O último jogo da seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa vai promover o reencontro de duas das figuras mais importantes dos últimos anos do Palmeiras, que representam antagonicamente momentos cruciais que nos levaram até estes dias de ar (quase) fresco e queixas justificáveis dentro do conforto de um vai e vem no G4.
Valdivia servia ao time do Palmeiras de forma inteligente, sagaz e atrevida. Imprevisível, nos fazia meros espectadores de suas habilidades dentro de campo.
Tendo apenas nove jogos em seu ano de despedida, estando presente durante 90 minutos de apenas duas partidas, a última vez em que pisou no Allianz Parque o seu carisma já estava em decadência e acabávamos de iniciar a construção de um time competitivo. Foi um Palmeiras x ASA, 0x0, pela Copa do Brasil de 2015 - a competição que coroaria o nosso novo início.
Ao mesmo tempo surgia Gabriel Jesus na boca (e nos sonhos) do torcedor. Lembro que o técnico Oswaldo de Oliveira reclamava sobre a insistência petulante da nossa torcida em pedir o menino que tinha acabado de subir da base, como Borel. Existia uma ansiedade quase angustiante em ver o garoto responder aos 37 gols, em 22 jogos, que tinha marcado na base do clube - já que internamente sabíamos das nossas constantes frustrações (e nomeiem elas como quiserem: Caio Mancha, Bruno Dybal, Patrick Vieira, Vinícius).
O Allianz Parque vivia a permanente tensão de esperar pela sua entrada em campo e ela aconteceu algumas vezes até que, finalmente, ele conseguiu marcar o primeiro gol pelo profissional. Ironicamente, foi no jogo ASA x Palmeiras, no Estádio do Café, a partida da volta daquele confronto em que Valdivia deixou de vestir a nossa camisa. Naquela situação, Gabriel Jesus, em um novo chororô, garantiu a nossa classificação.
Meu negócio é que sempre confiei nesse sistema mental de trabalhar a paixão com a lei da troca, já que somos plenamente capazes de desapegar (momentaneamente) de uma coisa que pode, aparentemente, ser substituída. Era uma alteração sob medida e imprescindível para os próximos dois títulos. Aceitamos a outra perda sem questionar.
Assumindo o posto de diferencial, Jesus nasceu, brilhou e voou de dentro do Allianz Parque para Manchester em pouco tempo, onde foi de insubstituível a um "dos 6 titulares do ataque”, essenciais, de Guardiola, que costuma usar três ou quatro por jogo. Diferente do peso que sentiu com a camisa 33 verde, assumiu o mesmo número no City e a 9 de Ronaldo como se não estivesse na várzea e pintando as ruas do Jardim Peri para a Copa de 2014 alguns anos antes, esperando por uma oportunidade. Ao mesmo tempo, Valdivia fez fortuna entre os sheiks árabes e voltou para o Colo Colo, com desconfiança, mas apresentando - em pouco tempo - o bom futebol que o leva a seleção. Daí vem o encontro.
De um lado, devemos ver novamente o Valdivia que nos entretinha com sorriso no rosto, servindo a um Chile que vai jogar a vida pela classificação. Do outro, o menino que conquistou a camisa 9 correndo no nosso gramado, brincando de jogar bola como quem sabe que o passaporte está garantido para a Rússia.
Existem coisas em comum em toda essa história: ambos são gênios, querem estar lá, apresentam um futebol que faz falta ao nosso elenco e vão causar algum tipo de sensação em nós, meros servos desse sentimento que nos faz tornar um jogo de seleção algo particularmente palmeirense.
E no ruído que se estabelecerá durante o hino nacional, entre o conflito do que é desrespeitoso e do que é nosso, eles vão entender onde estão. Palmeiras, meu Palmeiras.
Esse bosta do Valdivia só ferrou o palmeiras na última passagem pelo o clube, e tem um monte de torcedor babaca pedindo a volta dessa tranqueira.
El Mago nosso 10 que procuramos
volta mago, mas Gabriel de Jesus, é demais, como faz falta.
Volta Valdivia voce esta fazendo falta no Palmeiras!!
volta Mago, precisamos de você e de seu futebol empolgante