100 anos de Verdão: Tonhão, 'torcedor em campo', ainda se emociona

23/8/2014 08:15

100 anos de Verdão: Tonhão, 'torcedor em campo', ainda se emociona

Sem ser brilhante, Tonhão se via como um representante da torcida em campo e chora de emoção com sua história no Palmeiras. Ele se entristece com a fase atual

100 anos de Verdão: Tonhão, 'torcedor em campo', ainda se emociona

Tonhão e seu eterno amor pela camisa do Palmeiras (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)



Tonhão nunca foi um jogador de grande técnica, mas tem até hoje grande apoio da torcida palmeirense. O zagueiro, parte da geração alviverde que venceu muito no início dos anos 1990, costumava ter seu nome gritado nas arquibancadas por conta da raça que aplicava em campo. Fora do Verdão há 18 anos, o ex-beque até hoje se emociona

quando fala do clube centenário.

– Está no meu coração, né? Dá saudades, uma coisa boa (quando fala do Palmeiras) – contou ao L!Net o defensor, enxugando as lágrimas.



Ainda que sem a visão de Zinho, ou o faro de artilheiro de Edmundo ou Evair, Tonhão fez 157 jogos pelo Verdão, e conquistou três Paulistas, um Rio-São Paulo e duas vezes o Campeonato Brasileiro. Titular na decisão do Estadual de 93, na qual o Palmeiras encerrou uma fila de quase 17 anos, o ex-jogador tinha sua importância no time para motivar os craques a com raça em campo.



– Tinha determinação, força. Eu, Amaral, Galeano, nós entramos no time por conta da raça. Para nós, não havia bola perdida. Essa vibração contagiava o grupo: “se o Tonhão deu um carrinho, por que eu não posso dar também?” – explicou o ex-atleta, hoje professor em um centro comunitário de Barueri, aos 45 anos.



Tonhão chegou ao Verdão no fim de 1987, mas não teve chances nos profissionais, e acabou emprestado para times menores, até voltar, em 1991, diante da pressão no clube pelo retorno dos títulos. Sua primeira partida na equipe principal ocorreu em 1992, e logo de cara foi expulso.



– Ali já começaram os gritos de “Tonhão, Tonhão” – lembrou.



Esta partida, contra o Atlético-MG, e a decisão do Paulista de 1993 são os dois jogos inesquecíveis do ex-atleta no Palmeiras.

Curiosamente, em ambos ele recebeu o cartão vermelho. Na final contra o Corinthians ele lamenta a expulsão injusta.





(Tonhão foi às lágrimas durante a entrevista para o LANCE! - Foto: Eduardo Viana)



– Na estreia eu era muito garoto, e tinha que marcar jogadores rápidos... Contra o Corinthians era só o Ronaldo (goleiro) que tinha de ser expulso. Ele foi esperto e o juiz estava encoberto no lance. Hoje, o Ronaldo já me pediu desculpas, somos amigos, mas eu poderia ser vilão. O importante é que vencemos – disse.

Sua passagem pelo Palmeiras acabou em 1996, quando começou a ser atrapalhado por problemas físicos. Sua carreira foi até 2003, e se aposentou no Guaratinguetá. Agora, ele é apenas um torcedor do Palmeiras, incomodado com a fase e a falta de jogadores que se entregam.



– Hoje falta o jogador assumir para o clube o que ele quer ser, sempre visam a Europa. O último assim no Palmeiras foi o Marcão (ex-goleiro).



Daqui dois anos, você não lembra de mais ninguém. Aí, você perde o torcedor. Falta este contato, de tentar fazer algo pelo clube, seja jogador, diretoria, comissão – completou.

Triste pelo atual momento do clube, que luta contra o rebaixamento no seu aniversário de cem anos, Tonhão diz do que mais sente falta:

– Sempre queremos ver o Palmeiras em cima. Quando se joga, pode ajudar mais. Sinto falta de ajudar ao Palmeiras – disse o ex-defensor.





BATE-BOLA: TONHÃO



‘Quando tem palmeirense, emociona’



Sua relação com a torcida é maior do que os títulos?

