Em 100 anos de história, o Palmeiras ajudou a consolidar termos que extrapolaram o mundo do futebol e hoje fazem parte do dia de dia de muitos brasileiros, como as expressões “acabou em pizza” e “corneteiros”. O clube contou também com jogadores que, de tão famosos, se tornaram ícones, com marcas próprias – como o “Divino” e o “Santo”. O GloboEsporte.com reúne alguns desses termos no glossário do Verdão:
Academia de Futebol
a.ca.de.mi.a-de-fu.te.bol
lat academia ingl foot-ball
Nada de ginástica ou musculação. Para os palmeirenses, academia tem um significado mais técnico do que físico. Na década de 1960, o Verdão foi o único time a parar o quase invencível Santos de Pelé. Os jogos do time alviverde passaram a ser conhecidos como “aulas de futebol”, muito em função da qualidade técnica de Ademir da Guia. Na década de 1970, o Verdão ainda teve uma segunda geração da Academia – também com Ademir no time. Para eternizar o termo, o clube resolveu batizar o seu centro de treinamento, construído no início da década de 1990, na Barra Funda, como a “Academia de Futebol”. A ideia é que, enquanto muitos têm CT, só o Palmeiras tem uma... Academia!
Alamedas do Palestra
a.la.me.das-do-pa.les.tra
cast álamo+eda gr palaístra
No jargão jornalístico, quando uma fonte do clube passava uma notícia de bastidor, os repórteres mais antigos diziam que a informação “corria pelas alamedas do Palestra”. O termo foi consagrado pelo apresentador Roberto Avallone, na TV Gazeta.
Animal
a.ni.mal
lat animal
Termo criado pelo locutor Osmar Santos, da Rádio Globo, para elogiar o craque do jogo, a quem chamava o “Animal da partida”. Como Edmundo foi votado diversas vezes como o melhor atleta em campo durante o Paulistão de 1993, a torcida do Palmeiras eternizou o camisa 7 com esse apelido. E teve direito até música especial das arquibancadas: “Au au au, Edmundo é o Animal”.
Campeão do Século
cam.pe.ão-do-sé.cu.lo
longobardo kampio, via ital e fr + lat saeculu
Maior vencedor de títulos nacionais do Brasil, o Palmeiras adotou o termo “campeão do século passado”, usado pela primeira vez pela Federação Paulista de Futebol, nos anos 90. A expressão foi adotada pelo clube e é motivo de orgulho dos torcedores.
Co-gestão
co-ges.tão
co+(lat gestione)
Quando os grandes contratos de patrocínio ainda não existiam, o Palmeiras surgiu logo com um modelo que parecia revolucionário – o da co-gestão. A Parmalat, empresa de laticínios consagrada na Itália, queria entrar no Brasil e resolveu se associar ao clube para que sua marca se tornasse popular. Comprou diversos craques, mas se manteve responsável pela gerência do departamento de futebol, especialmente na figura de José Carlos Brunoro. Outros clubes brasileiros tiveram parcerias semelhantes, mas nenhuma com tantos títulos.
Corneteiros
cor.ne.tei.ros
corneta+eiro
Nos anos 30, funcionários da fábrica de instrumentos musicais “A Corneta” aproveitavam a proximidade do estádio Palestra Italia para acompanhar alguns treinamentos da equipe durante o horário de almoço. Eles se reuniam para comentar e, claro, criticar os lances da equipe. Como as reclamações superavam os elogios, eles ficaram conhecidos como “a turma da corneta” ou “os corneteiros”. Mais uma expressão que se popularizou a partir do Palmeiras.
Divino
di.vi.no
lat divinu
Ademir da Guia nasceu no Rio de Janeiro com o futebol nas veias. Filho do zagueiro Domingos da Guia, ele seguiu os passos do pai no esporte. Ambos tinham um estilo clássico e técnico, e até por isso Ademir herdou o apelido “Divino” do pai, zagueiro conhecido como “Divino Mestre”. Depois de iniciar carreira no Bangu, Ademir desembarcou em São Paulo com apenas 19 anos. E no Verdão permaneceu por 901 partidas, diversos títulos e o reconhecimento como o maior atleta da história do clube.
Gol da piscina
gol-da-pis.ci.na
ingl goal + lat piscina
Na última reforma do estádio Palestra Itália, antes da transformação no Allianz Parque, o clube optou por manter o formato de ferradura do local. Assim, o espaço nunca foi totalmente fechado e, por isso, era possível ver as piscinas da sede social alviverde. Em dias de jogos à tarde, alguns associados aproveitavam para tomar sol e saltar dos trampolins, mas sempre de olho na partida do Palmeiras.
Jardim Suspenso
jar.dim-sus.pen.so
fr jardin + lat suspensu
Uma das diversas etapas de modernização do estádio Palestra Itália começou no fim da década de 1950. Além da reconstrução da arquibancada, dobrando a capacidade do local, o clube optou por elevar o nível do campo (assim acabando com o problema das enchentes na região) e construir vestiários no subsolo. O novo estádio foi reaberto em setembro de 1964.
