A vitória por 1 a 0 no sábado passado, em Itaquera, deu aos palmeirenses a vantagem de largar na frente da disputa e foi importante também para a confiança do elenco.



O Verdão vinha de quatro derrotas consecutivas no Dérbi – o último triunfo havia sido em setembro de 2016. Além dos resultados negativos, o time começou a conviver com cobranças sobre a postura nas partidas contra o Corinthians, principalmente em Itaquera.



Coincidência ou não, o técnico Roger Machado e os atletas passaram a identificar o clássico da primeira fase, vencido pelos alvinegros, como o momento que fez a equipe se encontrar na temporada. De lá para cá, o Verdão engatou uma série positiva, largou na Libertadores com 100% de aproveitamento e se consolidou como dono da melhor campanha geral do Paulistão.



Roger Machado durante o treino aberto na arena (Foto: Marcos Ribolli)



Veja o que o Palmeiras deve explorar:

Aproveitar a força da torcida

A arena palmeirense estará lotada e com expectativa de quebra de recorde de público. Com presença 100% de torcedores do Verdão, o time de Roger Machado tem a promessa de grande apoio das arquibancadas neste domingo.



Um prévia foi vista no treinamento de sábado, na casa palmeirense. Pela primeira vez desde que o local foi reinaugurado, em novembro de 2015, o clube liberou a entrada dos torcedores para acompanhar o último trabalho de preparação da equipe antes do Dérbi. Cerca de 31.500 alviverdes estiverem presentes em uma grande festa.



Torcida lotou a arena no treino aberto de sábado (Foto: Marcos Ribolli)



O apoio, porém, não pode ser uma pressão a mais para os jogadores. A sintonia entre time e arquibancada é importante para evitar excessos, seja em tensão pela decisão ou de otimismo antes da hora.



Os ingressos para a final estão esgotados desde a última quarta-feira. Na arena, o Verdão já conquistou os títulos da Copa do Brasil de 2015 e do Campeonato Brasileiro de 2016.



Usar a experiência da semifinal

O cenário é muito semelhante. Depois de vencer fora de casa, o Palmeiras enfrentou o Santos no confronto de volta com a vantagem de poder empatar para garantir a classificação. Mas, depois de um jogo nervoso, o time de Roger Machado precisou dos pênaltis para confirmar a vaga.



Em desvantagem na disputa, é natural que o Corinthians, assim como fez o Santos nas semifinais, procure mais o ataque e tente pressionar. Para ter chances de título, os alvinegros precisarão de pelo menos um gol no domingo.



Jailson brilhou nos pênaltis contra o Santos (Foto: THIAGO BERNARDES/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)



Em Itaquera, o Palmeiras soube fechar bem os espaços para evitar avanços frequentes do time corintiano. Com um atleta a menos de cada lado em Itaquera – Felipe Melo e Clayson foram expulsos no fim do primeiro tempo –, as equipes precisaram modificar as táticas.



Uma forma de combater a natural pressão adversária é trabalhar mais a bola no meio de campo.



Atacar o Corinthians

Claro que é necessária uma atenção maior ao sistema defensivo, já prevendo uma postura ofensiva do Corinthians, mas isso não significa que o Palmeiras deve esquecer o ataque e se retrancar atrás os 90 minutos para jogar "apenas" pelo empate.



Se conseguir ter mais posse de bola, é maior também a tendência de o Palmeiras atacar o adversário. Se não houver surpresas na escalação, Roger Machado deve manter Borja como centroavante, com o apoio de Willian pelo lado esquerdo, Dudu pelo lado direito e Lucas Lima como articulador.



Uma das identidades da equipe em 2018 vem sendo a pressão na saída de bola do time adversário e a recuperação da bola no campo de ataque. Uma possível formação mais ofensiva do Corinthians pode dar mais espaços ao Verdão.



Manter padrão coletivo

O Palmeiras tem, sim, grandes destaques individuais do torneio – como Dudu, Lucas Lima, Jailson e Willian. Mas é o aspecto coletivo que tem reforçado ainda mais o Verdão de Roger Machado nesta temporada.



O time palmeirense chega para a segunda decisão do Paulistão com a melhor campanha (74,5% de aproveitamento), o artilheiro do torneio (Borja marcou sete vezes), o melhor ataque (média de 1,76 gol pró) e a melhor defesa (média de 0,58 gol contra).



Com time definido, o Verdão deve entrar em campo com praticamente a mesma base do início da temporada. Da estreia para cá, foram somente duas mudanças entre os titulares.



Na esquerda, Victor Luis aproveitou a ausência de Diogo Barbosa para se firmar – em grande fase – na lateral. No meio, Bruno Henrique entrou no lugar de Tchê Tchê e, além de melhorar o poder de marcação ao setor defensivo, deu mais qualidade na chegada ao ataque – o volante já marcou quatro gols em 2018.



Jogadores comemoram um dos gols contra o Alianza Lima (Foto: Marcos Ribolli)

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