48 anos de parceria: Ademir e César Maluco relembram histórias da bola

28/7/2014 08:14

48 anos de parceria: Ademir e César Maluco relembram histórias da bola

Amigos desde 1966, ídolos palmeirenses se encontraram no gramado na nova arena do Verdão e contaram histórias da época de jogador

48 anos de parceria: Ademir e César Maluco relembram histórias da bola

Amizade dura 48 anos (Foto: Reprodução You tube)



A história do Palmeiras tem 100 anos. A amizade entre Ademir da Guia e César Maluco dura quase a metade disso.



Se eles ainda fossem jogadores, certamente você veria fotos dos dois juntos em redes sociais, com hashtags como #parceria #amizadeétudo #toiss e coisas assim, vocabulário comum entre os boleiros de hoje.



Mas esses dois cariocas não fizeram parte da geração "selfie". Há 48 anos, quando se conheceram, celulares, tablets e internet eram palavras inexistentes no dia a dia. Foram unidos pelo Palmeiras, conquistaram títulos, viraram ídolos e, mesmo sem o convívio diário, ainda cultivam a parceria.



Na última semana, o GloboEsporte.com se encontrou com os dois ídolos palmeirenses no gramado da nova Arena do clube, o Allianz Parque, em São Paulo.



Mais do que um bate-bola de personagens que marcaram época no clube e participaram das principais glórias, o encontro foi um momento para ambos relembrarem boas histórias juntos (assista no vídeo acima). Histórias que o torcedor mais novo talvez não saiba. Momentos que o palmeirense mais velho gostaria de viver de novo...



- O Ademir, quando me vê, não me larga - brinca César Maluco, hoje aos 69 anos.





Academia de Futebol do Palmeiras, com César e Ademir, agachados, em frente à bola (Foto: Arquivo / Agência Estado)



Os dois não se largam mesmo. Desde 1966! Naquele ano, no dia 19 de novembro, César Lemos desembarcou em São Paulo para defender o Palmeiras, trocado por Ademar Pantera. Logo que chegou, foi levado ao clube por um carro verde e branco, conversível.



Ao observar a paisagem e o clima, o primeiro choque para quem nasceu em Niterói e estava acostumado com o calor carioca. Esse contraste começou a unir os dois jogadores. Na época, Ademir já era jogador do Palmeiras e fez questão de recepcionar bem o novo companheiro.



- Ele chegou com uma calça de linho branca e uma camiseta, e São Paulo estava com uma temperatura baixa. Na mala dele só tinha bermuda e camiseta... Aí eu expliquei que aqui era diferente, que era a "Terra da Garoa", que fazia frio, e fomos ao Mappin (tradicional loja de departamentos) para comprar uma roupas mais quentes - diverte-se Ademir.



- Eu saí de um lugar que a temperatura era 40 graus, pra vir para outro que estava 18. Eu não estava acostumado - defende-se o ex-atacante, segundo maior artilheiro da história do Verdão com 180 gols.





Ademir da Guia e César Maluco, antes de Palmeiras x São Caetano, pela Série B de 2013 (Foto: Marcos Ribolli)



Com o passar dos anos, dos gols e dos títulos, a amizade da dupla foi consolidada. Em 1972, ambos viajaram para Mar del Plata, na Argentina, para disputar o troféu que levava o nome da cidade. César Maluco estava incomodado, pois havia recebido o convite para desfilar pelo Salgueiro no carnaval daquele ano. O problema é que: ou o atacante disputava a competição, ou pedia dispensa para curtir o feriado no Brasil.



- Ele jogou dois jogos e foi expulso para curtir o carnaval - entrega Ademir.



- Eu fui expulso, tive de cumprir suspensão um jogo, mas o Oswaldo Brandão (técnico da época) queria que eu voltasse para o jogo final, mas eu não voltei - relembra César, que ganhou o apelido de "Maluco" por conta do seu jeito irreverente dentro e fora de campo.



- Deixa eu contar uma coisa: aí, naquele mesmo torneio, o Palmeiras foi campeão, mas os jogadores foram proibidos de sair do hotel depois da conquista. Só que o Ademir fugiu por uma escada de segurança e voltou às 4h. No outro dia, o jornal da cidade publicou: "Fuga en Palmeiras", contando que vários jogadores foram pra farra depois... Esse Ademir tem cara de bonzinho, mas é danado - diverte-se César, sorrindo, ao entregar o amigo.



- A gente foi comemorar, oras - defende-se Ademir.



César Maluco e Ademir da Guia, em lançamento de uniforme, no ano passado (Foto: Juliana Knobel/Frame/Ag. Estado)



Durante 30 minutos, Ademir da Guia e César Maluco ficaram relembrando histórias. Falaram do amor pelo clube, se impressionaram com as obras da futura arena do Verdão e chegaram aos dias de hoje juntos, no Palmeiras, mas de uma maneira diferente: na equipe de masters (jogadores veteranos).



Aos 72 anos, Ademir da Guia ainda joga. Entra em campo e participa das peladas durante 20 ou 30 minutos, no máximo. César não joga mais. Depois de uma operação na perna, tornou-se o técnico da equipe de ídolos do clube.



- Vou contar mais uma coisa pra você: o César adora me tirar de campo. Aí, teve um dia, que eu falei: "César, faz o seguinte: no terceiro erro você me tira". Ele ficou pensativo e não respondeu - conta Ademir.



- Claro. Como é que eu vou tirá-lo no terceiro erro de passe se ele não erra nenhum? - completa o amigo.



Foi nesse clima, entre risadas e elogios que os dois ídolos se despediram do encontro. No peito, eles não têm mais o fôlego de antes. Mas carregam, há 48 anos, a amizade e o amor pela Sociedade Esportiva Palmeiras.





César Maluco e Ademir da Guia, na nova casa do Palmeiras, o Allianz Parque (Fotos Sergio Gandolphi)



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10197 visitas - Fonte: Ge

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