A tabela coloca hoje o Palmeiras em um papel bem diferente daqueles de sua, digamos, filmografia recente - e que pode lhe cair muito bem. Depois de muito tempo, o clube volta a ser franco-atirador em um Nacional.
Desde 2010, quando Felipão deu de ombros ao campeonato, de olho na então bastante palpável conquista da Copa Sul-Americana, o Palmeiras não tinha tanta “liberdade” para jogar o Brasileiro por tanto tempo: nada menos do que 14 rodadas.
Em 2011, uma campanha ruim resultou em muita cobrança interna. Em 2012, a queda. Em 2014, nova luta contra o rebaixamento. Em 2015, a pressão longa e intensa pelo título. Em 2016, a iminente conquista deixou elenco e torcida à flor da pele até a penúltima rodada.
É claro que ainda há uma meta concreta a se cumprir neste ano, a conquista da vaga direta para a Copa Libertadores.
Mas, subjacente a esse objetivo, que os palmeirenses já consideram inerente a qualquer participação do time no torneio, vem uma sensação de que, daqui até dezembro, basta fazer pontos. E a conta, deixa-se para depois.
Com as feridas devidamente fechadas e os lutos cumpridos, o discurso não poderia ser outro. Está na boca do elenco, é sempre reforçado por Cuca e já está virando mantra para os torcedores: o Palmeiras tem que fazer o seu campeonato. Melhorar o seu aproveitamento. Aproximar-se ao máximo dos 70%, o percentual “campeão”.
E que cada clube faça o que lhe cabe.
Afinal, foi por competência, claro. Mas foi também quase por um alinhamento astral que o Corinthians abriu a exorbitante vantagem de dez pontos que tem hoje para o Grêmio - para o Palmeiras, quarto, são 13.
Os principais rivais, na Libertadores. O time, encaixado e disciplinado em uma proposta executada à perfeição por um longo período. E o ingrediente que sedimentou a mistura: não havia pressão alguma. O que viesse seria lucro para este time que, mesmo campeão paulista, era visto como o endividado fruto de um desmanche.
O elenco alvinegro não é altamente qualificado, não é numeroso e tampouco vive seu melhor momento tático, técnico e físico. E, depois de tanta vantagem aberta, e de já ter sido até declarado campeão antecipado por tanta gente - por mim, inclusive -, a pressão que Fábio Carille e seus comandados sofrem hoje não é pequena.
Claro, aqui vai uma parcela de torcida. Mas já são mais de 30 anos acompanhando futebol para saber que o campeonato está, sim, aberto.
É verdade também que vai ser mais fácil se o Palmeiras for um pouco mais cauteloso defensivamente do que foi contra o Coritiba. O time paranaense teve espaço em demasia em alguns momentos e deu trabalho a Prass.
A boa notícia é que o ataque chegou muitas vezes à frente com condições de matar a partida. Poderia ter sido 3 a 0. Poderia ter sido 1 a 1. Mas talvez isso tenha um pouco a ver com o momento psicológico do time.
Como também tem a resposta do capitão Dudu ao fim do jogo, dizendo que o Palmeiras tem que ganhar, sem se preocupar com espetáculo.
Por enquanto, é só para acreditar. Daqui a pouco, já dá para começar a torcer. E, quem sabe, faltando umas cinco rodadas, estaremos, de novo, sob a alegre e, mesmo assim, exasperante pressão pela possibilidade de conquista. De franco-atirador a postulante ao título.
O copo está meio-cheio.
VEJA TAMBÉM
- BRILHANDO NA ITÁLIA! Nova contratado do Palmeiras, Felipe Anderson faz partidaça no italiano
- Dono do Botafogo questiona incoerência de Leila do Palmeiras sobre manipulação
- Indefinição sobre Joia do Palmeiras gera sondagens e possíveis mudanças no destino
3063 visitas - Fonte: ESPN FC
Mais notícias do Palmeiras
Notícias de contratações do Palmeiras
Notícias mais lidas
VAMOS LÁ VERDÃO, PRECIONAR OS GAMBÁS.