Naquele Brasileirão, o Palmeiras ostentava a liderança ao fim da 33ª rodada. Mas, nas cinco rodadas finais, a equipe paulistana somou apenas quatros dos 15 pontos ainda em disputa. Além de ter deixado escapar o título para o Flamengo, o time ainda não obteve a classificação à Libertadores de 2010 ao ser derrotado pelo Botafogo por 2 a 1, na última rodada.
"Eu creio que o empate daria a vaga para a Libertadores. Lembro que a gente chegou até com chance de ganhar o título. Tinha que ter muitas combinações. O campeonato estava tão maluco. O Santo André tinha que ganhar do Internacional fora [os gaúchos venceram por 4 a 1]. São Paulo e Cruzeiro tinham que perder [os paulistas bateram o Sport por 4 a 0 e os mineiros superaram o Santos por 2 a 1]. O Flamengo não podia ganhar do Grêmio [o Rubro-Negro ganhou por 2 a 1]. Era uma combinação difícil", disse Sacconi, que ainda recordou do doping do atacante botafoguense Jobson.
"O Jobson foi pego no antidoping no jogo contra a gente. Foi testado positivo e ele acabou com o jogo, fez um dos gols. Foi bem complicada essa situação", comentou.
Gratidão ao Palmeiras
Apesar de ter o seu nome gritado pela torcida alviverde, Deyvid Sacconi nunca conseguiu uma sequência de jogos com os treinadores Caio Júnior, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho. Parte disso foi devido à sequência de lesões que o jogador sofreu. A mais grave foi quando rompeu os ligamentos do joelho direito e ficou parado por cerca de oito meses.
O meia acabou emprestado por vários clubes. Mesmo assim, disse acreditar que não faltou atenção da comissão técnica e do departamento médico alviverde.
"O Palmeiras hoje tem uma estrutura espetacular e naquela época também já tinha. É um clube que nunca atrasa salários, que te dá todo o suporte que você precisa. Qualquer coisa que você precisar. Eu operei o joelho na época e tive a recuperação perfeita. É um clube que dá realmente tudo o que um jogador precisa", agradeceu.
Gol memorável
Em 28 de fevereiro de 2009, pelo Paulistão, a partida contra o Guarani teve momentos de drama, mas terminou de uma forma perfeita para a torcida palmeirense. Com dificuldades para superar a marcação bugrina, o treinador Vanderlei Luxemburgo mandou a campo Deyvid Sacconi no lugar de Marquinhos, que já havia perdido um pênalti.
Após sair do banco, a jovem promessa mudou o panorama do jogo e marcou o gol do triunfo palmeirense por 1 a 0 para ser ovacionado pela torcida.
"O gol contra o Guarani foi muito importante. Foi o clube que me formou e eu estava voltando a jogar após quase um ano e meio parado. Foi bem legal voltar naquela tarde e ter dado a vitória para o Palmeiras. Foi o jogo que realmente marcou para mim", analisou o meia que ainda recordou uma partida diante do Sport.
"O gol contra o Sport [pela 35ª rodada do Brasileiro de 2009] também foi importante para mim. Foi um jogo bem complicado. A gente não ganhou o jogo [Palmeiras perdia por 2 a 0], mas era um momento difícil. Eu fiz o primeiro gol e depois conseguimos o empate [2 a 2]", acrescentou.
Carreira de comentarista
Após jogar pelo Brasil de Pelotas na temporada passada, Deyvid Sacconi recusou ofertas para disputar a Série A-2 do Paulistão deste ano. O meia ainda pretende jogar por mais alguns anos, mas já planeja cursar a faculdade de Jornalista para se tornar comentarista esportivo.
"Por incrível que pareça, eu não sei se eu quero continuar no futebol como a maioria continua, como treinador, estar no meio do futebol. Mas tenho vontade de trabalhar como comentarista em rádio ou TV. Algo deste tipo. Já participei de alguns programas e eu me senti bem à vontade. Quero fazer uma faculdade de Jornalismo para aprender sobre a área, a parte técnica. Pensei justamente nisso por já ter a experiência no campo como jogador e aí você agrega a parte técnica, quem sabe?", comentou.
Entre os profissionais que o meia se espelha estão o ex-jogador Caio Ribeiro, da TV Globo, e o jornalista Cláudio Zaidan, figura emblemática da Rádio Bandeirantes.
"O Caio Ribeiro é muito sensato no que ele fala. Eu gosto muito dele. Mas acho o Cláudio Zaidan um cara sensacional. Eu o admiro e o escuto todos os dias. Ele é sensato. Os comentários dele não são maldosos. Ele me entrevistou uma vez quando eu estava no Azerbaijão [jogou pelo Khazar Lankaran]. Foi em 2014. Ele me perguntou como eram as coisas no Azerbaijão. O futebol, a cultura e tudo mais. Sou fã dele. Eu queria conhecê-lo um dia pessoalmente. Uma hora ou outra vai acontecer", disse o meia.
Elogios do ídolo
Em contato com o UOL Esporte, Zaidan agradeceu o carinho de Saconni e afirmou que recordava da entrevista mencionada pelo meia.
"Fico muito honrado com essa observação que ele fez, uma generosidade dele. Eu me lembro desta entrevista porque foi muito interessante. Uma coisa é o jogador ir para o país com outra cultura, com outra alimentação, idioma que não domina em nada e ir lá e jogar bola até quando for possível e tal. Outra coisa é o jogador querer conhecer o país, tentar entender o lugar onde ele está, tentar compreender a cultura local. Ele demonstrou inteligência, capacidade de adaptação em um país muito diferente", comentou Zaidan.
O jornalista ainda comparou a experiência vivida por Sacconi com à do ex-meia Alex, que também se destacou no Palmeiras e foi ídolo no Fenerbahçe.
"Isso também aconteceu com o Alex na Turquia. Ele conhece a cultura turca, a história moderna da Turquia depois do fim do Império Romano. Por isso ele é o que é perante o torcedor turco. O futebol é um troço maluco. O sujeito, às vezes por causa das exigências da profissão, vai para um lugar onde ele deixa de ser visto. Mas ele [Sacconi] sempre foi um jogador muito bom", acrescentou.
VEJA TAMBÉM
- ÍDOLO DE SAÍDA? Após mau momento, Raphael Veiga é alvo de clubes do exterior
- Discurso Motivacional de Abel no Vestiário: Chave da Virada do Palmeiras na Libertadores.
- Luis Guilherme candidata-se a solucionar má fase de Veiga no Palmeiras
26145 visitas - Fonte: UOL
Mais notícias do Palmeiras
Notícias de contratações do Palmeiras
Notícias mais lidas
Acho que Muricy fez de propósito São Paulino
Aquele título qm tirou do Palmeiras foi a incompetência de Muricy Ramalho