A disputa para ser o melhor da América começou

A dificuldade em impor o estilo habitual de jogo foi característica comum aos times brasileiros, que atuaram fora de casa, no inicio da fase de grupos da Libertadores de 2017. Assim, em análise superficial, podemos considerar que estas primeiras atuações foram positivas pois Chapecoense venceu sua primeira partida em competições internacionais, enquanto Atlético Mineiro e Palmeiras empataram.





Quanto aos times que jogaram em casa, Flamengo estreou de forma tranquila, goleando o San Lorenzo por 4 a 0 e o Atlético Paranaense empatou por 2 a 2 com o Universidad Católica. Este empate do Furacão foi a primeira amostra de que jogos da Libertadores são imprevisíveis e exigem total atenção. O time paranaense, em jogo equilibrado, não conseguiu manter o placar quando vencia por 2 a 0 e nos minutos finais permitiu que os chilenos marcassem dois gols que lhe tirou a chance de se posicionar bem no grupo, como fez o Flamengo.





Nossas equipes ainda estão em fase de aprimoramento tático e por isto precisam de atenção redobrada nestes confrontos. Qualquer descuido pode tornar difícil um jogo que aparenta ser controlável. Foi este o roteiro da atuação do Palmeiras contra o Atlético Tucumán, da Argentina.





O zagueiro Vitor Hugo levado pelo calor da partida foi expulso na metade do primeiro tempo e forçou a alteração do esquema tático da equipe. Eduardo Baptista foi rápido em recompor o sistema defensivo do time. Mas, a saída de Michel Bastos tirou do time palmeirense a qualidade de manter a posse de bola e os contra-ataques passaram a ser sua válvula de escape.





Com as responsabilidades de criação centralizadas em Dudu e as finalizações em Borja, o Palmeiras conseguiu certa estabilidade em campo. A vitória poderia ter vindo se Borja estivesse mais inspirado. O saldo final não foi tão ruim, considerando-se que o esquema inicial proposto foi desmantelado.





O Atlético Mineiro, também, não entrou com a atenção necessária. Apesar de ter sido premiado por estar em um grupo com equipes de menor qualidade técnica, foi surpreendido com o gol do Godoy Cruz, aos 4 minutos iniciais da partida, com uma falha de sua defesa. Este gol desestabilizou o esquema montado por Roger Machado que pedia insistentemente para a equipe tocar a bola e reduzir os espaços entre os setores.





Mas, o Galo não foi efetivo nesta estratégia, apesar da melhora apresentada no segundo tempo. Não conseguiu criar jogadas perigosas e somente empatou com gol convertido por Fred em cobrança de pênalti.





A estreante Chapecoense foi mais atenta e fez bonito contra o Zulia. Com atuação quase perfeita no primeiro tempo do jogo, não deu chances aos venezuelanos. Mesmo reduzindo o ritmo na etapa final, a vontade de vencer impulsionou o esquema de Vagner Mancini, que não tinha grandes inovações, mas que foi efetivo.





Apesar do pouco tempo que a formação possui, apenas dois meses, apresentou-se compacta, sem ceder espaços para o adversário, na primeira etapa da partida. Devido a total reformulação do elenco, o conceito que reúne compactação, velocidade e posse de bola está sendo mantido e representa o embrião do estilo idealizado para o clube catarinense.





Para completar a rodada o Santos joga contra o Sporting Cristal do Peru, o Grêmio contra o Zamora da Venezuela e o Botafogo com o Estudiantes, da Argentina. Teoricamente o Grêmio, mesmo jogando fora de casa, é favorito. Para o Santos, uma atuação segura, poderá ser fundamental para a continuidade do trabalho de seu técnico Dorival Júnior. E o Botafogo, não deverá ter vida fácil contra o tradional time argentino, mesmo jogando em casa.