Como presente de 22 anos, Allione espera fim de jejum

Nascido em 1994, data da última conquista do Palmeiras no Brasileirão, argentino fala da expulsão na partida contra o Grêmio e projeta título nacional como presente

Talento promissor do futebol argentino, Allione desembarcou em São Paulo em julho de 2014 para assinar um contrato de cinco anos com o Palmeiras. Mal sabia ele que, dois anos depois, poderia entrar para a história do clube alviverde em uma data tão significativa para ele.



Nascido no dia 28 de outubro de 1994 na cidade de Santa Fé, na Argentina, o meia completa na próxima sexta-feira, véspera da partida contra o Santos, 22 anos. Por coincidência, justamente o mesmo tempo em que o Verdão não conquista o Campeonato Brasileiro.



– Sempre fiz essa conta. Em 1994 foi o ano do último título, ano em que eu nasci... É uma coincidência. Espero que isso acabe – disse o meia.



Naquele ano, o Palmeiras enfrentou o Corinthians na decisão do Brasileirão. Depois de uma grande exibição no primeiro confronto, com vitória por 3 a 1 em noite inspirada de Evair, Rivaldo, Edmundo e Velloso, o time então comandado por Vanderlei Luxemburgo empatou em 1 a 1 com o rival no fim de semana e confirmou seu quarto título da competição.



Voltando para 2016, Allione foi do céu ao inferno no Palmeiras nos últimos dias. Querido pelos torcedores, ele ganhou chance na equipe titular do Verdão no duelo contra o Grêmio, na quarta-feira, pelo jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Mas, expulso no segundo tempo, o argentino prejudicou a equipe, que acabou sofrendo o gol de empate e foi eliminada no torneio mata-mata.



Para evitar queimar um talento promissor, Cuca comprou briga e assumiu responsabilidade pela sua escalação contra o Sport, no domingo. Após o triunfo do Verdão e o aumento da vantagem na liderança do Brasileirão, o meia de quase 22 anos era só alegrias e agradecimento.



– Foi muito difícil (depois da expulsão), quase não consegui dormir. O outro dia também foi difícil demais no treinamento. Consegui dar um pouco a volta por cima para fazer um grande jogo. Nós precisávamos disso. Conseguimos três pontos importantíssimos. Agradeço meus companheiros e o treinador pela confiança. Eu sei que para ele (Cuca) era muito difícil de me escalar, mas ele falou que acreditava em mim e que me daria mais uma chance. Fico feliz por ter dado conta – contou o jogador.



O estilo tímido e de poucas palavras, muito evidente nos primeiros meses de Palmeiras, é reflexo de um atleta de personalidade calma e mais reservada. No clube desde 2014, ele é o "sobrevivente" do pacotão argentino contratado praticamente de uma só vez (além dele, Ricardo Gareca, Cristaldo, Tobio e Mouche também chegaram ao clube).



Mesmo com pouco tempo de casa, Allione sente a ansiedade da torcida pela conquista do Brasileirão. Mesmo com a vantagem de seis pontos na primeira colocação, no entanto, o meia tenta se distanciar de qualquer clima de euforia na reta final da temporada.



– Percebemos a ansiedade. Sabemos que está perto, mas ao mesmo tempo sabemos que falta muito. Cada rodada vai ser um jogo diferente e difícil, tem time que luta contra o rebaixamento e tem time que luta por Copa (Libertadores). Vai ser um caminho longo, mas são menos jogos do que antes. Estamos nos mantendo, abrimos uma vantagem boa. Temos de continuar nesse caminho para conquistar esse título – contou.