As quartas-feiras perderam um pouco o sentido desde que o Palmeiras saiu das competições de meio de semana. Mas a verdade é que eu até estaria de acordo com isso, se o futebol apresentado no Campeonato Brasileiro me trouxesse um mínimo de tranquilidade para o fim de ano.



Como entusiasta honorária do Botafogo noite passada, desejando que Jair Ventura encaminhasse a vaga, fiquei sentada na expectativa daquele jogo que pareceria se resolver em uma bola.



Edílson se posicionou e, em uma lançamento perfeito na área, encontrou o homem do ano no Grêmio: Lucas Barrios, pela décima oitava vez no ano. Sexto gol na Libertadores. Mais uma vez decisivo o nosso ex-atacante resolveu, em uma bola, o que nenhum dos nossos foi capaz de fazer durante o ano. “Não é possível”, foi a única coisa que fui capaz de dizer.



Vivemos numa constante (e desgastante) busca por um centroavante matador, alguém que resolva o problema crônico de má finalização que paira nos campos de Perdizes, desde Barcos. Nem Gabriel Jesus foi esse jogador, o reconhecimento de seu futuro brilhante não apaga os momentos desesperadores que passamos a cada gol feito que não saía dos seus pés. E foram muitos.



Nossa esperança de gols na temporada fica sentada no banco e, quando tem a oportunidade, entra no final da partida. Erros grotescos, falta de domínio de bola e a incapacidade de conduzir a jogada por meio metro caracterizam e intitulam o destaque da América como o famoso grosso de bola. Perna de pau. Definições próximas às que eram dadas ao ex-jogador da posição, que diziam viver de calça jeans em campo.



Continuidade e confiança sempre foram as combinações para o bom desempenho de quem vive de balançar as redes (ou você achou que viveria pra ver o Jô disputando a artilharia do campeonato em 2017?).

Da mesma forma que Barrios viu suas oportunidades no Palmeiras fracassarem, incluindo momentos de lesão, Borja vê sua oportunidade de justificar o seu valor se decompor na reserva. A insistência atual é no grande craque Deyverson, vindo da Europa, carrasco de Real Madrid e Barcelona que, em lapsos de um futebol decente, acerta algumas bolas em campo. Nada que o torne detentor da posição.



Não precisa ser craque, tem que ser fazedor de gol. De voleio ou de barriga, bonito é balançar a rede. Se encostarmos o Borja agora ou o queimarmos em pequenas aparições no campo, o caminho dele será se destacar em outro time, dentro de um esquema tático menos teimoso que saiba tirar o melhor de cada um de seus jogadores.



Nenhum dos últimos jogadores nomeados para a função conseguiram obter sucesso. Será que, realmente, o problema é o jogador?

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25536 visitas - Fonte: ESPN FC

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