A diferença para o líder Corinthians, que já foi de 17 pontos, é hoje de 11. E só depende do próprio Palmeiras para ser de oito, com o confronto direto marcado para 5 de novembro, em Itaquera. E, se a diferença cair para um dígito apenas, a pressão sobre o líder muda de cara. Ainda mais se quem estiver a tal distância for o seu maior rival.



Direi algo aqui que deverá deixar alguns leitores descontentes, mas minha análise sobre por que o Palmeiras vai chegar em 2017 passa por isso: fosse o Corinthians, e não o Flamengo, o principal rival do alviverde pelo Brasileiro de 2016, eu não sei se o Palestra teria resistido à pressão.



Sem deixar de dar méritos ao Flamengo e seus torcedores, que conseguiram, sim, serem insuportáveis com a história do “cheirinho”. Parabéns. Mas para serem tão insuportáveis para nós quanto os corintianos, os rubro-negros precisam ser rivais do Palmeiras por mais um século de futebol, aproximadamente.



Se, em 2016, fosse o Corinthians quem perseguisse o Alviverde, com a imprensa questionando técnico e jogadores, com as páginas de sites e jornais falando da aproximação, até porque essa é uma história muito legal de se contar, creio que o clima na Academia de Futebol teria ficado bem menos ameno do que foi.



Pois pau que bate em Francesco bate em Francisco.



Agora, sejamos um pouco mais objetivos. O time do Palmeiras está evoluindo. A volta de Dudu na vaga de Guerra não destruiu o jogo de aproximação que Cuca, inicialmente, vislumbrara com Moisés e o venezuelano.



O meio, com volantes mais leves, ainda que Jean não esteja na melhor de suas temporadas, está fazendo o jogo fluir. Mayke se firmou na lateral-direita. Dracena está muito bem. E Willian é irritantemente regular e combativo.



A vitória sobre o Fluminense por 1 a 0 foi sintomática. O Palmeiras foi ao Maracanã, no domingo, 24, e venceu sem grandes sustos - além da cota normal inerente ao estilo de jogo de Cuca. E venceu com um gol do jogador mais perseguido do elenco, bancado pelo técnico. Um senhor gol do Egídio, aliás, cujo problema nunca foi técnico, mas sim, digamos, psicológico. Egídio atrapalha porque toma decisões erradas. Seguro, pode passar a errar menos.



Se o Palmeiras vai conquistar o título, já é outra história. Mas se comissão técnica, torcida e, principalmente, os jogadores acreditarem que há possibillidade, o time vai crescer.



A vantagem alvinegra é boa, a pontuação acumulada quando os maiores postulantes à conquista estavam com outras prioridades ainda é um excelente colchão para os alvinegros, cujo desempenho em campo vem se tornando cada vez menos preciso, tática, tecnica e emocionalmente.



Que o Palmeiras vai, no mínimo, se tornar o maior problema do Corinthians até a 38ª rodada, já não tenho dúvida.



E, desculpem aqueles que acham que o time tinha obrigação de ser campeão neste ano, mas a mera perseguição já será um final digno para a temporada.

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