'Bolinha', James Rodríguez foi 'rejeitado' pelo Palmeiras devido à forma física

James Rodríguez foi artilheiro da última Copa do Mundo, com seis gols



Do Banfield para o Porto. Do Porto para o Monaco. E do Monaco para o Real Madrid na última janela de transferências, em um negócio de mais de R$ 200 milhões. Sensação da última Copa, James Rodríguez poderia ter hoje uma trajetória diferente com direito a uma parada no futebol brasileiro.



Em 2009, o meia-atacante chegou a ser observado pelo então auxiliar técnico do Palmeiras, Jorginho, que descartou a sua contratação devido à forma física.



Ele estará em campo nesta sexta-feira, no retorno de Dunga ao comando da seleção contra a Colômbia, às 22h (de Brasília), em Miami, nos Estados Unidos.



"Foi apenas um jogo do Banfield (então clube de James) e ele foi trocado no intervalo. Permaneceu 45 minutos em campo. Tinha entre 17 e 18 anos e era uma ‘bolinha'", relembra Jorginho ao ESPN.com.br.



Ainda iniciando a sua carreira no banco de reservas, o treinador havia deixado boa impressão como interino na época e aceitou virar posteriormente assistente de Muricy Ramalho no clube. Em seu trabalho diário, se dedicava a observar nomes no mercado ao lado do gerente Toninho Cecílio.



Com dificuldades para encontrar reforços, resolveu na oportunidade fazer uma viagem de 10 dias pela Argentina. Dentre outros, teve a chance de acompanhar a eterna promessa corintiana Matías Defederico surgindo como destaque pelo Huracán.



A conselho de um dos membros da captação alviverde, decidiu ver de perto também o Banfield, que viria a se sagrar naquela mesma temporada campeão do Torneio Apertura.





Jorginho viu o colombiano surgir pelo Banfield



"Nós estávamos com dificuldade para conseguir garotos para o time sub-20 que iria disputar a Copa São Paulo. O nosso objetivo era tentar encontrar alternativas que valessem a pena para o ano seguinte e, claro, um ou outro atleta que servisse ao profissional naquele momento. Quem viu o James bastante foi um observador chamado Alex, que acompanhava as partidas pela internet e falou dele", explica Jorginho.



"Um rapaz que estava me auxiliando me levou, então, para vê-lo. Ele não jogava no meio, talvez por ser novo, estar subindo, fazia o papel do atacante pela direita e o enganche era, na verdade, o (Walter) Erviti (que seria contratado pelo Boca Juniors)", completa.



Foram apenas 45 minutos dentro do radar palmeirense.



Como não se encontrava numa noite feliz naquele dia, James Rodríguez acabou sendo deixado de lado de vez. Ele acabaria se transferindo para o Porto praticamente um ano depois.



Jorginho não se arrepende da decisão de não indicá-lo.



"Ele não era barato. Devia valer US$ 5 milhões na época. Ninguém em sã consciência iria recomendar pagar isso por um jogador tão jovem. Ele teria de ser observado em diversas condições durante três meses - atuando de dia, de noite, com o time saindo atrás no placar. Não daria para arriscar com tanto dinheiro. Nessa idade, é fácil demais se equivocar. No Palmeiras, tenho certeza que iam me matar, cara", brinca.



Com 23 anos, em vez de Radamel Falcão García, James Rodríguez poderia estar dividindo hoje o ataque com Valdivia.