Isso eu vou levar para o resto da vida, até hoje você vê. No centenário tem bastante convite para ir nas torcidas organizadas, pedidos para tirar fotos. Você é lembrado bastante, passando vídeos e materias. É eterno.



Você se considera um ídolo?

Tem alguns que marcaram mais, que são ídolos maiores. Ademir da Guia, Dudu, Leivinha, César (Maluco). Se chegar no pé deles eu já fico contente.



O que significou o título de 93?

Foi tudo. Ali era uma final atípica, um time em formação. Tinha que tirar o time de fila, foi contra o Corinthians, primeiro jogo foi um jogo diferente (vitória do rival por 1 a 0, gol do Viola, que na celebração imitou um porco), um jogo bom. Sabíamos que poderíamos ganhar aquele titulo.



Você se considerava um representante da torcida em campo?

Acho que sim. Eles falam isso. Hoje você vê mais de fora, e quando eles falam do pessoal de antigamente é muito gratificante. Acho que se pudesse fazer de novo eu fazia e se precisasse dar algo mais, eu dava.



O Palmeiras corre risco de ficar sem ídolos, como os da sua época?

Precisa trabalhar isto, trabalhar a base. É um projeto, é muito grande. Tem que ganhar título, formar jogador. Tem que trazer jogador ídolo em outro clube e fazer virar ídolo palmeirense. Precisa sincronizar muito bem para tornar realidade. O problema é que de uns quatro anos para cá estamos sem verba, sem o nosso estádio. Quando inaugurar a arena será outra história.



Você jogou na despedida do Marcos (em 2012) e teve também muito apoio das arquibancadas. Sua entrada no Edílson fez a torcida vibrar bastante, né?

(Risos) Entrou eu e o Ademir (da Guia) no time, e o Edílson, que é nosso amigo, tentou dar uma caneta nele. Aí eu fui em direção à bola, não queria pegar nele. Mas foi um lance legal, que emociona. Quando tem palmeirense, a gente sempre se emociona.



Acha que hoje o torcedor se sente representado neste time?

Em termo de jogador, eu acho que não. Até hoje Edmundo chora, Evair chora, Sergião chora, Antônio Carlos chora. É o cara que marcou, que viveu lá dentro, que deu suor, sangue. Isso é importante. Torcedor tem bastante, esses guerreiros ainda têm muitos. Eles querem ver o Palmeiras melhor.





SENTIMENTO EM VERDE E BRANCO, por Tonhão:



O Palmeiras para mim é...

"É o maior clube do mundo. É a minha vida e minha historia."



A minha maior alegria pelo Palmeiras foi...

"O torcedor, amar o Palmeiras. Meus amigos, meus companheiros, isso é inesquecível. Vou levar eternamente."



A minha maior tristeza pelo Palmeiras foi...

"Não tenho nenhuma. Mesmo quando saí, em 1996, foi triste, mas não guardo mágoa. Foi uma história boa."



Para mim a torcida do Palmeiras representa...

"Tudo. Nunca me vaiou, mesmo nos erros. Se eu espanava, gritavam meu nome. Só posso agradecer."



O meu jogo inesquecível no Palmeiras é...

"Foram dois. A minha estreia, em 1992, e o clássico contra o Corinthians, dia 12 de junho de 93, na final do Paulista."



PALMEIRAS 1 x 1 ATLÉTICO-MG

PALMEIRAS: Carlos; Marques, Toninho, Tonhão e Biro (Dida); César Sampaio, Daniel Frasson (Márcio), Betinho e Edu Marangon; Jorginho e Evair T: Nelsinho Baptista

ATLÉTICO-MG: João Leite; Alfinete, André, Tobias e Paulo Roberto Prestes; Éder Lopes, Toninho Pereira e Aílton (Ryuler); S.Araújo, Edmar (Altivo) e Edu Lima T: J. Pereira





ÁRBITRO: José Mocellin (RS)

GOLS: 43’ 1ºT Sérgio Araújo (0-1) ; 44’ 1ºT Edu Marangon (1-1)

CARTÃO VERMELHO: Tonhão

LOCAL: Palestra Itália, em São Paulo (SP)

DATA: 29/1/1992

COMPETIÇÃO: Campeonato Brasileiro



















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