Havia no fim da tarde nas marges no Volga um calor sufocante, sem nem uma brisa soprando. Na Arena Samara, então, pela arquitetura lembrando um asteroide com cobertura metálica, a sensação era de estar jogando em um domingo de fevereiro em Porto Alegre, aqueles em que estão todos na praia, menos você.
Não bastasse esse cenário, o México entrou em campo cheio de impetuosidade. Isso fez com que os 22 primeiros minutos fossem aterrorizantes para a Seleção. Juan Carlos Osorio colocava seus três atacantes em cima dos zagueiros e de Casemiro. Os meias fechavam as saídas de Fágner e Filipe Luís.
Nesse cenário, o Brasil saia do seu script e usava a ligação direta. A bola chegava na zaga mexicana e vinha com meias e atacantes tramando, maliciosos, movediços, até a entrada da área. Ali, se instalava o pânico. Miranda, Thiago Silva e Casemiro se esparramavam no chão para bloquear os chutes.
Os mexicanos em campo enchiqueiraram o Brasil. Os mexicanos na arquibancada, em número bem superior, ensandeciam. Os brasileiros ensaiavam um "Nenhuuuum campeonatoooo", e eles vinham com um rugido:
— Bamo, bamo, bamo, Méééérrrico, olêêêê, Mérrrrricôôôô.
Ou então debochavam do Brasil quando seus zagueiros trocavam passes larerais aos cantos de "olé".
Mas isso durou exatos 22 minutos. Os mexicanos recuaram a marcação e passaram a dar espaços. Aos 25, Neymar driblou Álvarez na área, mas Ochoa salvou. O Brasil, então, criou chances efetivas. Aos 27, Ochoa tirou cruzamento no peito de Gabriel, que chutou, e o zagueiro cortou. Aos 33, Jesus limpou pela esquerda e chutou. Ochoa, de novo, salvou. No rebote, não fosse o pé do zagueiro, Coutinho teria feito. A Seleção ainda teria a cobrança de falta de Neymar, por cima, aos 40.
Os mexicanos voltaram para o segundo tempo com Layun, misto de lateral-direito, volante e meia no lugar da versão volante de Rafa Márquez, 39 anos, aquele mesmo do Barcelona que pegou o Inter em 2006. Osorio também colocou Álvarez, com cartão amarelo, na zaga e empurrou Salcedo para a lateral-direita.
O Brasil seguiu o mesmo e em cima do México. Logo aos 2min, Neymar tocou para Coutinho o escanteio curto. Ele derivou para o meio e chutou. Ochoa, de novo. O México teve a chance de abrir o placar em contra-ataque, mas o lateral Gallardo chutou em vez de passar. O jogo prometia. E cumpriu. Aos cinco, Neymar veio da esquerda para o meio e, na meia-lua, deu de calcanhar par Willian. Mas não parou de correr e entrou como um raio, de carrinho, para fazer o 1 a 0.
Os mexicanos na arquibancada se calaram. Os brasileiros, enfim, se fizeram ouvir.
— Pula sai do chão quem é pentacampeão!!
Até o som de um bumbo deu para ouvir aqui na Arena Samara. O Brasil jogava para a frente e dominava. Aos 13, Paulinho recebeu livre, mas o chute foi em cima do goleiro. Osorio abriu o time, colocou Layun na direita e Jonathan dos Santos no meio, tirando um zagueiro. Willian, o foguetinho, como Tite chama, ganhou o campo de que precisava. Aos 17, ele arrancou e chutou forte. Ochoa salvou. Aos 23, tabelou desde a defesa com Jesus e serviu Neymar. O chute foi quase uma tacada de sinuca, mas passou a centímetros do poste.
A esta altura, os brasileiros já debochavam sem medo dos mexicanos, apesar das arrancadas verticais de Vela e Lozano e do gás novo com Jiménez no lugar de Chicharito. Nem o cartão amarelo de Casemiro, o segundo, que o tira das quartas, arranhou a alegria. Na Arena Samara, ecoou alto:
— Ai, ai, ai, cuantas emociooooooneeees…
Tite, aos 29, fez a troca de sempre. Tirou Paulinho, extenuado, para colocar Fernandinho. Em seguida, colocou Firmino no lugar de Coutinho. Queria liquidar logo. E liquidou. Aos 43, Neymar arrancou pela esquerda e, dentro da área, tirou com o bico da chuteira de Ochoa. Livre, Firmino fez o 2 a 0 e garantiu as passagens para as quartas. Nos vemos em Kazan, na sexta-feira.
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5769 visitas - Fonte: Gaúcha ZH
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