Em meio à paralisação do futebol brasileiro por tempo indeterminado em virtude da pandemia do coronavírus, o secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Walter Feldman, se tornou uma espécie de ‘porta-voz’ da entidade.
Nas últimas semanas Feldman concedeu entrevistas para diferentes canais de comunicação. Neste sábado (12), o dirigente da CBF falou no programa Domingo Esportivo, da Rádio Bandeirantes.
No decorrer da entrevista, Feldman afirmou que as férias dos jogadores que atuam no futebol brasileiro podem ser estendidas de 20 para 30 dias, em virtude da pandemia.
Além disso, comentou sobre um tema que repercutiu bastante nos últimos dias: uma possível redução salarial dos jogadores.
“Já existe um trabalho de relação direta entre os clubes, com a participação dos sindicatos e atletas pra ver a possibilidade da redução de salário. Há medidas legais pra isso. Mas evidente que um acordo facilitaria bastante”, iniciou.
“Mas o grande problema do salário é absoluta maioria dos jogadores que ganham até um salário mínimo”, prosseguiu Feldman.
“Mas esses grandes jogadores da Série A, alguns da Série B seria possível. Eles poderiam se manter e dar sua cota de contribuição nesse momento em que o prejuízo será de todos. Cada um vai ter que arcar”, avaliou o dirigente da CBF.
Relação entre CBF, Rede Globo e clubes
Feldman também comentou sobre como a CBF intermedeia a relação do Grupo Globo (empresa de comunicação que detém os direitos de transmissão das Séries A e B do Campeonato Brasileiro) e clubes.
Conforme o dirigente, os clubes da Série B estão
“recebendo o que é devido”, em relação às cotas de Pay Per View.
“O que nós não sabemos é como será no próximo mês, essa é a nossa dúvida”, prossegue.
O secretário-geral da CBF também disse que a entidade “tem conversado com a Globo duas ou três vezes por semana” e está trabalhando “de mãos dadas” com a emissora “para encontrar uma solução”.
“Um enorme esforço pra que, nesse período, a gente consiga passar a parcela correspondente e os clubes consigam se manter”, conclui Feldman.
Veja a seguir outros assuntos da entrevista concedida por Walter Feldman, secretário-geral da CBF:
Paralisação do futebol – “A CBF tem pontuado aí aquilo que é fundamental hoje pro futebol brasileiro: parar as atividades. Não dá pra ser diferente do que o mundo está fazendo. A gente decidiu, de maneira firme, determinada. Mas muito democrática conversando com federações e clubes”.
Ajuda aos clubes – “(A gente) Apresentou aquele pacote na semana passada, (Séries) C, D, (futebol) feminino, árbitros, federações. Isentamos as taxas e registros de transferências. Fizemos o que era possível nesse momento. E agora estamos articulando pra ver a questão da eventual extensão das férias dos jogadores que terminaria agora no dia 20. Além disso, (estamos) trabalhando com o Governo Federal pra ver a possibilidade de linhas de crédito, em bancos públicos e privados, e ver se a gente consegue, nesse momento, dar um desafogo aos clubes das Séries A e B”.