Vitor Hugo fala sobre sua evolução, Mano Menezes e fase ruim do Palmeiras passar

16/9/2019 10:49

Vitor Hugo fala sobre sua evolução, Mano Menezes e fase ruim do Palmeiras passar

Vitor Hugo fala sobre sua evolução, Mano Menezes e fase ruim do Palmeiras passar

Nos últimos dois anos, Vitor Hugo cansou de receber mensagens de palmeirenses na internet pedindo seu retorno. Mesmo na Fiorentina (ITA), o zagueiro manteve laços fortes com o elenco e torcida alviverdes, e não titubeou ao ter a primeira chance de jogar novamente pelo Verdão.



Ainda em seu auge físico, o defensor de 28 anos de idade deu de ombros com a possibilidade de seguir na Europa - o Besiktas (TUR) havia lhe procurado. Uma conversa com Alexandre Mattos foi suficiente para convencê-lo de que deveria voltar para o clube que o projetou e onde conquistou a Copa do Brasil de 2015 e o Brasileiro de 2016.



Só que ao retornar, o Palmeiras vivia um princípio de crise, que tornou-se bem intensa a partir da queda de rendimento no Brasileiro e a eliminação na Libertadores que culminaram em seguidos protestos. Com as vitórias diante de Goiás e Fluminense sob o comando de Mano Menezes, o camisa 4 brincou que o céu "começou a clarear" na Academia de Futebol.



Titular nos últimos três jogos, Vitor Hugo tem 135 partidas e 13 gols pelo Verdão. Prestes a entrar no top-10 de zagueiros que mais marcaram pelo clube, ele deu entrevista ao LANCE! e disse o quanto evoluiu em duas temporadas na Itália, como é forte sua relação com a torcida e quais as primeiras impressões sobre a nova comissão técnica.



Vocês vinham de um ambiente bastante tenso, e o quanto as últimas duas vitórias serviram para acalmar a pressão?

Vitor Hugo: Foram duas vitórias bem importantes para nós, estávamos em um momento turbulento e cheguei no meio da tempestade. Graças a Deus as coisas começaram a melhorar, o céu começou clarear e as vitórias voltaram para dar confiança ao nosso grupo, que é muito forte. Agora vamos tentar continuar fazendo bem.



Até por sua experiência no Palmeiras, qual foi sua participação no vestiário para dar apoio, mesmo quando não estava jogando na crise?

Eu, como cheguei no meio, não peguei do começo, estava em um clima um pouco diferente. Eu sempre chegava perto de alguém para passar tranquilidade, elogiar o time. Começamos a mostrar em campo e os resultados vêm ao natural. Bom pegar a confiança de volta em um elenco bom como o nosso para brigarmos por coisas grandes neste ano.



Em 2016, você viveu também uma sequência dura, inclusive com goleada para o Água Santa e meses depois venceram o Brasileiro. Aquele episódio serviu também para tranquilizar seus companheiros nesta fase?

Peguei uma fase difícil, neste jogo específico eu não estava, lá em Presidente Prudente, e na volta até jogaram pedras no ônibus, mas nem se deve tocar no assunto para não instigar. Mas o Palmeiras é gigante e é movido a resultado, o torcedor e nós gostamos muito de vencer. Quando as coisas não saem como espera, normal ficarem bravos. Agora o ambiente está melhorando e esperamos continuar crescendo.



Você já é o segundo zagueiro do elenco com melhor média de desarmes no Brasileiro, só atrás de Luan, e é o zagueiro que mais acerta passes. O quanto você considera que evoluiu na Itália?

Eu sinto que voltei mais maduro, falando profissionalmente, mais pronto para jogar. Os dois anos na Itália me ensinaram muito na parte técnica e tática. Aos poucos estou mostrando isso, espero seguir evoluindo.



Pode dar exemplos de conceitos que desenvolveu na Fiorentina?

