Com o mesmo número de partidas, Baptista tinha também sete vitórias, dois empates e duas derrotas. Havia, porém, marcado mais, 21 vezes contra 17 de Roger, e sofrido um gol a menos, 7 a 8. No ano passado havia também alta expectativa com base nos jogadores contratados, e as vaias ao time sob comando de Baptista começaram com algumas atuações ruins no Campeonato Paulista — após o 1 a 0 para o São Caetano dentro do Allianz Parque, e mesmo com vários titulares poupados, Roger ouviu vaias dos palmeirenses.



Apesar de métodos de trabalho diferentes, Roger Machado e Eduardo Baptista têm perfis parecidos por serem considerados técnicos de uma geração que precisa de afirmação. A contratação de Baptista em 2017, dentro do clube, sempre foi vista como aposta porque se esperava que, em algum momento, Cuca, o comandante do título brasileiro de 2016, recuasse nas férias, o que de fato aconteceu.



Com Roger é diferente. O Palmeiras não está esperando ninguém descansar, e nem há no mercado nomes interessantes que valham a pena serem discutidos (o sonho palmeirense sempre foi Mano Menezes, que resolveu ficar no Cruzeiro e parece que de Belo Horizonte não sai tão cedo). Por isso que, como Roger não é uma aposta e precisa se tornar realidade, um começo de trabalho parecido com o de Baptista não é a história preferida a ser contada dentro do clube.



Não que os números sejam ruins, afinal sete vitórias em 11 jogos é algo dentro do normal. Como Baptista, Roger teve uma derrota para o Corinthians e uma vitória em clássico (Roger viu o time vencer o Santos, enquanto Baptista derrotou o São Paulo em 2017), e tem ainda um diferencial favorável: estreou vencendo, e bem, na Libertadores, 3 a 0 sobre o Junior Barranquilla fora de casa. Na temporada passada, o Palmeiras apenas empatou em seu debute, contra o fraco Tucumán, na Argentina, 1 a 1.



Mas se os números não são ruins, avalia-se a capacidade de se formar um time com as inúmeras opções que tem. Esse, na análise interna do Palmeiras, foi o principal problema de Baptista no ano passado. Havia alternativas, mas não se via a ''cara'' de uma equipe quando chegou maio e o time perdeu na Bolívia por 3 a 2 para o Jorge Wilstermann. Semanas antes já havia sido eliminado na semifinal do Paulista para a Ponte Preta, e portanto o estrago estava feito: a combinação eliminação, má atuação na Libertadores e Cuca louco para voltar derrubou Baptista.



Roger não tem uma sombra, mas deve saber que o Campeonato Paulista, em caso de eliminação precoce ou derrota em clássico, pode o fazer balançar. Mas o que vai definir seu futuro mesmo é a Libertadores. Até a próxima partida no torneio sul-americano tem tempo, o Palmeiras só volta a campo no começo de abril para receber o Alianza Lima, na teoria o rival mais fraco do grupo (que ainda tem o argentino Boca Juniors). Um tempo que ele terá para tentar dar a ''cara'' de um time ao Palmeiras e não sofrer do mal que derrubou Eduardo Baptista em 2017.

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2568 visitas - Fonte: Blog do Marcel Rizzo

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