6/5/2017 09:37

Isso é Cuca! As manias, a profecia e as histórias do técnico no Verdão

Prestes a reassumir o clube pelo qual foi campeão brasileiro, técnico protagonizou várias histórias em sua primeira passagem pela Academia de Futebol, no ano passado

Isso é Cuca!

As manias, as brincadeiras, as brigas, a calça vinho... As marcas que o técnico campeão brasileiro deixou no Palmeiras. Ele está voltando!



Melhor em tudo!



Cesar Greco/Palmeiras

A maior lembrança deixada por Cuca no Palestra Itália, obviamente, é a da campanha brilhante no Brasileirão de 2016. Além de ser campeão, o Palmeiras dominou todas as estatísticas: melhor ataque (62 gols), melhor defesa ao lado do Atlético-PR (32 gols), melhor saldo de gols (30 gols pró), time que mais venceu (24 vezes) e que menos perdeu (seis vezes).



A profecia



O que eu fiz naquela ocasião foi dizer que aquele time que estava sendo chacota seria campeão brasileiro. É uma responsabilidade grande falar isso. Eu não conhecia o grupo, mas tínhamos uma junção. Por mais perigosa que fosse, ela nos uniu.



A calça da sorte





Está vendo? Depois vocês falam que não ajuda! Foi bom você ver. Depois eu volto com a (calça) vermelhinha, o relógio verde e vocês vão ver uma coisa

CUCA CAINDO NO BEIRA RIO pic.twitter.com/DeL3NMsgzk

— Palmeiras desgraças (@desgracaverde) 8 de março de 2017

Depois da vitória por 1 a 0 no Beira-Rio, que por sinal quebrou um jejum de quase 20 anos no estádio do Inter, Cuca adicionou chuteiras brancas ao seu "uniforme" de jogo. Muitos acharam que se tratava de mais uma superstição do treinador, mas na verdade era uma forma de precaução: usando sapatos, ele tentou dominar uma bola que saiu pela lateral e caiu sentado. Sem graça, acenou para os colorados que tiravam sarro na arquibancada, mas decidiu nunca mais se arriscar.



O Cuca 'jogador'



Cuca gosta de relembrar os tempos de jogador. Quando está em Curitiba, onde mora, costuma jogar pelo Flamengo de Santa Felicidade nos campeonatos de várzea. Quando estava no comando do Palmeiras, gostava das peladas com a comissão técnica no campinho dos fundos da Academia de Futebol e de brincar com os atletas nos rachões das vésperas de jogo. Brincar? Não tanto... Quando seu time perdia, ele não conseguia esconder o mau humor. Ele chegou a chamar um jogador de canto para relembrar um lance que ocorreu no recreativo e dizer que não fez falta.



Os atritos com os jogadores



A briga mais feia de Cuca em sua passagem pelo Palmeiras foi com Rafael Marques. Eles quase chegaram às vias de fato no vestiário do Allianz Parque depois que o jogador se queixou da forte cobrança do treinador no jogo contra o Coritiba. O caso foi contornado dias depois. O técnico também tinha um atrito com Lucas Barrios, com quem chegou a trocar farpas via imprensa: Cuca disse que o jogador estava querendo sair e ele rebateu afirmando que só sairia se tivesse a certeza de que não seria aproveitado. No fim, Cuca até deu chances a Barrios, mas a verdade é que ele não gostava do paraguaio como jogador. O comandante também teve alguns desentendimentos com Dudu, começando pelo jogo em que o atacante foi substituído após sentir uma lesão e ficou bravo porque gostaria de seguir jogando. Os dois tiveram mais de uma conversa reservada, o camisa 7 ganhou a braçadeira de capitão (da qual é dono até hoje), voltou a jogar bem e virou um dos pilares do time campeão.



Os atritos com Nobre





Quem conviveu com Cuca e Paulo Nobre ao longo de 2016 diz que eles tiveram várias discussões fortes, uma delas às vésperas do jogo contra a Chapecoense, que confirmaria o título brasileiro para o Palmeiras. A briga foi tão forte que os relatos dão conta de que Nobre estava disposto até a demitir Cuca antes mesmo da partida. Ao se despedir, o comandante disse que sempre teve ótima relação com o mandatário.



Probleminhas como vocês viram com alguns jogadores são naturais. Acho que foram poucos os problemas. O ambiente com o presidente sempre foi o melhor possível, nunca tive problema com ele, pessoa boa de lidar, o Alexandre também.





Vez ou outra, Cuca pedia que os assessores de imprensa do Palmeiras dissessem aos repórteres que ele estava disposto a bater um papo informal, sem câmeras. Essas conversas ficaram marcadas pelas histórias que ele contava. Cuca lembrou de quando se irritou com uma senhora que lhe mostrava a mão aberta na saída do estádio após a derrota do Fluminense para a LDU, na final da Sul-Americana de 2010, por 5 a 1. O técnico achou que era uma provocação pelo resultado e balbuciou algumas ofensas que fizeram a senhora chorar. Foi aí que ele descobriu que se tratava da mãe de um de seus jogadores, que estava apenas acenando para ele. Em outra ocasião, brincou que sua esposa estava chateada com Tite por levar Gabriel Jesus e Mina (que é colombiano) para a Seleção. Há também a lenda de que uma égua piscou para Cuquinha, seu irmão e auxiliar, antes de ele apostar em um páreo. "E não é que a danada ganhou?", sorria.



Percalços com a imprensa

Cuca também teve momentos de fúria com a imprensa. No início de sua passagem pelo Palmeiras, ficou irritado por ver matérias que faziam leitura labial e exibiam o que ele falava na beira do gramado. Depois, foi flagrado pelas câmeras usando um ponto eletrônico em partida contra o Fluminense, quando deveria cumprir suspensão, e acabou denunciado pelo STJD com base nas imagens. Ao saber que poderia tomar até seis jogos de gancho, ele negou o uso do equipamento e esbravejou (vídeo acima). No fim das contas, admitiu a infração e tomou suspensão de dois jogos.

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