A frase é de um funcionário do estádio Centenario, o mais famoso do Uruguai, palco da primeira Copa do Mundo, realizada em 1930.



De fato, caminhar pela imensidão do Centenario, com sua capacidade para cerca de 76 mil pessoas, é difícil. É preciso alguns dias para se acostumar a suas entradas. Mas, quando se está habituado, é possível perceber as curiosidades de um estádio que é orgulho para os uruguaios.



Os jogos da Libertadores sub-20 são todos disputados no Centenario. O contraste entre o pequeno público e a imensidão de cadeiras vazias está presente a todo momento. Mas também gera cenas curiosas.



Confira as curiosidades do estádio:



Puro cimento



- Sabe por que o Centenario nunca foi reformado? Porque foi feito com cimento inglês. Da melhor qualidade – diz o veterano jornalista Ricardo Cacharpa Pérez.



O concreto ainda é visível. Especialmente nas cadeiras que ficam perto do campo, quase como uma social de visão privilegiada. Na Libertadores, são pouco usadas, mas é comum estarem cheias em dias de partidas da seleção uruguaia.



Café carioca



A marca “El Carioca” é antiga no Uruguai – existe desde 1916. Apesar do nome, ela se orgulha de ser uma empresa 100% uruguaia, como diz em seu site. No Centenario, ela é dona de um espaço no térreo, inutilizado durante a Libertadores sub-20.

Cafeteria patrocinada pelo café El Carioca no Centenario (Foto: Felipe Schmidt)



Casa do futebol



São inúmeras as referências no estádio aos clubes uruguaios. Vão desde flâmulas na cantina principal até os nomes deles nos degraus das tribunas. Nos túneis por dentro, muitos quadros de eventos esportivos, com destaque para a Copa de 1930.

Flâmulas dos principais clubes do Uruguai são exibidas na cantina do Centenario (Foto: Felipe Schmidt)

A começar pelo Nacional, nomes dos clubes uruguaios estão escritos nos degraus da tribuna do Centenario (Foto: Felipe Schmidt)



Marcas do tempo



A falta de reforma é visível em vários pontos. Nada que tire o charme do Centenario. Pelo contrário: mostra um estádio “raiz”. São portões enferrujados, um setor de carpintaria, uma grande poça d'água atrás do gol e até um pequeno trator perto do gramado.

Portões enferrujados no estádio Centenario (Foto: Felipe Schmidt)

Gandula pega a bola em poça atrás de um dos gols do Centenario (Foto: Felipe Schmidt)



O Maracanazo



A vitória do Uruguai sobre o Brasil em 1950 é lembrada no Centenario. Em uma parte do estádio, há diversas fotos antigas, com Ghiggia, o carrasco brasileiro naquela Copa, e o capitão Obdulio Varela em destaque.

Imagens da vitória do Uruguai sobre o Brasil na Copa de 1950 (Foto: Felipe Schmidt)



A Torre das Homenagens



Assim se chama a torre que se impõe no Centenario para a vista de qualquer um. É um monumento aos imigrantes que construíram o estádio num tempo recorde de nove meses. Ela tem 100 metros de altura e foi declarada Patrimônio Histórico de Montevidéu. Na tribuna abaixo dela, funciona o Museu do Futebol.



A frase de Tabárez



Na saída de um dos vestiários do Centenario, está pintada em letras garrafais uma frase atribuída a Óscar Washington Tabárez, treinador da seleção uruguaia: “O caminho é a recompensa”.



Tabárez disse isso na chegada da seleção ao Uruguai após a Copa do Mundo de 2010, quando a equipe parou nas semifinais. Ele se referia ao longo processo de reconstrução da Celeste e de todo o trabalho realizado naquele ciclo mundial. A frase transformou-se em lema no país.

Frase de Tabárez: "O caminho é a recompensa" (Foto: Felipe Schmidt)

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