Jully, goleira do Palmeiras, fala sobre igualdade de gênero no esporte: "Futebol feminino é um tiro no escuro"

23/12/2019 16:30

Jully, goleira do Palmeiras, fala sobre igualdade de gênero no esporte: "Futebol feminino é um tiro no escuro"

Jully, goleira do Palmeiras, fala sobre igualdade de gênero no esporte:

Com apenas 20 anos, Jully já passou por grandes times de camisa e também, pela base da seleção brasileira. A goleira defendeu o Palmeiras nessa temporada e ainda não tem definição de contrato para a próxima, mas além dos gramados, ela tem uma voz importante na luta pela igualdade.







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O Palmeiras anunciou o time feminino em parceria com a Prefeitura de Vinhedo no início de 2019 e, imediatamente, diversos torcedores foram até as redes sociais para falar sobre as jogadoras. Jully foi uma das jogadoras que teve as redes bombardeadas por pedido de telefone.



Nunca vou parar de lutar contra isso, posso estar no Palmeiras ou no Real Madrid, porque não é uma coisa que existe só no futebol, é em todos os âmbitos da vida, mulher não tem paz”, disse Jully em entrevista ao espnW.com.br



A goleira costuma se posicionar em redes sociais e não se deixa calar pelo machismo no esporte. Para ela, o posicionamento é importante porque as pessoas não nascem descontruídas e a visão de uma mulher próxima, pode ajudar que visões desrespeitosas mudem.



Mas apesar da luta fora de casa contra o machismo, ela conta que sempre teve apoio incondicional da família para continuar jogando futebol. Nascida e criada em Niterói, Rio de Janeiro, os pais sempre foram fanáticos por esporte e a colocaram no caminho do profissional.



Meu pai sempre trabalhou muito e minha mãe sempre me acompanhou para tudo quanto é canto, até quando eu jogava no Vasco, ela ia comigo todo santo dia, para não me deixar sozinha. Eu pegava uma hora e meia para ir e mais uma e meia para voltar”, contou a goleira, que começou a carreira no Vasco em 2013.



Nunca tive uma desmotivação dentro de casa, pelo contrário. Eu já quis parar e eles não deixaram”, complementou.



Preconceito fora de casa



Além de todo machismo que circula pelo futebol feminino, Jully conta que apesar do apoio dos pais, eles sofriam com comentários desrespeitosos de conhecidos.



“Meu pai e minha mãe já ouviram bastante piada. Quando eu era pequena, saia para jogar, e falava: ‘ah, mas sua filha vai dançar balé, né, não vai só jogar futebol’. Falavam coisas desse gênero”, disse.



Mas o jogo virou e hoje, a goleira diz que as mesmas pessoas que faziam esse tipo de comentário, são as que param os pais na rua para falar que a viu na televisão. “A gente não liga muito, mas na época era bem difícil”, falou.



E que bom que o tempo passou. A arqueira também aproveitou para enaltecer o espaço que o futebol feminino tem recebido, principalmente após a Copa do Mundo feminina. Para ela, aos poucos as pessoas estão parando de falar das jogadoras comparando com o masculino. “São categorias completamente diferentes. Eu comecei a parar de ouvir muitas comparações”, contou.



Além disso, Jully aproveita para relembrar que o futebol feminino veio muito depois do masculino e, por conta disso, não existe como cobrar um jogo ‘bonito’ como o do masculino, embora ela acredite que a partida melhorou muito desde quando ela começou a jogar e seja possível ver gols e jogadas bonitas das mulheres também.



Futebol feminino é ‘tiro no escuro’



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um tbt desses... ??????

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Mas apesar das melhorias observadas pela Jully, ela aproveita para ressaltar que o futebol feminino ainda é uma escolha incerta. Na época em que ela fechou com o Palmeiras, ela estava prestes a renovar o contrato com a Chapecoense por mais um ano, mas aceitou o novo projeto da cidade de Valinhos por já conhecer o trabalho de Ana Lúcia Gonçalves, que foi desligada do clube alguns meses depois.



Acho que o futebol feminino é um tiro no escuro, a gente dá muito tiro no escuro. A gente ouve muita promessa, a gente escuta muita fofoca, muita ladainha e quando a gente chega, não é nada disso. Mas o Palmeiras foi muito sincero com a gente. Falou que ia dar apartamento, deu. Falou que a gente não ia morar em São Paulo, não moramos em São Paulo. Falou o que ia e o que não ia ter, e realmente a maioria das coisas é verdade, foram cumpridas”, contou Jully.



A goleira também disse que o fato de trabalhar novamente ao lado de companheiras de clube como Karla e Juliana foi benéfico por já conhece-las da seleção brasileira. E para ela, embora as coisas no Palmeiras ainda precisem melhorar, algumas coisas já estão acontecendo, como um novo campo para elas treinarem.



Embora muita gente questione sobre as jogadoras não terem o direito de morar e treinar na capital paulista, ela afirmou que a ideia de morar no interior foi melhor para o recém-formado time, que conseguiu acesso à série A1 a partir de 2020.



Particularmente prefiro morar em Vinhedo. Aqui já é complicado, eu sem uniforme nem nada, saio na rua, até de costas, as pessoas gritam, falam, reconhecem. Imagine em São Paulo você tromba com uma torcida organizada”, ressaltou Jully.







E no quesito também para poder organizar e ficar mais tranquilo. E aqui a gente não mora em alojamento, a gente mora em apartamento. A gente tem tudo perto, nosso campo é 4 minutos andando... Tem alimentação, que dá 3 minutos andando. É tudo aqui do lado. Tudo o que precisamos temos aqui perto. Nossa qualidade de vida é melhor aqui do que seria em São

Paulo
”, finalizou a goleira.





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5169 visitas - Fonte: ESPN

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Francisco Totolo     

Eu quero um palmeiras sem sapatao esse time femininoja chegou bichado

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