Posicionamento tático da equipe, balanço, fechamento. Até o posicionamento quando a bola está livre e você precisa estar pronto para bloquear, adiantar a linha. Vários detalhes que você vai juntando uma coisa na outra e fala: 'caramba...'. Até aqueles passes por dentro, que sempre acha alguém livre, é interessante. Você vai praticando, e eu pratiquei por dois anos quase todos os dias, acaba virando automático.



A sua decisão de voltar ainda jovem ao Brasil vai na contramão da maioria dos atletas, ainda mais tendo ofertas para seguir na Europa, como no seu caso. Qual foi o principal motivo para retornar ao Palmeiras?

Quando eu cheguei aqui, tinha o desejo de fazer um bom trabalho no Palmeiras e se tivesse a chance saber como era jogar fora. Deus abençoou, fomos campeões da Copa do Brasil e do Brasileiro, e eu consegui sair. Adorei a experiência, o começo foi complicado, a adaptação, mas quando peguei o jeito, amei. Eu e minha família adoramos Firenze até hoje. Mas trocou a diretoria do clube, queriam movimentar alguns jogadores. Realmente tive propostas para ficar na Europa, mas o Alexandre (Mattos) me ligou. Aí não dá, né? (risos) Já tinha prometido que iria voltar. Não pensei duas vezes, falei "sim" na hora. Voltei para um elenco forte como o nosso, esperamos brigar por vários títulos aqui no Verdão, a partir deste ano já, se Deus quiser.



Enquanto jogava na Fiorentina você assistia aos jogos do Palmeiras? Viu a partida do título brasileiro?

Vi! Vi em casa, tinha uma TV em casa que transmitia canais brasileiros, eu estava torcendo muito. Quando o Willian alcançou aquela bola (contra o Vasco), eu achei que não ia chegar. O Deyverson fez o gol e eu não acreditei, foi uma felicidade grande. Mandei mensagem para o Fernando, para o Dudu, dando parabéns.



Você manteve contato com quais jogadores depois de deixar o Palmeiras?

De vez em quando mandava mensagem principalmente para o Fernando Prass, que era com quem eu tinha mais afinidade. Mas mandava também para o Thiago (Santos), para o Dudu. É legal manter esta afinidade, esta relação com pessoas que marcaram nossa vida.



Você está a um gol de entrar no top-10 de zagueiros artilheiros do Palmeiras. Sua primeira passagem ficou marcada por muitos gols. Passa pela sua cabeça de entrar na história do Palmeiras dessa forma?

Cara, minha primeira passagem aqui foi, realmente, muito boa. Acima do que esperava. Fiquei até surpreso pelo tanto de gol que consegui fazer. Foi um ponto muito positivo. Mas, junto com isso, vem a cobrança. Eu mesmo me cobro muito para ajudar ainda mais a equipe. Mas procuro não pensar muito nisso. Foco mais na parte defensiva, para não tomar gols, como acabamos tomando em algumas partidas. Precisamos tentar melhorar isso. E, se Deus quiser, os gols vão sair naturalmente lá na frente. Não vou me pressionar por causa disso. Mas seria uma marca muito bacana de atingir.



E vai dar pirueta?

(Risos) Se Deus quiser, vou voltar a dar cambalhotas.



A torcida pensa muito em uma dupla sua com o Gustavo Gómez. Vocês só jogaram juntos, até agora, na derrota por 3 a 0 para o Flamengo, e o Gómez acabou expulso. Tem alguma dificuldade de ajuste entre vocês?

Não. O professor que escolhe. O Gustavo é destro, é diferente. Sou canhoto, sempre jogo pela esquerda mesmo, até pela preferência de perna. É escolha do professor. O que ele mandar, qualquer um, pelo elenco que temos, dará conta do recado. O Luan, o Gustavo, o Antônio Carlos e o Edu (Dracena) são todos jogadores top do Brasil. Precisamos aproveitar o elenco bom que temos e dar dor de cabeça para o professor Mano.



Você chegou a jogar com três zagueiros na Itália?

