Detalhes táticos, ambiente e diferenças para o time de agora: como jogava o Palmeiras campeão da Copa Libertadores de 1999

16/6/2019 11:08

Detalhes táticos, ambiente e diferenças para o time de agora: como jogava o Palmeiras campeão da Copa Libertadores de 1999

Detalhes táticos, ambiente e diferenças para o time de agora: como jogava o Palmeiras campeão da Copa Libertadores de 1999

16 de junho é uma data marcante para o torcedor palmeirense. Há exatos vinte anos, o Palmeiras conquistava pela primeira vez a Copa Libertadores da América, em cima do Desportivo Cali, da Colômbia, no antigo Palestra Itália.



Hoje o Yahoo Esportes relembra essa conquista histórica de uma maneira diferente. Mergulhamos no mundo tático daquele ano e trazemos como que aquele Palmeiras de Felipão jogava. Para isso, conversamos com dois jogadores que foram peças fundamentais para a conquista da América. Alex e Zinho, dois atletas, que junto com os seus outros companheiros, alcançaram o topo da competição.



TRAJETÓRIA



Após uma fase de grupos conturbada, o Alviverde paulista viveu grandes embates na fase mata-mata. Todos os jogos testaram o coração do torcedor Palmeirense de algum modo, mas, no final, a caminhada valeu a pena.



O meia Zinho analisou a campanha do Porco. “Foi uma campanha difícil, tivemos pela frente grandes equipes. Começamos bem no grupo, mas oscilamos. Tive o momento de maior pressão da minha carreira contra o Corinthians, nas quartas de final. Tive a responsabilidade de bater o pênalti decisivo”, relata Zinho.



Em seu grupo, o Palmeiras enfrentou o Corinthians, Cerro Porteño (PAR) e Olimpia (PAR). Com três vitórias, o Alviverde terminou na segunda colocação. Na fase mata-mata, a equipe teve pela frente o Vasco, Corinthians, River Plate e, na grande decisão, o Desportivo Cali, da Colômbia.



O grupo de 1999 tinha os seguintes jogadores: os goleiros Marcos, Velloso e Sérgio, os zagueiros Júnior Baiano, Cléber, Roque Júnior, Rivarola e Agnaldo, os laterais Arce, Júnior, Neném e Rubens Júnior, os volantes César Sampaio, Rogério, Galeano, Tiago Silva e Pedrinho, os meias Alex, Zinho e Jackson e os atacantes Paulo Nunes, Oséas, Evair, Euller e Juliano.



Felipão tinha ótimas opções dentro do seu plantel. Atacantes de lado e de área, meias técnicos, volantes combativos e com um ótimo passe, laterais que apoiavam e uma defesa segura no chão e pelo alto. Um time que marcava muito e procurava jogar de forma vertical.



O ESQUEMA TÁTICO E A IDEIA DE JOGO



O time base do Palmeiras no 4-3-1-2, com um losango no meio. Esquema variava para o 4-2-2-2. Cesar Sampaio, também, atuou como primeiro volante. Com isso, Rogério ocupava o lado direito.Ver as imagens

O time base do Palmeiras no 4-3-1-2, com um losango no meio. Esquema variava para o 4-2-2-2. Cesar Sampaio, também, atuou como primeiro volante. Com isso, Rogério ocupava o lado direito.

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O Palmeiras tinha como ideia um jogo agressivo e vertical. Para isso, Oséas era uma peça importante. Era a referência da equipe. O nove que fazia o pivô e abria espaços para quem chegava de trás. Paulo Nunes era o segundo atacante. Jogava aberto pela direita, mas fazia o movimento de ir de fora para dentro, dando espaço para Arce chegar pela lateral. Aliás, os laterais tinham um papel importante nesse apoio. Na saída curta, eles ficavam próximos dos meias. Com isso, eles tinham o corredor para atacar e apoiar os ataques.



O losango do meio de campo do Palmeiras. Triangulações eram normais pelos lados.Ver as imagens

O losango do meio de campo do Palmeiras. Triangulações eram normais pelos lados.



Os cruzamentos eram uma das armas de Felipão. Para isso, a equipe utilizava um padrão para ocupar a área do adversário, como você pode observar na imagem abaixo. Arce, o lateral-direito, era mortal nos cruzamentos e nas cobranças de faltas. Foi de extrema importância para a grande campanha do Palmeiras.