Leão-Eurico-Luis-Pereira-Alfredo-Zeca-Dudu-Ademir-Edu-Leivinha-César-Nei
se.le.ção
lat selectione
Dificilmente um torcedor do Palmeiras não sabe de cabeça a escalação da segunda Academia do Verdão. Tanto que a formação do time comandado por Oswaldo Brandão é praticamente uma única palavra composta por diversos craques. Referência do futebol brasileiro na década de 1970, a Academia conquistou duas vezes o Campeonato Brasileiro (1972 e 1973).
Maluco
ma.lu.co
artilh(aria)+eiro
César Lemos deixou o Flamengo ainda garoto para jogar no Palmeiras. Após uma temporada emprestado ao futebol paulista, a diretoria do Verdão não poupou esforços para ter o jogador em definitivo no clube. Atacante explosivo e goleador, César chamava a atenção também por seu estilo “Maluco” nas comemorações, quando subia no alambrado do Pacaembu para festejar um gol com os torcedores. O apelido até não foi bem aceito no começo, mas enche de orgulho o segundo maior artilheiro da história do Verdão, com 180 gols.
Matador
ma.ta.dor
matar+dor2
Evair foi um dos atletas mais marcantes da história do Palmeiras. O atacante foi o craque do time que tirou o Verdão da fila, em 1993, e peça importante no plantel que conquistou a Libertadores de 1999. O estilo calmo, técnico e frio era praticamente implacável dentro da área. Goleador, ele ganhou apelido da torcida de “Matador”. No total, Evair fez 245 jogos pelo clube e marcou 127 gols.
Muralha Verde
mu.ra.lha-ver.de
lat muralia + lat viride
Oberdan Cattani é um dos maiores símbolos da centenária história alviverde. Defensor do Palestra Italia, marcou época na década de 1940, quando passou a ser conhecido também como a “Muralha Verde”. Um dos maiores goleiros da sua geração, Oberdan fez parte da Arrancada Heroica palmeirense e do título mundial de 1951.
Pai da bola
pai-da-bo.la
lat patre + lat bulla
Waldemar Fiúme marcou época no Palmeiras. Ele chegou ao clube, ainda como Palestra Italia, em 1941, e permaneceu até o fim da sua carreira, em 1958. Habilidoso, atuou como meia, volante e zagueiro, o que o rendeu o apelido de “Pai da Bola”.
Porco
por.co
lat porcu
No começo, os palmeirenses não gostaram. Afinal, tratava-se de um apelido jocoso, dado pelos arquirrivais, os corintianos. Com o passar do tempo, porém, os alviverdes foram adotando o porco como um “mascote extraoficial” (o Periquito é, até hoje, o símbolo usado pelo clube). “Dá-lhe, porco” é hoje um dos gritos mais tradicionais da torcida.
São Marcos
san.to
lat sanctu
Marcos deixou a reserva durante a disputa da Libertadores de 1999 e não saiu mais da equipe até a sua aposentadoria, em 2011. Eleito craque do título continental naquele ano, o goleiro conquistou a torcida com atuações brilhantes e defesas inesquecíveis. Após duelo contra o Corinthians, no primeiro duelo das quartas de final da Libertadores daquele ano, Marcos teve atuação de destaque. Os “milagres” naquele clássico o renderam o apelido de “São Marcos” e “Santo” dos alviverdes.
Tudo acaba em pizza
tu.do-a.ca.ba-em-pit.sa
lat totu + verb a1+cabo+ar2 + ital pizza
O Palmeiras é conhecido por ter uma disputa política bastante acirrada e turbulenta desde os primeiros dias de sua fundação. E em uma dessas noites, na década de 1960, após muitas discussões em uma reunião entre conselheiros, todos deixaram o clube e, juntos, foram comer em uma pizzaria próxima ao local. O jornalista Milton Peruzzi então resolveu dar como manchete do jornal “A Gazeta Esportiva” do dia seguinte que a crise alviverde havia terminado em pizza. A partir daí, a expressão ganhou vida e se tornou presente no cotidiano dos brasileiros.
Turma do amendoim
tur.ma-do-a.men.do.im
lat turma + tupi manduuí com lat vulg amendula
Luiz Felipe Scolari assumiu o Palmeiras em 1997 para iniciar uma transformação no clube. O futebol técnico da época da Academia foi deixado de lado e substituído por um time defensivo e aguerrido. Os torcedores mais tradicionais não aprovaram a nova formação e iniciaram uma disputa com o treinador. Como o banco de reserva do Verdão ficava localizado em frente ao setor das cativas, Felipão sempre ouvia críticas e reclamações. Até que um dia resolveu rebater. Em tom irônico, o treinador citou a "Turma do Amendoim" ao falar que os torcedores estavam nervosos porque se sujavam com os amendoins que comiam durante os jogos.
Verdão
ver.dão
lat grande com lat viride
A cor do uniforme do Palmeiras é tão vibrante que virou sinônimo do clube. Vários modelos de camisa foram usados ao longo da história. Azul, vermelho, amarelo, prata, laranja (para os goleiros)... quase todas as cores já foram usadas em camisas do Palmeiras. Só uma é proibida: o preto, alusivo ao rival Corinthians. Foi por isso que, quando a Adidas voltou ao Palmeiras, na década passada, houve conselheiros que exigiram mudança na cor do logotipo da empresa no painel de entrevistas da sala de imprensa do clube.
26856 visitas - Fonte: GE