Problemas no passado e o fator Galiotte: como Cuca será recebido no Palmeiras

Ideia no clube é deixar rusgas do técnico com jogadores e Paulo Nobre para trás em busca de vida nova. Perfil conciliador de presidente Maurício Galiotte tem peso importante

Alexandre Mattos, Cuca e Maurício Galiotte juntos em 2016: trio estará no comando do Palmeiras, agora em 2017 (Foto: Cesar Greco / Palmeiras)



Cuca encontrará um Palmeiras diferente no retorno após cinco meses da conquista do Campeonato Brasileiro de 2016. A principal mudança é na presidência: Paulo Nobre saiu e foi substituído por Maurício Galiotte, vice no ano passado. Troca com influência direta na negociação para o retorno do comandante, substituto do demitido Eduardo Baptista.



Não são poucos os relatos de atritos entre Nobre e Cuca durante os oito meses do treinador no clube. A personalidade forte do antigo presidente e do agora atual comandante culminou em choques nos bastidores. Um deles, inclusive, às vésperas do jogo contra a Chapecoense, partida que confirmou o título. Mas a atuação de Galiotte ajudou a conter problemas maiores.



O perfil conciliador do presidente e a boa relação com Cuca foram fundamentais para facilitar a negociação do retorno do técnico, agora com contrato até dezembro de 2018. Essa atuação diferente de Galiotte para Nobre se estende, por exemplo, ao trato com Crefisa e WTorre (administradora da arena alviverde).



Entre os anúncios no site oficial do clube da demissão de Eduardo Baptista (22h57 de quinta-feira) e da contratação de Cuca (21h59 de sexta-feira) houve um espaço de menos de 24 horas.



Não que a volta de Cuca ao Palmeiras seria cancelada, caso Nobre fosse o presidente. Mas, nos bastidores, o relato é de que haveria mais empecilhos para um acerto. Esse bom relacionamento com Galiotte, aliás, contribuiu para o Verdão anunciar a manutenção das mesmas bases do contrato de 2016. Em sua despedida do clube no ano passado, Cuca negou atritos com Nobre.



– O ambiente com o presidente foi o melhor possível, escutei que tive problemas com o Paulo. Nunca tive. Com o Alexandre (Mattos) também não. É de cunho pessoal.



Praticamente unanimidade entre os torcedores do Palmeiras, Cuca também poderá ter vida nova com os jogadores. A ideia do grupo é deixar os problemas no passado. Em 2016, o técnico teve atritos com Rafael Marques, Barrios (hoje no Grêmio) e Dudu, posteriormente nomeado capitão pelo próprio treinador.



Os atletas reconhecem uma clara distinção entre os perfis de Eduardo e Cuca. Dentro e fora de campo. Mas sabem que o momento é de união, principalmente para retomar o bom futebol. O desejo é voltar a ganhar imediatamente, após a derrota por 3 a 2 para o Jorge Wilstermann, na última quarta-feira, na Bolívia. Na próxima terça-feira, o técnico desembarcará em São Paulo para iniciar o trabalho na Academia de Futebol.



Serão cinco dias até a estreia será contra o Vasco, domingo (14), na arena, pelo Brasileirão. Na sequência, ele terá o primeiro mata-mata: duelo com o Internacional, quarta-feira (17), pelas oitavas de final da Copa do Brasil.



Mas o grande objetivo do ano é a Taça Libertadores. Para garantir a classificação para as oitavas, basta ao Palmeiras até uma derrota por um gol de diferença diante do Atlético Tucumán, na arena, no próximo dia 24. O título é obsessão da torcida, que confia em Cuca para buscá-lo. Clique aqui para simular o grupo do Verdão.