Jean é titular do Palmeiras na gestão do técnico Cuca (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)
Fluminense e Palmeiras oficializaram a negociação por Jean em 13 de janeiro. A complexidade da transação foi tamanha que, mesmo 134 dias depois, a serem completados nesta quarta-feira, quando os clubes se enfrentam, em São Paulo, pelo Brasileirão, a venda ainda é debatida. O Tricolor foi acionado na Justiça pela Unimed, antiga patrocinadora, que alega não ter recebido o percentual que detinha dos direitos econômicos do atleta - o Verdão foi citado no mesmo processo. Enquanto a ação corre no Tribunal de Justiça do Rio, o jogador, depois de altos e baixos, se firmou com Cuca, em posição diferente, e ainda busca o primeiro gol na nova casa.
Alvo antigo do Palmeiras, Jean chegou em São Paulo com a condição de titular absoluto do meio-campo. Acabou sendo uma das vítimas da irregularidade da equipe de Marcelo Oliveira, inclusive, virando reserva. A troca de comando técnico, porém, mudou tudo. Com a nova comissão, o jogador passou a ter função de destaque no atual esquema tático. Marcador e com boa qualidade no passe, forma parceria com Tchê Tchê pelo lado direito. A ideia de Cuca é ter um time em constante movimentação, variando os dois atletas nas funções de volante, meia e lateral. Nesta noite, começará como lateral, posição que, nas Laranjeiras, não escondia de ninguém, não lhe agradava. No total, tem 17 jogos com a camisa alviverde e um gol - no empate com o River Plate, pela Libertadores, em Montevidéu.
Há, portanto, uma busca por balançar a rede na nova casa, a Arena palmeirense. O que, na época de Flu, fez. No Brasileiro de 2015, derrota tricolor por 2 a 1, abriu o placar em belo chute de fora da área. Aquele foi o último ano de Laranjeiras, uma história cujo auge foi ser campeão carioca e brasileiro, em 2012. O conhecimento dele sobre o Flu, aliás, não causa preocupação, a julgar pela opinião de Jonathan:
Jean no Palmeiras
17 jogos
1 gol
Jean no Fluminense
220 jogos
19 gols
- Não só ele, como outros jogadores conhecem o Fluminense. Cuca também trabalhou aqui. Conhece. Devem estar falando. O Arouca também conhece o Fluminense. Acho que dentro de campo essas coisas não contam muito. Os jogadores esquecem, procuram fazer o jogo. O treinador auxilia. O jogo é diferente.
Contratado em 2012 pelo Flu, Jean tinha os direitos divididos da seguinte forma: 15% pertenciam ao clube, 75% à Unimed Participações, empresa criada pelo patrocinador. Como a firma decidiu encerrar a parceria, o Tricolor negociou aumento de salário ao atleta em 2015. Foi a maneira de fazê-lo permanecer, afinal, o direito de imagem, pago pela cooperativa de médicos, havia sido rescindido. No ano seguinte, o camisa 7 entendeu que era necessário mudar de ares. Queria voltar a São Paulo.
Não foi fácil. Enquanto organizava a pré-temporada, a ser realizada nos Estados Unidos, o Flu negociava com o Palmeiras. O Verdão chegou a desistir da transação. Porém, depois houve acordo. Pagou R$ 5 milhões. A Unimed alega que não recebeu a parte que tinha direito. E foi em busca dos seus direitos. Em 22 de janeiro, o processo foi distribuído à 36ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. Colocou o Flu como réu, o Verdão foi citado. Inicialmente, a empresa pediu, em caráter liminar, a suspenção do negócio. Não foi atendida. Solicitou antecipação de tutela, ou seja, receber o pagamento que julgava ter direito, antes da sentença. Também não obteve sucesso. Atualmente, o processo corre normalmente, sem previsão de resolução.
O Fluminense, por meio da assessoria de imprensa, informou que não irá se manifestar pois o processo corre em segredo de Justiça.
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