Veja como Palmeiras superou concorrência de rivais e ficou com Dudu

6/4/2018 09:41

Veja como Palmeiras superou concorrência de rivais e ficou com Dudu

Atacante chegou a falar como jogador do Corinthians, mas acabou fechando com o Verdão, dando um olé em todos – inclusive na imprensa

Veja como Palmeiras superou concorrência de rivais e ficou com Dudu

Foto: Marcelo Brandão/Click Palestra



Dudu entrará em campo no próximo domingo, com a braçadeira de capitão do Palmeiras, em sua primeira decisão de campeonato contra o arquirrival do Verdão, o Corinthians, exatos 1.183 dias depois de assinar seu contrato com o clube alviverde. Se você não passou uma temporada em Marte, sabe que Dudu esteve muito perto de assinar com o Corinthians. E também com o São Paulo. Até que veio o Palmeiras e...







Às vésperas da decisão do Paulistão, o GloboEsporte.com traz os bastidores deste que foi o maior "chapéu" recente na histórica rivalidade do futebol paulista. Dudu era especulado no Corinthians, no São Paulo e até no Flamengo. Mas acabou fechando com o Palmeiras, surpreendendo a todos – inclusive "nós, da imprensa".



O interesse



O bom desempenho pelo Grêmio transformou Dudu em um dos jogadores mais cobiçados no fim de 2014. Além das exibições destacadas no Campeonato Brasileiro, os clubes passaram a olhá-lo de forma diferente por conta do vínculo. O atacante estava emprestado até dezembro aos gaúchos. Dono dos direitos, o Dínamo de Kiev, da Ucrânia, de cara aceitou abrir negociação. O valor? Seis milhões de euros (R$ 17 milhões na época).



O Corinthians entrou na disputa ainda em outubro, depois que Dudu arrebentou na vitória gremista por 2 a 1 sobre o Timão, pelo Brasileirão – deu duas assistências para Barcos. A ideia inicial era contratá-lo por empréstimo, mas, com a concorrência do próprio Grêmio e do Flamengo, a diretoria percebeu que precisaria abrir o caixa.



O São Paulo esperou o fim do Brasileirão para se movimentar. Vice-campeão nacional, o clube do Morumbi viu Dudu como o nome ideal para substituir Kaká, que foi para o Orlando City. A entrada dos são-paulinos na negociação deu início a um período de incontáveis reuniões e, principalmente, atrito entre as partes.



Enquanto isso, o Palmeiras ainda comemorava a permanência na Série A depois de uma sofrível campanha em que terminou na 16ª – uma acima do grupo que caiu para a Série B. Na última rodada, o Verdão contou com a ajuda de um rival, o Santos, que venceu o Vitória em Salvador, decretando o rebaixamento do clube baiano. Se o Santos tivesse perdido, o Palmeiras teria caído.



As (muitas) negociações



Corinthians e São Paulo traçaram estratégias diferentes. O Corinthians apostou no bom relacionamento com a empresa que na época gerenciava a carreira de Dudu, a OTB Sports. O Timão acertou salários, luvas (um prêmio pela assinatura do contrato) e a comissão dos agentes, mas não tinha o aval do Dínamo por conta da forma de pagamento dos direitos.



O São Paulo foi pelo outro lado e, antes de fechar com o jogador, começou a negociar com os ucranianos. Na ocasião, os dirigentes das duas partes falaram nos valores abaixo:



O Corinthians oferecia mais dinheiro, mas num parcelamento maior. Já o São Paulo pagaria de forma mais rápida. O Timão enviou uma oferta de € 4 milhões (R$ 13 milhões), a serem pagas pagas em oito parcelas, com a primeira sendo quitada em maio de 2015. O clube do Morumbi mandaria € 3,5 milhões (R$ 11 milhões), divididos em cinco prestações, sendo a primeira no ato.



Até então em silêncio, Dudu colocou fogo em todas as tratativas quando decidiu falar. Em entrevista ao GloboEsporte.com, por telefone, o atacante disse que gostaria de atuar pelo Corinthians. Pesou a favor disso a proximidade dos agentes dele com a diretoria alvinegra.



Foto: infoesporte



– Eu já tinha dado minha palavra ao Edu (Gaspar, gerente de futebol). Se ele acertasse com o Dínamo, eu iria jogar lá. Quero jogar no Corinthians. Essa é a minha vontade. Estou conversando com o Gil (zagueiro) há bastante tempo e ele sempre me disse da grandeza que o clube tem – afirmou Dudu na ocasião.



Apesar das declarações e da revolta da torcida nas redes sociais, o São Paulo ainda matinha a esperança. Os dirigentes entendiam que Dudu havia sido orientado pelos empresários a dizer que queria atuar no rival.



