Ignorado pelo presidente no rival, Henrique se vê valorizado no Verdão

Autor de três gols em três jogos pelo Palmeiras, atacante lembra que não chegou a conversar com Odílio em sua passagem pelo Santos. Kardec? Ele minimiza a 'sombra'

Atacante do Palmeiras posa para o L!Net na Academia (Foto: Miguel Schincariol)



Se Alan Kardec saiu do Palmeiras sentindo-se desvalorizado pela diretoria, seu sucessor credita o sucesso imediato ao carinho recebido no clube que defende só há duas semanas.



Henrique, autor de três gols em três partidas pelo Alviverde, já virou fonte de esperança para o duelo de volta contra o Sampaio Corrêa, às 22h desta quarta, no Pacaembu, pela segunda fase da Copa do Brasil.



- Jogador gosta de ser reconhecido. Eram seis clubes atrás de mim, e o pessoal aqui me valorizou muito. Isso fez a diferença, o jogador gosta que transmitam isso para ele.

Claro que também tem a cobrança, e a gente tem de estar preparado para os dois lados - disse o camisa 19, em entrevista ao LANCE!Net.



Cenário bem diferente do que ele encontrou no Santos, por onde teve passagem discreta no ano passado. Em sua primeira experiência em clube grande, o centroavante de 24 anos nem sequer conheceu o presidente Odílio Rodrigues.



- Não tive nenhum contato. Acho que ele nem sabia que eu jogava lá (risos). Foi muito estranho. Mas a gente tenta absorver as coisas boas, e o que não foi bom a gente não leva para a frente - contou.



Depois de marcar sete gols pela Portuguesa no Paulistão - soma dez no ano, mesmo número de Alan Kardec -, Henrique está curtindo os efeitos da boa fase. No domingo, foi interrompido no almoço de Dia das Mães para tirar fotos e dar autógrafos a palmeirenses. Ontem, deu uma série de entrevistas. Ele usa as redes sociais como termômetro.



- Ixi, cara... Dava até dó de mim (risos). Colocava uma foto e dava no máximo umas 140 curtidas. Agora, coloco vídeo, foto, e vai para mil. Seguidores já são 4.400... Antes tinha 780 (risos). Quero retribuir esse carinho em campo, é a melhor maneira. Jogar com vontade e honrar sempre a camisa do Palmeiras.



Sobre a sombra de Alan Kardec, ele prefere desconversar.



- O Alan estava aqui quando assinei. Eu ia brigar pelo meu espaço de qualquer jeito. Aconteceu de ele ir para outro clube, e espero poder suprir a expectativa de todos, da diretoria e dos outros jogadores.



Confira um bate-bola exclusivo com Henrique:



LANCE!Net: Alan Kardec ganhou visibilidade aqui e ficou entre os 30 pré-convocados para a Copa, embora não esteja na lista final. Dá para repetir?



Henrique: O Alan Kardec tem de agradecer muito ao Palmeiras. Se ele está na lista dos 30, pode ter certeza que foi porque estava aqui. Os companheiros de defesa e do meio deram contribuição a ele, e vêm contribuindo comigo também. Tenho meus sonhos e espero dar sequência para um dia estar em uma lista dessa.



Você tem sido assediado nos últimos dias. É inédito na carreira?



Acho que é a primeira vez. Já tive alguns momentos bons, mas não iguais a esse, ainda mais em uma grande equipe como o Palmeiras. Claro que os gols são importantes, mas aqui sempre vai repercutir.



Você comemorou um dos seus gols se apresentando à torcida. O que pensou naquele momento?



Foi na hora. Não me lembro o que eu tinha visto, mas era muita cobrança, muita expectativa. Não sei, foi espontâneo. Na hora decidi e me apresentei para a torcida.



Acha que já deu para se apresentar em campo? Ou ainda pode mais?



Eu espero melhorar cada vez mais. Quando cheguei, estava uns 12, 13 dias sem fazer nada, resolvendo minha situação. Treinei uns cinco dias e já peguei jogo no Maracanã.



Você tem uma meta de gols?



Eu guardei para mim mesmo. Tem mais seis jogos antes da Copa e tenho uma meta de gols para esse período. O jogador tem de colocar objetivos e eu tenho isso comigo. Tomara que eu consiga.



Só vai revelar se atingir?



Se eu não atingir, vou revelar também (risos).



Está dentro do esperado?



Por enquanto está bom (risos).