Jogamos alguns jogos. Principalmente quando o Astori ainda era vivo, jogava ele pela esquerda, eu de (zagueiro) central e o Pezzella pela direita. De vez em quando jogamos assim, mas não foram muitas vezes, não treinamos muito assim. Foi um jogo ou outro, e deu para ter uma base. Mas, na saída de bola, era com três zagueiros e na marcação voltava com duas linhas de quatro. Vamos ver e esperar o que o professor vai fazer.



Teve algum movimento ou tático que você fazia no Brasil e te tiraram na Itália?

Eu esperava muito para escapar, acreditava muito na velocidade, e falavam que (na Itália) era um pouco diferente. Fui me adaptando a isso. Tanto para escapar quanto para balançar de um lado para outro. Principalmente o primeiro treinador que tive lá, o Stefano Pioli, me ensinou muito e ajudou demais nessa parte tática, porque foi zagueiro também, tinha uma base muito boa para isso. Às vezes, era até chato demais, me cobrava muito, mas, no fim, eu sabia que era para o meu bem. Só cobram de quem acha que pode render mais. Por isso, agora, procuro ir (para a dividida) antes, para desgastar menos. Não com menos intensidade, mas tentando antever um pouco a jogada também.



Como tem sido os primeiros trabalhos com o Mano Menezes e sua comissão técnica?

Bem interessante. Estou achando bem legal. Gostam de trabalhar bastante, principalmente a posse de bola. Pedem muito para ficarmos com a bola no pé. Se estiver fechado de um lado, não tentar o chutão, mas voltar. Só em última instância, último caso mesmo, chutar para frente. É para procurar não chutar de qualquer forma, mas procurar os atacantes em um espaço vazio. E trabalhar bastante a bola, usar bastante o giro entre os zagueiros e até o goleiro, se necessário. É bacana, porque é um futebol que te deixa com a bola e, quando você está com a bola, não toma gol.



As presenças de Jorge Jesus, no Flamengo, e Jorge Sampaoli, no Santos, aumentaram as comparações de técnicos estrangeiros com os brasileiros. São muito diferentes mesmo?

Alguns. Não gosto de falar muito mal de treinador, mas é diferente, sim. Principalmente a parte tática. Os estrangeiros visam muito mais o posicionamento do grupo e do time do que a bola e os adversários. Mas é lógico que não gostam de deixar adversário livre. Não é por marcar posicionado que vai se deixar o atacante receber a bola dentro da área, sem fazer nada, só fechando espaço. Gostam que a gente chegue junto, principalmente na Itália, que é onde o setor defensivo é muito forte.



Quando começou a se falar da possibilidade de voltar, a torcida já se animou. Sua primeira passagem ficou marcada por esse carinho dos palmeirenses com você. Como tem sido esse retorno?

Muito lega, cara. Muito bacana mesmo. De verdade. Eles me respeitam, e também respeito todos. É legal ver esse relacionamento assim. Tento retribuir dentro de campo todo o carinho que eles me dão fora de campo, porque sabemos que os representamos lá dentro, e são 18 milhões, 20 milhões... Bacana demais esse relacionamento que eles têm comigo, principalmente pelo carinho desde que cheguei. Sempre me abraçaram. Teve alguns momentos difíceis, falhas, e me apoiaram, incentivaram, recebi várias mensagens. Agora, fiquei muito feliz de saber que fui muito bem-vindo, principalmente pela torcida, mas, também, pelos meus companheiros aqui dentro do clube, o pessoal do staff que trabalha conosco... Todos me receberam muito bem. Aqui, me sinto em casa. Não tem nem o que falar.



Durante os dois anos na Fiorentina, foram muitas mensagens pedindo sua volta?

Demais. Dois anos, cara. Durante os dois anos, quando eu postava foto, em todas tinha um "Volta, monstro", "Volta logo para o Verdão" e "Você fica bem de verde" quando a Fiorentina jogava de verde. O pessoal gostava bastante e me acompanha bem mesmo. É muito legal esse relacionamento meu com a torcida.







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