Vitória tranquila no clássico pode aliviar pressão no Palmeiras

por Marco Condez

O bom desempenho do Palmeiras no clássico paulista contra o São Paulo, pelo campeonato estadual, além de encaminhar a classificação do Verdão para a segunda fase desta competição, serviu, também, para amenizar a pressão sobre o trabalho de Eduardo Baptista, pois a estratégia por ele utilizada foi capital para a vitória.





Em jogos desta importância, é comum que as forças das duas equipes tendem a se equilibrar, mas existem outros fatores que acabam por influenciar no desempenho, como por exemplo, o momento que a equipe está vivenciando na temporada. Por este ângulo, o São Paulo tinha a seu favor a qualidade de seu ataque que está sendo um dos mais produtivos da competição.





Eduardo Baptista optou por exercer a marcação alta, ou seja, adiantou o time e procurou marcar o Tricolor paulista desde a defesa, o que facilitou a criação e a mobilidade da equipe palmeirense. Este foi o pulo do gato do técnico palmeirense, porque o São Paulo também tem mostrado desequilíbrio defensivo importante, a tal ponto de ser qualificado como uma das piores defesas do campeonato, pois ainda não adquiriu maturidade neste setor.





Desde o início do jogo o Palmeiras esteve mais organizado em campo, porém na primeira etapa as defesas de ambos os time prevaleceram sobre os ataques, deixando o jogo muito estudado no meio campo e sem criatividade. É nestes momentos, que a diferença fica por conta da qualidade individual dos jogadores. Dudu percebeu o goleiro Denis adiantado e oportunamente, teve perspicácia e qualidade técnica para encobri-lo e marcar um golaço.





Na etapa final da partida, o Verdão entrou mais leve e confiante, pois já tinha a vantagem no placar, passando a dominar o jogo.





O São Paulo sentiu a ausência do meio campista Cueva, um dos jogadores responsáveis por dar a fluidez e velocidade que tem sido característica destes primeiros jogos do Tricolor, sob o comando de Rogério Ceni. Como a bola não chegava com qualidade no ataque, Lucas Pratto e Luiz Araújo eram obrigados a voltar para o meio campo, para criar jogadas, o que retardava o ataque e facilitava a marcação palmeirense. Desta forma estes jogadores tiveram desempenho abaixo do esperado, influenciando o rendimento da equipe como um todo.





Apesar da movimentação do Palmeiras ter sido boa e a equipe ter feito uma das melhores apresentações sob o comando de Eduardo Baptista, considero que poderia ter melhorado a criatividade do meio campo, com a presença de Raphael Veiga. Com a qualidade técnica de Raphael, acredito que o meio campo ficaria mais leve e a partida poderia ter sido resolvida mais cedo sem precisar do impulso da vantagem no placar.





Como o Palmeiras apresentava superioridade em campo, se o meio campo fosse mais técnico teria condições de usar o coletivo da equipe para se sobressair e decidir o placar, sem precisar depender da individualidade e oportunismo de seus jogadores.





Outro ponto que contou a favor do Palmeiras foi a postura da equipe que se mostrou mais conectada ao jogo e disposta a lutar para ganhar as divididas. Traçando uma linha comparativa com o desempenho no clássico contra o Corinthians, a postura dos jogadores palmeirenses foi totalmente oposta, pois contra o São Paulo soube aproveitar as fragilidades do adversário mostrando motivação para a vitória.





Relembrando, contra o Corinthians, relativa superioridade também foi mostrada pela equipe palmeirense, mas, que não conseguiu traduzir as oportunidades criadas em gol, perdendo o jogo por 1 a 0. E, de acordo com a velha premissa do futebol, “de quem não faz, toma”, é que insisto em que um meio campo mais técnico poderá qualificar o rendimento do Verdão.