Vaga ameaçada? Borja vê euforia se transformar em desconfiança no Palmeiras

Atacante ainda sente adaptação ao futebol brasileiro e não brilha nos momentos decisivos. Artilheiro da equipe, Willian pode ganhar posição no ataque do Verdão contra o Peñarol

Borja foi substituído no segundo tempo da partida contra a Ponte Preta (Foto: Marcos Ribolli)



Principal reforço do Palmeiras na temporada, Miguel Borja ainda não embalou com a camisa alviverde. Pouco efetivo no sistema ofensivo alviverde nos momentos de maior decisão da equipe em 2017, o atacante colombiano começa a ver toda a euforia pela sua contratação se transformar em desconfiança e algumas críticas.



A atuação apagada diante da Ponte Preta, no último sábado, fez o atleta ser substituído no segundo tempo e ouvir vaias de parte da torcida. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Eduardo Baptista falou sobre o camisa 12 e não o garantiu em campo na próxima quarta-feira, na partida do Verdão contra o Peñarol, pela Libertadores.



- O Borja é como qualquer outro jogador. Se estiver bem, é titular. Não dá para falar se será ou não (titular). Hoje não pude contar com o Willian para iniciar. Só foi treinar sábado de manhã. Eu o perdi para essa partida. É uma concorrência grande. Vamos avaliar quem está em melhor momento - avaliou o comandante palmeirense.



Na saída do gramado, o atacante chutou um copo de água no caminho até o banco de reservas e reclamou da alteração. Contra o Peñarol, ele havia sido sacado após desperdiçar duas boas chances e uma cobrança de pênalti. Para Fernando Prass, a manifestação do atleta é normal.



- Eu também estava muito chateado. No momento em que tu luta como ele lutou e é substituído tem uma sensação de que tu foi incapaz, de frustração. E tu bota para fora. Imagine se ele, nós precisando de três gols e ele não fez nenhum, saísse dando risada. Tem de ficar puto mesmo. Mostra a indignação que ele tem. Com o grupo nunca faltou respeito e nunca vai faltar - disse o goleiro.



- Não é falta de gols (o motivo da substituição). Tenho jogadores que estão em alto nível, um Willian no banco que tem seis gols na competição e característica diferente. O grupo é forte. Se você achar que não pode ser substituído, é complicado. Veio a peso de ouro, tem a responsabilidade de fazer gols e está com dificuldade. Acho que esse nervosismo veio de dentro dele mesmo, talvez uma autocrítica - explicou Eduardo Baptista, que afirmou não ter visto a manifestação do atacante.



Desde que chegou ao Palmeiras, no começo de fevereiro, o colombiano já marcou quatro gols em 11 partidas, mas só atuou 90 minutos em duas oportunidades. A ideia da comissão técnica é que o atleta participe mais do jogo, principalmente fora da área, o que abre espaço de infiltração para as outras peças do sistema ofensivo. Mas, nos duelos contra Ponte Preta, o que mais chamou a atenção foi a facilidade com que o atleta foi superado pela marcação adversária.



Para quarta-feira, Willian pode retornar ao time titular. Com Borja, ele vinha sendo deslocado para atuar ao lado, mas agora tem chance de voltar a ser escalado como referência do sistema ofensivo palmeirense.