Capitão para estar "mais inteiro" no clube, Valdivia pensa nos filhos

Uma semana após ser expulso e multado, Valdivia aceitou a confiança de Dorival e virou capitão do time



Mesmo com Lúcio em campo, Valdivia usou a faixa de capitão e, apesar de ter iniciado a jogada do segundo gol do triunfo por 2 a 0 para o Vitória, se destacou com postura de líder, inclusive voltando para o campo de defesa para dar carrinhos e afastar cruzamentos adversários.



Dorival Júnior deu a braçadeira ao seu jogador mais caro para aumentar a sua responsabilidade, e o meia usou os filhos como motivação.



“Tenho família. Seus filhos vão na escola e ouvem: ‘Seu pai não jogou, seu pai foi expulso...’. Espero corresponder, e tomara que o prêmio seja nossa permanência na Série A”, disse Valdivia, expulso na semana passada e complicando o que poderia ser uma virada no empate com o Flamengo. Embora multado pelo cartão vermelho, o camisa 10 recebeu mais confiança do técnico.



“O Lúcio tem uma liderança natural, já é dele, não preciso que coloque uma braçadeira para que se mostre como capitão. Falei que daria essa responsabilidade ao Valdivia porque o quero mais inteiro dentro do clube, não só na parte técnica, mas com responsabilidade.



Ele pode ajudar muito, é diferenciado, e, de repente assumindo uma postura um pouco diferente perante o grupo, pode ser um pouco mais útil do que vem sendo”, afirmou o treinador.



Valdivia entendeu o recado sem se assustar. “Já fui capitão aqui muitas vezes, com Caio, Vanderlei, Felipão, Kleina... Não é porque você é o capitão que vai ser o cara com a última palavra. Respeito todos, agradeço pela confiança.



Isso me dá a entender que o grupo e o Dorival têm muita confiança sobre mim”, disse o chileno, que se diz quieto, “mas transformado em campo porque é minha paixão”.



“É uma responsabilidade muito grande, ainda mais pela situação em que nos encontramos. Espero sair dessa situação com os outros jogadores. Posso terminar o ano com uma imagem diferente ao que muitas pessoas pensam.



Espero ajudar ao máximo, estar sempre dentro de campo e, quando jogar, ajudar, espero passar muita experiência para os jogadores que são muito novos”, falou, entendendo sua função até pelo que ouve dos colegas.



“Sou um dos mais velhos aqui no clube, um dos mais cobrados. Sei muito bem o quanto sou importante. E espero continuar sendo, continuar correspondendo, e para isso tem que jogar, ganhar... A única coisa que posso fazer é agradecer a confiança.



Os jogadores falam para mim que, quando jogo, se sentem mais seguros. Espero que continuem se sentindo seguros. Para mim, é muito melhor”, sorriu, até ensinando a liderar.



“O líder, às vezes, não é só o cara que leva a faixa de capitão. O líder orienta, passa tranquilidade, e os jogadores passam isso para mim, falam que precisam muito de mim.



Sei muito bem disso e espero corresponder a todo esse respeito que eles têm por mim e à confiança que o treinador passa. Não é à toa que, a cada vez que vem um treinador, sou um dos considerados a liderar o grupo”, contou.