15 coisas que você não sabia sobre a parceria entre Palmeiras e Parmalat

26/8/2014 16:09

15 coisas que você não sabia sobre a parceria entre Palmeiras e Parmalat

Empresa colocou vários craques no clube e gerenciava o departamento de futebol, mas contrato nunca foi assinado. Maradona seria a grande estrela da cogestão...

15 coisas que você não sabia sobre a parceria entre Palmeiras e Parmalat

Não há torcedor que tenha passado indiferente à era Parmalat. O palmeirense viu findar um jejum de quase 17 anos sem títulos e entrou numa era gloriosa. Taça atrás de taça, voltas olímpicas a rodo, craques e mais craques vestindo verde e branco. Os rivais sofreram com a supremacia técnica e financeira do time de Evair, Edmundo, César Sampaio, Rivaldo, Djalminha, Luizão, Edílson, Roberto Carlos, etc, etc...



Em campo, o Verdão comemorou dois títulos brasileiros, três paulistas, dois torneios Rio-São Paulo, uma Copa do Brasil, uma Copa Mercosul, uma Copa das Campeões e a Libertadores. Fora de campo, a parceria foi marcada por acordos, brigas, confusões, confiança, ídolos, acusações... Bastidores que o GloboEsporte.com relembra no centenário do clube.



Histórias marcadas pelo sangue quente italiano correndo nas veias. Um sangue verde. Confira abaixo 15 coisas que (talvez) você não sabia sobre a parceria entre Palmeiras e Parmalat:



CONTRATO



O documento que oficializou o acordo entre Palmeiras e Parmalat, vigente de 1992 a 2000, jamais foi assinado. Presidente do clube quando a parceria foi iniciada, Carlos Facchina Nunes guarda até hoje o contrato em seu cofre e diz que a relação de confiança permitiu que todas as cláusulas fossem cumpridas sem necessidade de assinatura.



RENOVAÇÕES



Em 1993, Mustafá Contursi assumiu a presidência do Palmeiras e se manteve no cargo até o fim da parceria. Ele garante que o contrato inicial, aquele que nem sequer foi assinado e tinha duração de dois anos, também não foi renovado. A cogestão se estendeu sob as mesmas bases. Os conselheiros palmeirenses, em determinados momentos, reclamaram da falta de acesso às renovações.



PALMEIRAS-PIRELLI



Era essa a primeira ideia de parceria da diretoria alviverde. Carlos Facchina negociava um contrato nos seguintes termos: como o Clube Atlético Pirelli apoiava as mesmas modalidades esportivas que o Palmeiras, haveria uma fusão de todas as equipes. Em contrapartida, a empresa patrocinaria a camisa do time de futebol. Os sócios teriam acesso aos dois clubes sociais. Porém, uma readequação interna na companhia italiana enterrou os planos.



E A PARMALAT?



A empresa de laticínios também negociava com a Pirelli o apoio ao time de vôlei, cujo técnico era José Carlos Brunoro. Com o fim dos esportes na companhia, o presidente da Parmalat, Gianni Grisendi, se aproximou do Palmeiras. Os primeiros contatos tiveram a participação de dirigentes famosos do clube, como Luiz Gonzaga Belluzzo, Gilberto Cipullo, Mustafá Contursi e Paulo Nicoli. Brunoro foi escolhido para dirigir a parceria. Ele era funcionário da Parmalat, que exigia participar da gestão.





APROVAÇÃO



Para convencer os conselheiros a aprovarem a parceria, Carlos Facchina convocou 20 por vez para reuniões em sua sala no clube. Explicou a negociação e se abriu para responder dúvidas. Depois, usou uma tática de sedução com Grisendi, presidente da Parmalat. Estimou em 70% a aprovação do contrato, que teve votação positiva de 97,4%. “Aí o homem ficou louco, o dono veio da Itália, eles ficaram loucos”, relembra o ex-presidente, que atribui também a isso os investimentos rápidos na equipe.



INVESTIMENTOS



O Palmeiras contratou, no início de 1993, numa só tacada, Edmundo, Roberto Carlos, Antônio Carlos e Edílson, entre outros. José Carlos Brunoro, atual diretor executivo do clube, diz que os investimentos não foram tão altos quanto se pode imaginar: “Isso é uma lenda. O jogador mais caro foi o Edmundo, que custou 1,2 milhão de dólares. O Roberto Carlos custou 500 mil dólares. Os jogadores queriam vir para a Parmalat porque viam como ponte para a Europa e sabiam que não haveria calote”.



