Vindo de duas derrotas seguidas no Brasileiro e um empate em casa com o América-MG, Roger chega pressionado para o jogo. Mesmo com a melhor campanha da Libertadores, vaga garantida nas quartas de final da Copa do Brasil e um aproveitamento de quase 70% na temporada, existe revolta de parte da torcida com os maus desempenhos recentes. As três derrotas para o Corinthians em 2018 também pesam para a insatisfação sobre o trabalho, que é constantemente elogiado internamente.
Do outro lado, Aguirre vive uma "lua de mel" com o torcedor são-paulino. Desde que assumiu o time em março, ele superou um início instável e fez a equipe subir de produção. Já são 11 jogos de invencibilidade na temporada, e o São Paulo chegou a liderar o Campeonato Brasileiro depois de três anos.
A gestão do elenco também marca um contraste entre os treinadores. Roger procura repetir a equipe considerada titular o máximo possível e fez poucas alterações entre seus 11 preferidos desde o começo do ano. Mesmo com atletas como Dudu e Lucas Lima tendo rendimento abaixo do esperado nas últimas semanas, o treinador tem mantido sua formação ideal. Mudanças são raras, só mesmo em caso de desgaste físico ou suspensão.
Já Diego Aguirre dirigiu o time em 16 partidas desde que assumiu o São Paulo e jamais repetiu uma escalação. Apesar de ter uma espinha dorsal, formada por Sidão, Militão, Jucilei, Everton, Nenê e Diego Souza, o uruguaio adotou o rodízio de atletas.
É claro que as trocas acontecem também por causa de lesões e suspensões, mas tal estratégia serve para deixar o elenco ainda mais motivado e para mostrar que ninguém tem lugar cativo entre os titulares. Por outro lado, essa política rende críticas pela falta de entrosamento dos jogadores quando o time vive momentos difíceis.
Quando trabalhou no Atlético-MG, em 2016, Aguirre foi bastante questionado justamente por causa desse estilo de trabalho. Após derrota para o Tricordiano, por 4 a 2, no Estadual, a diretoria do clube pediu para que o rodízio acabasse. Na época, o uruguaio era alvo de reclamações dos torcedores, mas também recebia o apoio dos jogadores.
Outro ponto muito diferente entre Aguirre e Roger é o esquema tático. O são-paulino gosta de variar as formações e surpreender os adversários. No repertório deste ano, por exemplo, já colocou o Tricolor para atuar com três zagueiros, escalou o time com três volantes ou com linha de quatro defensores.
Roger, por sua vez, não costuma trocar o desenho da equipe de acordo com o rival e nem durante os jogos, mudando apenas as características das peças dentro do sistema. Neste sábado, os dois treinadores colocarão à prova estratégias distintas, em jogo que vale muito para devolver a paz ao palmeirense ou consolidar a arrancada recente do tricolor.
FICHA TÉCNICA
Palmeiras x São Paulo
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Data: 02/06/2018
Horário: 21h (de Brasília)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Assistentes: Bruno Boschilia e Victor Hugo Imazu dos Santos (PR)
Palmeiras: Jailson; Mayke, Antônio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Bruno Henrique (Moisés) e Felipe Melo; Keno, Lucas Lima (Hyoran) e Dudu; Willian. Técnico: Roger Machado
São Paulo: Sidão; Militão, Bruno Alves, Anderson Martins e Reinaldo; Jucilei e Hudson; Marcos Guilherme, Nenê e Éverton; Diego Souza. Técnico: Diego Aguirre
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