Palmeiras 100 anos: As Academias de futebol

22/8/2014 17:00

Palmeiras 100 anos: As Academias de futebol

Palmeiras 100 anos: As Academias de futebol

O título de 1959 seria o início de uma nova era no Palmeiras: um futebol de controle de jogo, onde o passe e a cadência prevaleciam. Seguindo a tendência tática na época, Oswaldo recuou Djalma e lançou o ala Hector Cruz no meio, em função que pode ser descrita como a de Zagallo no Brasil: um 4-3-3 com Botelho bem aberto e Romeiro participativo no meio que faturou a Taça Brasil aplicando 8x2 no Fortaleza na final.



O vice da Libertadores em 61, já sem Humberto (no Fluminense) e Cruz sinalizaria mudanças. O clube foi buscar no Bangu um jovem meia de visão de jogo e classe. A peça que faltava para o time. 4 milhões de cruzeiros e um amistoso foi o preço de Ademir da Guia, que esperou um 1962 de transição para brilhar em 1963 e diante.



Na base, um atento Rubens Minelli orientava jovens. No time principal, Sylvio Pirillo recebeu Servílio e Djalma Dias para formar o time campeão de 1963: um 4-3-3 clássico, com Servílio e Ademir perto do ataque e o bi-campeão Vavá usando o vigor físico na frente.





Usando tática comum, o Palmeiras vendeu o craque Vavá para reforçar o elenco. Da Ferroviária veio Dudu, o parceiro ideal de Ademir. Assim o Palmeiras foi Brasil na inauguração do Mineirão contra o Uruguai, faturou o Rio-SP com sobras e fez do Maracanã o “Recreio dos Periquitos”. Futebol de tanta qualidade que ganhou o apelido de “Academia de Futebol” do jornalista Thomaz Mazzoni.



Mário Travaglini e outros técnicos insistiam em libertar Dudu no 4-2-4. Só com Filpo Nuñez em 1965 que Dudu foi ser cabeça-de-área no 4-3-3 que tinha Servílio mais tático e Ademir mais ofensivo no mágico 1965 do Palmeiras. O Divino explica, em entrevista ao Esporte Interativo:



“O Djalma Santos, por exemplo, não descia muito porque já tinha o Julinho aberto na direita para fazer as jogadas. No meio, eu, Dudu e Servílio. Na frente tinha o Tupã ou o Ademar Pantera. Tinha também o Gildo. Tínhamos um ótimo conjunto. Eu recuava para ajudar o Dudu e liberar o Servilío para encostar no ataque. Era um 4-3-3 clássico.”





O Paulista de 66, o Roberto Gomes Pedrosa e a Taça Brasil em 1967 eram a prova de força da Academia, mas mostrou esgotamento. O vice da Libertadores em 68 detonaria o elenco, que foi rebaixado no Paulista e só se salvou porque o Guarani escalou um jogador irregular (sim, ao melhor estilo tapetão do Fluminense!). Alfredo González e Travaglini, os interinos, não deram jeito.



A solução foi uma mudança radical: do elenco de 68, apenas 5 ficaram. Do interior, 17 revelações chegaram, todos jovens. Filpo foi chamado de volta e faturou um vice-paulista pro Santos, projeto liderado pelo diretor José Gimenez Lopez.



O jovem treinador do América, um tal de Rubens Minelli assumiu. Em crise, os resultados não vieram. Mas Gimenez bancou o treinador, que teve tempo pra achar Jaime e Pio no 4-3-3 repleto de jovens que faturou o Robertão. Na meta, a revelação Leão. Dudu prendia e Ademir era meia-atacante quando Jaime recuava na direita e Pio fazia a função de “falso-ponta” na esquerda. Quase um 4-2-2-2.





Minelli tinha tudo definido, menos a direita. Jaime caiu de rendimento e o técnico ouviu as cornetas por manter o camisa 8. Para o “tripé de meio-campo” que Rubens gostava faltava um “ponta-de-lança”. Era Héctor Silva, que comandou a reação em 1970, mas Mickey, do Flu, decretaria o vice da Taça Brasil no mesmo ano.



A lesão de Ademir e o ritmo do jovem Leivinha, recém-contratado para o lugar de Héctor, minaram a Libertadores perdida para o Nacional. Minelli saiu após dois anos, Travaglini manteve o 4-3-3 e chegou na final do Paulista. No Morumbi lotado, Leivinha anota de cabeça. Mas o juiz invalida corretamente e o Palmeiras fica com um vice jamais perdoado.



Empates derrubam Travaglini e, no fim de 71, o Palmeiras vai atrás de Oswaldo Brandão, recém-demitido do São Paulo. Chega também o professor Helio Maffia. Juntos, uma revolução no preparo físico e esquema tático para conquistar o bi brasileiro em 72 e 73, 2 estaduais e muitas taças no exterior. Barcelona, Ajax e Real Madrid foram alguns dos times batidos pela Segunda Academia.



A primeira contratação de Brandão seria Norberto Madurga, um ponta de lança que, Segundo o técnico, revolucionaria o esquema. Maffia começou os circuitos de cooper que faziam o time sobrar no contra-ataque. Pio deu lugar a Nei, mais rápido. Edu foi mantido na direita e Leivinha ganhou Liberdade para ir ao ataque cabecear ou armar com Ademir. Um 4-2-4 que mais parecia um 4-3-3 e faturou invicto o Paulista





Os 5 títulos de 72 foram só o início. César foi julgado após confusão com um juiz no Paulista (que o Palmeiras foi mal), e ao melhor estilo Petros e Suárez, ficou meses sem jogar. Brandão testou o eterno 12, Fedato. Mas achou o time num revolucionário 4-2-4 sem centroavante: Leivinha e Madurga se revezavam na função e voltavam sem a bola. Como tinha muito fôlego, todo mundo ajudava na defesa. Futebol que permanence moderno.





Com César, o 4-2-4 que mudava para 4-3-3 com a movimentação de Leivinha ainda faturaria o Brasileiro de 1973 e, apesar da prioridade Libertadores perdida, o time fazia grandes exibições no exterior. Com sinais de envelhecimento, o Paulista de 74 tinha o Corinthians como favorito. Afinal, desde aquela final em 54 o rival não ganhara nada. Ademir chegou a parabenizar Rivellino antes da finalíssima, mas Ronaldo decretou mais um título e explodiu o Morumbi: “Zum Zum Zum, é 21!”.



Vários jogadores sairiam em 75, assim como Oswaldo. Dino Sani montou o time campeão paulista de 1976 que Dudu assumira depois da aposentadoria. Um típico 4-2-4, pelas entrevistas de Dino. Mas que marcaria o ultimo título da Academia e um amargo jejum. Tempos difíceis estavam por vir.



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