Zé Roberto alcança 100 jogos e quer mais conquistas antes de encerrar carreira

A vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, no último domingo (05), no Allianz Parque, teve um gosto especial para o experiente Zé Roberto. Não só pela estreia alviverde com triunfo pelo Campeonato Paulista, mas também pelo lateral-esquerdo ter atingido a incrível marca de 100 jogos com a camisa do Palmeiras. Esbanjando saúde aos 42 anos de idade, o palestrino, no entanto, almeja conquistas ainda maiores com o Verdão em 2017.

“É um marco importante, acredito que poucos jogadores alcançarão essa marca com a idade que eu tenho. Quando cheguei ao Palmeiras, cheguei com sonhos, objetivos e eu os tenho alcançado. Acredito que, até eu parar, novos objetivos e sonhos irão se concretizar. Ontem atingi uma marca expressiva que ficará marcada para sempre, além dos dois títulos que conquistei pelo clube”, falou. “Estou muito motivado neste ano, a nossa pré-temporada foi muito forte. Eu acho que estamos muito motivados para ter novas conquistas neste ano”, emendou o jogador, que se sente muito bem para atuar mais um ano em alto nível antes de pendurar as chuteiras.

“A minha carreira acabou me surpreendendo, até porque há uns oito anos eu tinha feito planos para parar. Em 2006 e 2007, quando voltei ao Brasil, eu tinha meio que me programado para jogar dois anos no Brasil e parar com 35 anos, mas eu percebi que os meus planos foram frustrados. Eu não consegui fazer planos, a minha vida foi direcionada por Deus. Hoje eu estou jogando porque estou feliz, faço o que eu mais gosto, me preparei para isso e me dá condição de eu decidir quando pararei”, comentou.



Zé Roberto, contudo, acredita que não terá a necessidade de encerrar a carreira por conta de sua questão física, mas sim por motivos pessoais. “Eu terei de tomar esta decisão, não deixarei o meu corpo falar por mim. Como o conheço bem, ele vai embora (risos). Eu estou decidido a jogar somente este ano, alcançar os meus objetivos, até porque só falta a cereja do bolo em minha carreira. O bolo já está pronto”, explicou, referindo-se a um possível título da Copa Libertadores. “A idade não me traz nenhum peso, isso é o diferencial. Eu não me vejo com a idade que eu tenho hoje. Pela vida que eu levo, eu acho que pareço ter menos idade. As pessoas costumam dizer que eu sou o gato ao contrário (risos)”, brincou o atleta.



O futuro longe do futebol ainda não está definido, mas o palmeirense sabe com exatidão o que fará nos meses seguintes de sua aposentadoria. “O que eu vivo hoje, eu vivi a minha vida toda, comecei a jogar com sete anos de idade. Desde os sete, a minha mãe me levava para treinar no fim de semana e, a partir dos nove e 10, eu ia sozinho. Quando eu parar, a primeira coisa que eu quero é descansar, ficar em minha casa, participar do cotidiano da minha família, treinar com a minha esposa, levar e buscar os meus filhos na escola, algo que nunca consegui fazer. Quando eu parar, isso com certeza já é algo que tenho preparado para seguir a minha vida. Depois que eu começar a ter esta rotina, terei tempo para pensar no que fazer, até porque tem muitas possibilidades”, contou o lateral, que lembra com orgulho de sua trajetória na profissão.



“Tenho muito orgulho da carreira que construí. Sou um cara muito dedicado, tive de abrir mão de muitas coisas para que eu pudesse alcançar o que eu alcancei. O que estou vivendo hoje é fruto de tudo o que eu construí durante os anos. A partir do momento que eu entendi que o meu corpo é o meu instrumento de trabalho, passei a cuidar dele. Isso foi muito positivo, eu estou colhendo o que plantei. O que me ajudou muito nessa longevidade foi nunca ter tido uma lesão grave também”, finalizou.