Keno era o maior driblador do Campeonato Brasileiro. Como Roger gostava de dizer, o ex-camisa 11 era o jogador para a "vitória pessoal" – a situação de um contra um contra o marcador, a finta que desequilibra o sistema defensivo adversário. Quase sempre aberto na ponta, ele tinha como principais jogadas receber uma inversão de jogo para encarar o lateral rival no mano a mano ou acelerar no contra-ataque quando o Palmeiras recuperava a bola com campo para correr.
Com Scarpa, essas mecânicas de jogo devem se alterar bastante. O meia canhoto é um jogador muito mais de articulação do que de drible. O posicionamento inicial é o mesmo, aberto pela direita, mas Gustavo tem a tendência de sempre trazer a bola para o meio em seu pé esquerdo, e a partir daí encontrar um passe ou um chute.
Como o lateral Diogo Barbosa afirmou nesta semana, Scarpa pode oferecer coisas que Keno não oferecia. Apesar de perder as características mais incisivas do antigo titular, o Palmeiras deve ganhar em circulação de jogo e na bola parada. A opção de jogar com um jogador a mais de armação no meio-campo era algo que grande parte da torcida pedia desde o início do ano, e a qualidade de Scarpas nas batidas de faltas e escanteios é algo que também tem feito falta ao time.
A alteração também deve impactar em outras posições. O lateral direito Marcos Rocha, por exemplo, muitas vezes apoiava por dentro, deixando a beirada do campo para Keno tentar jogadas individuais. Agora, com a tendência de Scarpa de afunilar a jogada sempre que recebe na ponta, Rocha deve ter que fazer mais ultrapassagens por fora, buscando a linha de fundo e o cruzamento.
Dos três amistosos feitos pelo Palmeiras durante a excursão pela América Central na parada da Copa, Scarpa foi titular nos dois últimos, sempre partindo da ponta direita. Porém, saiu bastante desse posicionamento inicial, buscando o espaço às costas dos volantes adversários e entrando bastante na área – tanto que fez dois gols na vitória por 6 a 0 sobre a Alajuelense, da Costa Rica.
Caso Scarpa se mantenha como titular, a tarefa de ser o jogador mais incisivo do ataque deve ficar com Dudu, dono da posição do outro lado do campo, na ponta esquerda. O Palmeiras, aliás, recusou várias ofertas do Shandong Luneng, da China, pelo camisa 7 – a última, de 15 milhões de euros (R$ 67,3 milhões) – por entender que ele era essencial para a sequência da temporada, já que não havia peça de reposição à altura no mercado. Keno, por outro lado, foi liberado porque a diretoria entendeu que Scarpa poderia ser o substituto.
Para o próximo jogo do Palmeiras, contra o Santos, na quinta-feira (19), Dudu está suspenso. A vaga na ponta esquerda deve ficar com outro meia de origem, Hyoran, enquanto Lucas Lima ocupará a função central de armação, com Willian na referência do ataque. Será o primeiro teste para observar esse novo time, sem um dos destaques do primeiro semestre, mas com a expectativa de finalmente ter Gustavo Scarpa se firmando com uma sequência de jogos com a camisa alviverde.
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Sinceramente comparar Scarpa com Keno é ate sacanagem, Keno é um bom velocista e realmente tentava muitos dribles mais a maioria não funcionava, agora o Scarpa pra mim é jogador completo: Habilidoso, inteligente sabe o que fazer com a bola dando assistências , muito bom em bola parada, tem visão de jogo e pode atuar em várias posições. Sou 10 vezes mais Scarpa.
Scarpa será fundamental no time, joga muito!