Padrão nos cruzamentos palmeirenses. Primeira trave, meio e um jogador mais próximo da segunda trave. Por vezes, um quarto atleta chegando dentro da áreaVer as imagens

Padrão nos cruzamentos palmeirenses. Primeira trave, meio e um jogador mais próximo da segunda trave. Por vezes, um quarto atleta chegando dentro da área



Alex e Zinho tinham uma conexão dentro de campo, variavam e trocavam de posição, como conta o camisa dez. “Meu papel era completar o meio campo. Eu era o terceiro atacante e o quarto homem do meio. Mas tinha muitas responsabilidades táticas. Era motivo até de boas discussões nossas. Era um time de muita qualidade técnica e que podia ser mais frouxo, mas a preferência do Felipão era por uma equipe mais forte e de marcação mais dura. Um pragmatismo em busca de vencer”, disse o meia. Zinho, em nosso bate papo, o descreveu como articulador e organizador do time.



O camisa dez ainda ressaltou a importância do ambiente, do dia a dia, para o sucesso da equipe. “O dia a dia era tenso. Briga por posição e tínhamos grupos bem definidos dentro do elenco. Mas ali o Zinho deu aula. Tem uma frase dele que carreguei sempre. Ninguém precisa ser amigo. A camisa do Palmeiras está acima de tudo. Era o que fazíamos. O título da Libertadores era obsessão daquele grupo desde 1997. E a sede e objetivos pessoais foram sempre colocados à disposição do grupo”, completou Alex.



ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA



Sem a bola, o desenho era mantido. Um losango que movia de acordo com o lado que o adversário atacava, com um meia sempre auxiliando o lateral, como vocês podem observar na imagem abaixo. Adaptações aconteciam de acordo com o adversário. Dependia da forma e esquema que o rival atacava.



O losango sem a bola do Palmeiras. Nesse momento, Cesar Sampaio atua como primeiro volante e Rogério na direita. O 4-3-1-2. Zinho próximo de Júnior para auxiliar o lateral pelo ladoVer as imagens

O losango sem a bola do Palmeiras. Nesse momento, Cesar Sampaio atua como primeiro volante e Rogério na direita. O 4-3-1-2. Zinho próximo de Júnior para auxiliar o lateral pelo lado

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A equipe era agressiva e marcava de forma zonal, com os meias tendo um papel importante na proteção dos laterais, principalmente na transição defensiva (compensações), que alternavam em suas descidas ao ataque. Zagueiros com perseguições longas para impedir as chegadas do adversário.



99 X 2019



O 4-2-3-1 atual do Palmeiras

O 4-2-3-1 atual do Palmeiras

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Taticamente não são iguais. O Felipão de hoje joga no 4-2-3-1, com variações diferentes, mas com algumas semelhanças. O papel do pivô segue sendo importantíssimo. No time de hoje em dia, Deyverson é o responsável pela função, com o objetivo de tirar os zagueiros e abrir espaços para quem chega de trás. Em 99, Oséas era quem fazia isso.



O futebol mudou, a parte tática evoluiu, mas uma coisa segue a mesma: a mentalidade dos times do treinador do Palmeiras, o pragmatismo de suas equipes. Um time que marca forte, realiza encaixes e joga, de forma direta, pelo resultado, como conta o meia Alex.



“O pragmatismo por vencer é o mesmo. Sem a preocupação de um futebol onde privilegie a qualidade técnica do jogo. Vamos vencer, independente de como faremos isso. Isso é igual. Mas para por aí. Os times são muito diferentes. Em termos táticos mudou de acordo com as mudanças do jogo. Éramos 4-2–2-2 variando para 4-3-1-2, com mudanças de posição entre mim e o Zinho. Hoje ele joga com dois abertos e um atacante. Taticamente mudou, mas de mentalidade é parecido”.



Uma coisa é certa: a sede por vitórias, uma marcação agressiva, um pivô bem feito e um jogo vertical, seguem sendo pontos-chave da trajetória de Felipão.



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3585 visitas - Fonte: Yahoo!

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agnaldo ferreira     

Obrigado Felipão somos muito gratos por ter nos escolhido ba época e hoje , calou na epoca e esta calando hoje a boca dos cornetas e amendoins que hj sao Nutella vc foi e sempre sera o primeiro e maior técnico dr nossa história

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