CAPETINHA



Edílson foi um dos reforços impostos pelo presidente da Parmalat no Brasil, Gianni Grisendi. Ele viu o então atacante do Guarani estraçalhar o Palmeiras e apontou: “Eu quero esse rapaz!”.



GIANNI



A saída de Grisendi da Parmalat, em 2000, foi o mais forte indício do fim da parceria, já que a empresa voltou seus investimentos para sua própria equipe, o Etti Jundiaí. O empresário foi condenado, no fim de 2011, por crime contra o sistema financeiro. A sentença apontou que ele se utilizou de expedientes ilícitos na gestão do grupo, em operações desvendadas no auge da crise financeira da antiga patrocinadora do Palmeiras, que não é citado na decisão. O advogado de Grisendi, Luiz Fernando Pacheco, disse à reportagem que não conseguiu contato com o cliente, que pagou multa e prestou serviços à comunidade.





LUXA OU NELSINHO?



Nelson Rosa, campeão brasileiro com o Vasco em 1989, era o escolhido para comandar o time de estrelas do Palmeiras em 93. Brunoro (pela empresa) e Cipullo (representando o clube) entrevistaram dois técnicos. Rosa e o promissor Vanderlei Luxemburgo, campeão paulista pelo Bragantino em 90. Nelsinho era prioridade, mas disse que não poderia assumir imediatamente. Luxa passou no teste. O primeiro técnico da parceria, Otacílio Gonçalves, havia sido escolhido numa votação que envolveu os principais dirigentes da gestão.



“BLACK POWER”



José Carlos Brunoro relata como Luxa o convenceu, na entrevista, de que era o melhor nome: “Eu já queria o Vanderlei desde o ano anterior, mas ele chegou de camisa aberta, cabelo black power, eu falei: ‘nossa senhora’. Mas ele foi muito bem, estudou como o Palmeiras jogava, disse que precisava de poucos jogadores e que seria uma ponte para a Seleção. Acho que foi a primeira vez que ele falou de projeto (risos)”.



MARADONA



A Parmalat queria um jogador de impacto, que não fosse uma revelação como Edmundo ou Roberto Carlos, para atuar no marketing da empresa. E escolheu o craque Diego Armando Maradona. Brunoro foi à Argentina para conversar com seus empresários, mas nem sequer foi recebido pelo jogador, que rejeitou o plano de atuar no Brasil.



VOCÊ DECIDE



No contrato entre Palmeiras e Parmalat, havia uma cláusula que determinava: caso os dois lados não cheguem a um acordo sobre qualquer assunto, e haja uma radicalização de opiniões, valerá sempre a decisão do clube. Brunoro diz que foi o que aconteceu, por exemplo, em 1994, quando a equipe excursionou pela Ásia antes do segundo jogo contra o São Paulo, pelas oitavas de final da Libertadores. Até hoje, a viagem é apontada como fator decisivo para a eliminação do Verdão, que era favorito.





CALMA, EVAIR!



O matador palmeirense estava aflito na véspera da decisão do Campeonato Paulista de 1993. Com dores nas costas, ele vinha sendo poupado dos treinos por Luxemburgo, mas desconfiou e achou que não fosse jogar. Brunoro, então, o levou até o quarto do técnico, que lhe explicou tratar-se apenas de precaução. Não adiantou. Evair saiu e disse ao dirigente: “Ele não vai me escalar”. Evair jogou e fez dois gols na vitória por 4 a 0 sobre o Corinthians que selou um jejum de 17 anos sem títulos.



COMPRA UM, LEVA DOIS



1995 foi considerado um ano de transição da parceria, que planejava times para dois anos. Depois dos gloriosos 93/94, era hora de montar o time de 96. A Parmalat foi ao Guarani para contratar o jovem Luizão, mas o presidente do clube de Campinas fez uma imposição: só venderia o centroavante se o Palmeiras levasse também o meia Djalminha. “É o Djalminha quem lança o Luizão. Se os dois não jogarem juntos, não adianta”. O Guarani precisava de dinheiro e, após certa insistência, conseguiu emplacar a venda dupla.



SEM QUERER



Roque Júnior se destacou tanto no Palmeiras no fim dos anos 90 que disputou, como titular, a Copa do Mundo de 2002. Foi pentacampeão. Mas ele só chegou ao clube graças ao interesse na contratação do atacante Vinícius, que despontava no São José.

Brunoro fez oferta e ouviu como resposta: “Tudo bem, mas vão ter de levar outro porque não tenho condição de pagar”. O outro era Roque. Enquanto isso, Vinícius jamais alcançou qualquer destaque.



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