E se Guardiola chegasse amanhã ao Palmeiras?

Numa contratação bombástica, o Palmeiras anuncia Guardiola para substituir Marcelo Oliveira



O desempenho do time do Palmeiras nestes primeiros jogos do ano já deflagrou uma onda de insatisfação com o trabalho de Marcelo Oliveira e boa parte da torcida já pede sua cabeça. Nada mais palmeirense.



O próprio Marcelo Oliveira admitiu na coletiva após o empate por 0 a 0 contra o Oeste em Rio Preto que o time está com performance abaixo do que todos esperam. Daí a pedir sua cabeça vai uma distância enorme.



Mas façamos aqui um exercício de ficção: mandamos o Marcelo embora e trazemos ninguém menos que Pep Guardiola. Mattos faz um milagre, fura o Manchester City e o técnico mais badalado do mundo desembarca na Academia de Futebol amanhã. Uau!!!



ardiola começaria o trabalho do zero. Tudo o que foi construído nos últimos nove meses seria jogado por terra, às vésperas da Libertadores. Até ele conhecer os jogadores, montar seu esquema de jogo e fazer com que os atletas assimilem e executem, levaria bastante tempo e ele demostraria toda sua simpatia em suas tentativas de falar português. Chegará maio ou junho, e o time, com baixíssima margem de erro, estará eliminado da Libertadores enquanto Pep ainda tenta implantar seu sistema.



O espanhol será chamado de burro. A diretoria, que tomou a decisão de interromper o trabalho de Marcelo Oliveira, técnico campeão que já conhecia o elenco, em pleno fevereiro será amaldiçoada, chamada de megalômana e irresponsável, provavelmente pelos mesmos que hoje pedem a cabeça de Marcelo Oliveira.



A troca de treinador é um recurso que faz a evolução de qualquer elenco voltar muitas casas. O movimento deve ser evitado ao máximo, salvo em situações extremas: quando o comandante perde o vestiário, ou quando se encerra um ciclo, normalmente após uma grande conquista ou uma decepcionante eliminação.



Estamos numa corrida cuja largada foi dada em dezembro do ano passado. Nosso carro está muito mais equilibrado que o dos outros, porque montamos o elenco antes que todos os nossos concorrentes. As voltas iniciais são mornas, estar na liderança neste momento, numa pista que permite ultrapassagens facilmente, não significa nada. Carros desequilibrados vão perder rendimento naturalmente com o tempo, peças que não têm reposição se desgastarão e fatalmente os ultrapassaremos. Trocar de técnico agora significa parar no box e perder uma ou duas voltas irrecuperáveis.



Marcelo foi o escolhido para tocar este desafio. Guardiola, se chegar amanhã, não conseguirá resultado melhor nesta Libertadores, nosso maior objetivo. Agora é hora de confiar nas escolhas feitas; nossa ansiedade não pode atrapalhar a evolução natural do time, que neste momento está abaixo do que gostaríamos, mas que tende a chegar lá, mais cedo ou mais tarde. Há tempo para isso. Paciência é a chave.



E cá entre nós, sabemos que o Guardiola não vem. Nem o Mourinho. Quem pode chegar em caso de demissão do Marcelo é o Levir Culpi, o Celso Roth, o Paulo Autuori, o Carpegiani... que tal?





"E aí galera! Bora ganhar mais uma Libertadores?"