condicionamento físico, futsal, ginástica geral, alongamento, caminhada, musculação, natação, taekwondo e yoga, mais de duas mil pessoas foram atendidas até o mês de março – ressaltou Jatene.



Mas a grande questão é: como arcar com as despesas do estádio sem as rendas dos grandes times da capital ? Os campeonatos amadores, tampouco os 1.200 cadastrados que pagam para aproveitar o complexo por inteiro, seriam suficientes para pagar as contas. Uma das soluções seria fazer um acordo com a iniciativa privada.



- Existe a possibilidade da aproximação com a iniciativa privada, desde que essa atenda as necessidades de modernização e manutenção do complexo e que supra a demanda de utilização gratuita pela população. O custo aproximado para a manutenção anual do estádio varia entre R$ 4 e R$ 5 milhões – contou o secretário.







O Santos Futebol Clube declarou interesse em utilizar o Pacaembu para ser sua “segunda casa”. Além disso, o São Paulo poderá passar por reformas em seu estádio e alugar o Paca, como já fez em algumas partidas este ano por conta de shows musicais no Morumbi.



- Independente do tamanho do time, a locação do Estádio do Pacaembu é aberta a todos interessados. Para isso é necessário o pagamento do valor previsto na tabela de preços públicos – explicou Jatene (a Prefeitura cobra aluguel de R$ 61.800 para jogos noturnos ou 12% da receita bruta em partidas realizadas de dia).



Inaugurado em 27 de abril de 1940, o charmoso Pacaembu foi palco de muitas glórias e alegrias para os torcedores brasileiros, e depois de 74 anos corre o risco de cair no ostracismo e virar um fantasma para os moradores de um dos bairros mais nobres de São Paulo, acostumados com os gritos de gol.



Por Raony Coronado