Retrospectiva 2017: Com alma e coração, goleiro do Sub-20 volta a jogar

12/12/2017 15:19

Retrospectiva 2017: Com alma e coração, goleiro do Sub-20 volta a jogar

Retrospectiva 2017: Com alma e coração, goleiro do Sub-20 volta a jogar

Foto: César Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação



O Palmeiras já vencia o Atibaia por 3 a 0, pelo Campeonato Paulista Sub-20, quando o técnico Wesley Carvalho, com mais uma substituição a fazer, olhou para o banco de reservas. Chamado aos 32 minutos do segundo tempo, o goleiro Anderson retirou o colete e correu até a beira do gramado para entrar. Aplaudido por toda a torcida presente no CT da base, em Guarulhos (SP), ele viveu o momento mais emocionante de sua vida: estava de volta, após um ano e um mês de luta contra uma doença inesperada que, por pouco, não encerrou o seu sonho de virar jogador.







Em julho de 2016, o goleiro, então com 19 anos, atravessava a melhor fase da carreira. Convocado à Seleção Sub-20 pela primeira vez (três anos antes, havia sido chamado para a Seleção Sub-15), treinava constantemente com a equipe profissional do Verdão. Em um domingo de folga com a família em Rio Grande da Serra (SP), sentiu dor no peito. Exames detectaram uma alteração no batimento cardíaco. Os médicos do Palmeiras logo assumiram o caso e o transferiram para um hospital em São Paulo.



“Tive uma miocardite, uma inflamação no músculo do coração causada por um vírus. Os médicos me disseram que eu ficaria, a princípio, três meses sem atividade física. Tinha uma cicatriz e eu precisaria esperar para ver se iria sumir. Pensei: ‘nossa, ficar em casa e perder três meses... vai ser complicado’. Mas, até então, pensávamos que tudo voltaria logo ao normal”, relembra Anderson.



Os três meses se tornaram seis, depois nove. Ressonância magnética apontou um “realce tardio”, espécie de fibrose no coração. Anderson ouviu que a possibilidade de abandonar o futebol era real. Um comitê de médicos, que incluiu um norte-americano referência em cardiopatias, reuniu-se para discutir o caso, mas inicialmente não houve consenso.



“Trabalhei a minha vida inteira no Palmeiras, fiz tudo o que fiz e algo que eu não poderia mudar acabaria com tudo? Foi complicado. Tinha sido convocado para a Seleção um mês antes. Mas meus pais e amigos sempre estiveram do meu lado. E aí entrou o Palmeiras, que me colocou para fazer várias atividades e me acompanhou sempre de perto. O clube me ajudou muito”, ressalta.



O Palmeiras envolveu vários departamentos em um projeto multidisciplinar elaborado para manter o jogador motivado enquanto estivesse parado. Sem poder treinar, Anderson realizou estágios com funcionários da base. Passou por análise de desempenho (ajudando nos “scouts” das partidas), preparação física, preparação de goleiros (com observações e vivência de treinos), serviço social (palestrante em projetos sociais) e futebol profissional (vivenciando o dia a dia do centro de Excelência da Academia de Futebol).



“Mantivemos o Anderson motivado e, ao mesmo tempo, proporcionamos acesso a outros conhecimentos que talvez ele ainda não tivesse”, conta Rodrigo Mergulhão, coordenador de serviço social do Palmeiras. “É outro Anderson agora. Mais experiente, conhecendo melhor o futebol. O caso dele iniciou um projeto que chamamos ‘Dos pés à cabeça’, no qual os jogadores da base vão conhecer o trabalho de outras áreas do clube.



No estágio final do projeto, Anderson encarou o desafio de viajar como supervisor do Palmeiras na Copa Cidade Verde Sub-13, realizada em Três Coroas (RS). Entre suas funções, representou o clube diante dos organizadores do torneio – o Verdão foi campeão. “Ficava mandando mensagem para o pessoal do administrativo, perguntava o que fazer em determinadas situações. A comissão técnica me ajudou muito. Hoje, depois de todas as experiências que vivi, tenho uma visão diferente das coisas”, afirma o goleiro.



Logo após as férias, ele recebeu a notícia que tanto esperava: nove meses depois de descobrir a doença, poderia voltar gradativamente aos treinos, sempre monitorado por profissionais do clube, que preparam um cronograma conservador para colocá-lo novamente em forma. O aval médico para que ele pudesse atuar foi dado no dia 23 de agosto, uma quarta-feira. No sábado, ele já foi relacionado para o duelo com o Atibaia, pelo Paulista Sub-20.



“Falei para meus companheiros no vestiário: foi um dos melhores momentos da minha vida. Não sabia que eu iria entrar. Tinha só mais uma substituição e o técnico me chamou. Pensei comigo: ‘caramba, vou voltar a jogar depois de um ano e um mês’. O Daniel Fuzato saiu, me abraçou, desejou sorte e todo mundo que assistia à partida começou a me aplaudir. Em seguida, pensei que não poderia tomar gol, senão ia ficar mal para mim”, brinca.



Duas rodadas depois da reestreia, Anderson foi escalado como titular. O sonho, agora, é alçar voos ainda mais altos. “A poeira baixou, está tudo voltando ao normal. Estou ainda mais forte e motivado. Minha meta é jogar regularmente e terminar bem o Campeonato Paulista. Meu sonho é disputar a próxima Copa São Paulo e conquistar esse título para o Palmeiras”, finaliza.



O processo de recondicionamento para Anderson voltar a jogar foi acompanhado de perto por médicos, preparadores físicos e fisiologistas do Palmeiras. As primeiras semanas foram dedicadas a treinos físicos. As atividades específicas para goleiros só começaram após um mês e meio de recuperação.



“A postura dele foi de profissional, não de atleta do Sub-20. Como ele tinha lastro de atleta, as primeiras semanas foram as mais difíceis. Os exercícios eram fáceis. Controlamos e o tranquilizamos”, explica Vinicius Ponzio, fisiologista da base do Alviverde.



As conversas com os preparadores de goleiros, a psicóloga e os assistentes sociais do clube também tiveram papel essencial ao longo da recuperação. Os profissionais se esforçavam para manter um clima de otimismo, preparando-o mentalmente. Hoje, ele já está nos mesmos níveis físico e técnico dos outros goleiros do Sub-20.



“A família do Anderson sempre esteve 100% ciente de tudo. As decisões foram conjuntas, tratadas com a calma e a cautela necessárias. Continuaremos acompanhando, mas já foi uma grande vitória ele voltar a treinar e jogar. Minimizamos ao máximo os riscos e proporcionamos tudo que a medicina dispõe hoje para esses casos. Estamos evoluindo bem e com segurança”, diz Guilherme Dilda, médico da base.



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