Opinião: o Palmeiras e a bulimia de vitórias

5/5/2017 08:03

Opinião: o Palmeiras e a bulimia de vitórias

Quanto mais se ganha, mais se está obrigado a ganhar. Vive-se num estado de constante ansiedade e insatisfação. Ao demitir Eduardo Baptista, o Palmeiras demonstra que atingiu esse estágio

Opinião: o Palmeiras e a bulimia de vitórias

A demissão precoce de Eduardo Baptista prova que o Palmeiras é a mais nova vítima – talvez o termo não seja o mais adequado – de um fenômeno identificado pelo escritor e ex-atleta olímpico Marti Perarnau em seu livro mais recente: a bulimia de vitórias.

Bulimia, define o Houaiss, é um "distúrbio do apetite caracterizado por ingestão excessiva de alimentos, seguida de comportamentos compensatórios como indução ao vômito, uso de laxantes, jejuns etc".



No mundo do futebol, escreve Perarnau em "Pep Guardiola - La Metamorfosis", tal doença significa não aproveitar os grandes triunfos porque imediatamente é obrigatório alcançar novas conquistas.



Ou seja: quanto mais se ganha, mais se está obrigado a ganhar, não importa como. Vive-se num estado de constante ansiedade e insatisfação. Ao demitir Baptista, o Palmeiras demonstra que atingiu esse estágio.



Fazia 22 anos que o Palmeiras não ganhava o Campeonato Brasileiro, e não desfrutou um minuto sequer da conquista no ano passado. Ao fim da volta olímpica, o Palmeiras já estava obrigado a ganhar a Libertadores do ano seguinte – e em maio, ainda que a final do torneio seja definida só em novembro.



(Parece descabido, mas é preciso lembrar: esta é a 17ª vez que o Palmeiras disputa a Libertadores. Das 16 edições de que participou, ganhou uma. Perdeu 15. E o Palmeiras não foi eliminado em 2017 – perdeu só um jogo em cinco, lidera seu grupo e vai avançar ao mata-mata.)



Quem contratou Eduardo Baptista sabia como ele pensava futebol, sabia de suas diferenças para Cuca, sabia que o time poderia demorar a engrenar. Baptista durou poucos meses de trabalho, 23 jogos. Nunca perdeu em casa. Foi abatido durante a decolagem.



Na primeira semana de janeiro de 2015, Luis Enrique tinha 30 jogos em sua primeira temporada no Barcelona: "não era um técnico à altura das estrelas do elenco" – você já ouviu essa crítica direcionada a mais gente. Seis meses depois, o Barcelona de Luis Enrique ganhou a Copa do Rei, o Campeonato Espanhol e a Liga dos Campeões.



FALA EDUARDO: "Perdi um jogo na altitude e paguei o pato"

Não se pretende comparar aqui os técnicos nem os elencos, mas a disposição de bancar convicções. O Palmeiras pode perfeitamente ganhar tudo com o sucessor de Eduardo Baptista no banco – o que nos obrigará a perguntar porque o contrataram algum dia.



Por fim, isto não é uma defesa da categoria, que se aproveita bem da eterna dança das cadeiras. É só um lamento de quem gostaria de ver mais times com identidades próprias e ideias consolidadas, algo que só se consegue com tempo, com o tempo que Eduardo Baptista não teve.



* O Palmeiras publicou nota em seu site para anunciar a saída de Eduardo Baptista: só por não usar o termo "comum acordo" para definir uma demissão unilateral, o clube merece um aplauso.



* O livro "Pep Guardiola - La Metamorfosis", já foi traduzido ao português e sai em breve pela editora Grande Área, a mesma de "Guardiola Confidencial".



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6063 visitas - Fonte: Globoesporte

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elenco forte, jogadores sem alma !

é a mesma coisa de contrata um jogador de um time pequeno só porque se destacou E. B. Só passou por times que brigava pra se manter na 1 divisão e controla o ego dos jogadores do palmeiras hj não é pra qualquer um e o Eduardo não foi capaz. fraco pra time grande

o palmeiras esta sendo muito omisso... deixando o time adiverssario mesmo fraco jogar bola... o time q o palmeiras tem não pode ser assim... tem q ter atitude... jogar pra ganhar... ele tem boas ideias mas pra time pequeno... Não pro palmeiras... Valeu E.B... Mas agora espero eu q venha CUCA

fazer a comparação com o Barcelona de Luis Henrique é piada.
Luiz Henrique assumiu, dá mesma forma que Eduardo, um time repleto de estrela, campeão e com um padrão de jogo bem definido.
ele manteve o padrão, e incrementou.
querer reinventar a roda, e não perceber que estava desmontando uma equipe, é incompetência de Eduardo.

nada disso. nada a ver com resultado. e sim a ver com padrão de jogo. ou melhor, ausência deste.

A diretoria apostou em Eduardo Baptista, que venha outro técnico e faça esse time jogar. E que venha logo, pois temos jogos importantes pela frente. Agora só me resta falar : Vai Palmeiras.

Colocar toda a culpa no treinador é errado...
Mas contratar um treinador que não esta a altura do elenco e da ambição do Palmeiras foi mais errado ainda...
Perdeu-se 4 meses de trabalho e quem chegar agora vai enfrentar problemas...
Minha opinião...
Junto com o treinador mandem embora também quem contratou pois fez uma péssima escolha e atrapalhou todo o planejamento a longo prazo...

a culpo não e so dele sim dos jogadores também porque faz corpo mole ganha um rio de dinheiro pra anda em campo com o salario q eles ganha eu jogo todo dia

ele sabia desse risco ao aceitar o cargo de dirigir um campeão, repito: tem estudo teórico, mas, lhe falta a certeza de que tem um esquema tático e fazer os jogadores entenderem a idéia... vacila, erra exatamente por isso

Falar o que, a imprensa e nós torcedores provocamos isso, agora se não ganhar tudo, de quem será a culpa???

Sem essa, o técnico era fraco demais pro elenco...

foi tarde ,não era o cara

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