Cuca: o peso da idolatria e a pressão por títulos

7/5/2017 18:55

Cuca: o peso da idolatria e a pressão por títulos

Cuca: o peso da idolatria e a pressão por títulos

Ele levanta, bate no peito, acena para todos os lados do estádio e sorri. Aos gritos de Olê, Olê, Olê, Olá, Cuca volta para casa. É um show à parte: ingressos vendem ainda mais, torcida clama aos céus pela graça alcançada e o positivismo, incomum na torcida palmeirense, se expõe nas declarações de certeza por um título.



A idolatria trabalha na corda bamba. Entregamos toda a nossa devoção na figura de alguém que nos representa em sua fala, gestos e atitudes. A expectativa é o contrato de obrigatoriedade de retorno. Neste tipo de relação, não amamos de graça, esperamos sempre algo em troca e retribuímos pelo tempo que nos for útil.



Pode ser para sempre, mas não é inabalável, já que os deslizes podem apresentar (facilmente) a porta dos fundos.



Recorremos à segurança e ao que nos traz tranquilidade quando o desespero é imediato (voooolta, Cuca). A falta de estratégia, os chutões e o desânimo de um elenco que só jogava no desespero nos fizeram cavar as memórias mais remotas do ano mais feliz dos últimos 17.



Não é um problema termos nossos próprios super-heróis depois de sair do jardim de infância. Mesmo que ele use calça roxa.



O mau da devoção é manter uma sombra que tratamos como insuperável. Quando acreditamos que algo não dura o tempo que achamos necessário, insistimos na teimosia de reviver aquilo dia após dia, na esperança de retornar no tempo ou trazer algo que não está mais ao nosso alcance.



Nos mutilamos, sem culpa, e impedimos que novas oportunidades apareçam. Abafamos o que elas poderiam mostrar de melhor.



Quando o Cuca foi embora, a ideia era apostar em sangue novo, perspectivas diferentes das que se repetiam nos últimos anos e um voto de confiança para quem chega no mercado agora. Mas ficou claro que clube com o elenco mais caro do Brasil não teria tempo para bancar uma aposta.



É como uma partida de poker: existe muito em jogo. Algumas vezes a sorte vai ser o suficiente, já que a última carta pode ser o seu acréscimo. Em outras, a sua postura vai ganhar o restante da mesa, mas, na maior parte do tempo, é a estratégia que garante o sucesso final.



Quando se está perdido no jogo, não há blefe que banque o sucesso. As fichas acabam. Aproveitamento não se mostra o suficiente quando as suas partidas ficam pela última carta. É quase uma regra do jogo, porque essa fórmula nunca garantiu campeonato. Chamam, popularmente, de sorte de principiante.



No jogo do azar, em que estamos sempre ameaçados pela derrota, é uma pena que nos falte tempo e paciência para vitórias.





Depois da mutilação, alcançamos a plenitude. Em 24 horas, os desejos são atendidos e a expectativa se torna realidade. O atual campeão brasileiro está de volta e, ao fecharmos os olhos, é possível visualizar o Palmeiras insuperável de 2016 muito mais forte. Todos sorrimos.



Cuca está de volta!



Se ano passado foi fácil substituir o Marcelo Oliveira, garanto que o maior desafio será substituir a si mesmo.



Em um áudio que o Eduardo Baptista agradece a torcida do Palmeiras, ele diz:





“Tenho um carinho muito grande pelo torcedor palmeirense, pelo clube (...). Fala que eu agradeci demais os momentos que eu vivi ao lado dessa torcida maravilhosa aí”.





Uma pena que ela tenha recebido o nosso pior, entre as tantas coisas em que somos bons. Eduardo tem alma e espero que brilhe muito. Mas não era a sua hora, em um lugar em que o relógio rouba os minutos.



Bem-vindo de volta, Cuca. Você vai ter que fazer esse time jogar, porque agora não é uma aposta. Não existia outra pessoa no imaginário coletivo, tinha que ser você.



Nos faça tão gigantes quanto teu nome pode ser na nossa história. No peso da idolatria é onde se encontra a pressão da responsabilidade.





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16152 visitas - Fonte: ESPN

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bem vindo Cuca e boa sorte Eduardo

dexa u cuca trabalha

Com o devido tempo Cuca acerta esse time! Pra cima deles Verdão

Gostaria de saber o autor do texto. Muito bem escrito e retrata a realidade do cotidiano do Palmeiras. O Cuca se transformou num herói, o salvador da pátria. A página Eduardo Baptista foi virada, muito rápida. O livro procegue.

bem interessante, e fato que existe uma identificação entre Cuca e a torcida...

pra mim melhor técnico que o Verdão já teve o Luxemburgo foi bem também e o Felipão mas o Cuca não tem pra ninguém e outra o cara é torcedor apaixonado pelo o Palmeiras isso faz toda diferença

vai cuca o Palmeiras maior do Brasil vai Palmeiras

vc É o cara não certo

oi

Eduardo Batista esse título do curintia é graças. Parabéns a você filho da puta.... e aí seu pai... corintianos. Quase tiraram o Palmeiras da Libertadores. Foi tarde....

boa noite

Que texto top!!! Só verdades da nossa torcida.

E isso ai vomos com cuca agora.

Belo texto, parabéns!

mas título par palmeiras vai cuca

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