No últimos seis jogos do Palmeiras sob o comando de Roger Machado, todos pelo Brasileirão, o Palmeiras sofreu sete gols, sendo nada menos que seis deles a partir de jogadas aéreas. Foram duas vitórias, três empates e uma derrota. O baixo rendimento (50%) nesses jogos foi a explicação do presidente Maurício Galiotte para a demissão de Roger. Nos seis primeiros jogos pelo Brasileirão após a saída de Roger, o Palmeiras conseguiu quatro vitórias e dois empates, e o aproveitamento subiu para 78%. A equipe não levou gol nessas partidas.
Para impedir que os ataques furassem sua defesa, o técnico Luiz Felipe Scolari reorganizou a equipe para que ela tirasse espaço dos oponentes. Com isso, o Palmeiras neutralizou o jogo aéreo adversário: foram 54% menos finalizações a partir de jogadas pelo alto, passando de 35 conclusões nos últimos seis jogos sob Roger Machado para 16 nos seis jogos seguintes.
Todos os sete gols sofridos nos últimos seis jogos sob o comando de Roger foram marcados de dentro da área – quatro na pequena área e três da direita da grande área. A "barreira" criada a partir do jogo contra o Paraná trancou a área palmeirense. Com a jogada aérea adversária neutralizada, a quantidade de arremates dos oponentes de dentro da área despencou de 42 para 15, uma redução de 64%. O número de finalizações a partir de troca de passes também caiu, de 39 para 22, uma redução de 44%. Embora o número seja significativo, não era com jogadas rasteiras que os adversários mais estavam conseguindo seus gols. A bola entrava muito mais no gol quando chegava por via aérea. O total de finalizações sofridas (aqui também são contabilizados os tiros de fora da área) caiu de 80 para 51, redução de 36%.
O mais importante de tudo é que a eficiência defensiva melhorou consideravelmente sem comprometer a força ofensiva. Nos dois recortes de seis jogos, o Palmeiras marcou nove gols. É preciso dizer que nos jogos disputados com Roger os adversários ocupavam, na média, a 9ª colocação, enquanto depois dele, os adversários estavam na média na 12ª colocação. Embora isso possa levar à conclusão de que Felipão enfrentou adversários mais fracos e por isso tenha números melhores, é preciso destacar que os gols sofridos em jogadas aéreas contra Ceará (20º colocado então), Santos (15º colocado) e Fluminense (11º) evidenciam que a fragilidade era explorada independentemente do nível do nível do adversário. Outra mostra disso é que o Palmeiras empatou fora de casa contra o Internacional (vice-líder do Brasileirão) sem ser vazado.
Muito bom esses trabalho estatístico. Continuem assim. ?