O fato é que, depois da entrevista do atacante, Dínamo de Kiev e Corinthians finalmente se acertaram em uma reunião na capital paulista. As partes chegaram a trocar documentos. Departamento jurídico e dirigentes do Timão, além dos empresários de Dudu, davam o negócio como fechado.



Dudu ficou a uma assinatura do Corinthians



As negociações com Dudu coincidiram com o período eleitoral para a escolha do novo presidente do Corinthians. E isso mudou tudo. Toda a transação com o atacante foi tocada por Andrés Sanchez (líder político da situação), Roberto de Andrade (candidato da situação) e Edu Gaspar (gerente de futebol).



Apesar de todos serem do mesmo grupo político, havia um rompimento com Mário Gobbi Filho, presidente na época. Ele, com o apoio do então diretor de futebol Ronaldo Ximenes, não concordou com os termos do acordo com o Dínamo e se recusou a assiná-lo.



Contrário à maneira como Andrés estava atuando, Gobbi já tinha a ideia da recusa na cabeça. Os valores da negociação só foram a "cereja do bolo" para o namoro terminar, de acordo com a diretoria da época.



A futura diretoria, que já havia dado entrada nos documentos para tirar o visto americano de Dudu para a pré-temporada nos Estados Unidos, foi obrigada a recuar. A desistência acarretou em uma nota dos empresários do jogador dizendo que o Corinthians estava se apequenando.



– Ele (Dudu) ficou muito próximo do Corinthians. Foi o Mário que não quis. Não foi nem que não teve dinheiro. Falam de chapéu, mas o Palmeiras não deu chapéu em ninguém. O Mário não quis. E não tiro a razão. É a mesma coisa de chegar hoje, nos meus últimos dias de gestão, aparecer um negócio e eu ter que assinar comprometendo o futuro, com um valor incerto. Também ficaria na dúvida – afirmou o ex-presidente Roberto de Andrade, antes de deixar o cargo, em fevereiro de 2018.



São Paulo desiste



Sem o Corinthians, o São Paulo voltou a ser o favorito a contratar Dudu. Mas não contava com a investida do Palmeiras, na época amparado pelos milhões do presidente Paulo Nobre.



No dia 9 de janeiro de 2015, Dudu e o empresário Bruno Paiva se reuniram com o então diretor de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, o executivo de futebol Gustavo Vieira de Oliveira e o advogado do clube Carlos Ambiel. Alinhados com o Dínamo, os tricolores acreditavam que fechariam o acordo naquela noite.



Segundo relatos de dirigentes do São Paulo, porém, Dudu e seu representante pediram um salário astronômico, muito acima do teto. A proposta ainda incluía o pagamento de um bônus por cada partida disputada. Ataíde recuou e encerrou as negociações.



O chapéu



O Palmeiras começou 2015 promovendo uma grande reformulação em seu elenco. Mas, entre as mais de 20 contratações, uma foi especial. Com Alexandre Mattos na diretoria depois de um bicampeonato brasileiro pelo Cruzeiro, o Verdão buscava não apenas reforçar o time como também dar um recado ao mercado.



Dudu surgiu como o nome ideal: bom jogador, com possibilidade de valorização e, claro, disputado pelos dois grandes rivais do Palmeiras. Era a oportunidade que Mattos esperava para uma chegada em alta ao clube. Funcionaria também como um carinho do clube ao torcedor que tanto sofreu naquele período.



Foto: Marcos Ribolli



Com os cofres cheios, Mattos acertou a compra de 50% dos direitos econômicos do atleta por 3 milhões de euros e anunciou a contratação na manhã de um domingo de forma inesperada. A notícia não vazou e pegou a todos de surpresa.



– Se alguém não respeitava o Palmeiras ou não sabia quem era o Palmeiras até agora, a partir deste momento, vai saber. Acima disso, do projeto do futebol, do elenco e do atleta, é um recado a quem um dia pensou em não respeitar o Palmeiras. O Palmeiras é grande e sabe como ninguém fazer as coisas certas – disse Mattos, dias depois da contratação.



Na chegada a São Paulo, o Palmeiras não economizou na provocação. Dudu apareceu no aeroporto com a camisa do clube e usando um boné, representando um chapéu.



A contratação de Dudu foi peça importante na reconstrução recente do Palmeiras. Em seus 180 jogos (45 gols), o atacante virou ídolo da torcida, conquistou a braçadeira de capitão e venceu os títulos da Copa do Brasil de 2015 e do Brasileirão de 2016. Neste domingo, o chapéu pode aumentar ainda mais com a taça do Paulistão.









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