Hoje começa mais uma Libertadores. Almas espalhadas pelo continente iniciarão ciclos ritualísticos entre promessas e dívidas acumuladas para que no final do ano, no dia 19 de dezembro, a mais bonita e estruturalmente incompreendida taça esteja na galeria de seu clube. Aquele homenzinho em cima do globo com a bola nos pés, por exemplo, deveria ser um pouquinho mais rechonchudo, um tanto mais canchero e muito mais vencedor. Porque aquele homenzinho no topo da Libertadores não é, mas deveria ser a Luis Cubilla.
Uruguaio da cidade de Paysandu, Cubilla foi o tipo vencedor de outra época, mas também seria o vencedor em qualquer época. Como jogador conquistou três vezes a Libertadores: duas com o Peñarol e uma com o Nacional-URU. Já como técnico foram mais dois títulos, ambos com o Olimpia do Paraguai. O primeiro em 1979, rompendo com uma mesmice nauseante entre argentinos, brasileiros e uruguaios. Mas é sobre a segunda conquista, aquela de 1990 sobre o Barcelona-EQU, que Cubilla polemizou.
“Espero, Muñoz, que enquanto eu viver você não revele isso, mas o autorizo a publicar a verdade quando eu morrer”.
Muñoz é Vito Muñoz, jornalista equatoriano que logo após a morte de Cubilla em março de 2013 escreveu um artigo no jornal El Telégrafo (Equador) com declarações do ex-treinador reconhecendo que cartolas do Olimpia conquistaram o título da Libertadores nos bastidores. “Os dirigentes do Olimpia fizeram melhor as coisas que os do Barcelona” respondeu ao ser questionado pelo jornalista.
Segundo explicou a Muñoz, o time de Guayaquil não era benquisto pela cúpula da Conmebol à época. Em 1990, a entidade máxima do futebol sul-americano apoiou o árbitro argentino Juan Carlos Lostou para ser o juiz na final da Copa da Itália, o que não aconteceu porque a seleção argentina foi à decisão contra a Alemanha. Como uma troca de favores, destas que todos desconfiam, mas poucos provam, Loustou supostamente se comprometeu em ajudar o time paraguaio na decisão e assim fazer a vontade dos dirigentes que deram o visto bueno para ele apitar a final da Copa de 90.
“Quando jogamos a primeira final em Assunção, procuramos os árbitros uruguaios, meus compatriotas, mas naquela partida não precisamos de ajuda porque fomos superiores e vencemos o Barcelona por 2 a 0. Na noite anterior ao jogo, planejamos mandar a barra brava do Olimpia ao local onde o Barcelona estava treinando e ‘suavizamos’ eles” disse Cubilla ao jornalista equatoriano.
A partida de volta arbitrada por Loustou realmente deixa dúvidas sobre a imparcialidade do homem que ainda vestia preto. Primeiro em um gol estranhamente anulado a Uquillas e depois, no segundo tempo, em uma penalidade que deveria ser repetida já que o goleiro do Olimpia se adiantou quase TRÊS ANOS à cobrança de Acosta: “Foi fundamental na conquista do nosso segundo título” disse Cubilla no material de Muñoz.
Mas o que teria motivado o mítico treinador, ícone no gigante paraguaio, a revelar essa história? Segundo o próprio, apesar dos títulos e toda idolatria, o Olimpia tinha assuntos de teor financeiro em pendência com ele. Também havia um sentimento de culpa, ou fracasso, por parte do ex-treinador que passou pelo Barcelona-EQU sem nenhum sucesso em 2007 (mesmo ano em que Muñoz ficou sabendo sobre as intimidades daquela final).
A coisa ganhou fôlego e os jornais difundiram as palavras do falecido. Então chegaram as respostas: do Paraguai, o Olimpia emitiu um comunicado negando que o título tenha sido costurado nos bastidores. A viúva de Cubilla, Gladys Ber, também se pronunciou assegurando que o marido venceu na carreira de forma honesta, e que se ele quisesse ter revelado algo tão delicado, “pediria para ser gravado ou deixaria escrito de próprio punho e com a assinatura correspondente”. Juan Carlos Lostou sempre negou qualquer influência externa.
Hoje justamente o Olimpia dá o pontapé para a Libertadores de 2018. E se coincidência pouca é bobagem, 2018 também é ano de Copa...
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