Pescarmona vê gestão desastrosa, e Belluzo cita lições com Nobre

Principal nome da oposição palmeirense, Wlademir Pescarmona classificou a gestão de Paulo Nobre, atual presidente, como desastrosa. Já Luiz Gonzaga Belluzzo, vice na chapa que tenta impedir a reeleição do mandatário, procura tirar lições dos últimos dois anos.



A chapa encabeçada por Pescarmona promoveu um encontro com a imprensa na tarde desta quinta-feira. Além do candidato e de Belluzzo, participaram Carlos Degon e César Maluco, dois outros vices – em caso de sucesso, o primeiro será responsável pelo departamento de futebol. João Gavioli não compareceu.



De maneira diplomática, a chapa prometeu aproveitar parte do trabalho realizado por Paulo Nobre. Questionado sobre o que o atual mandatário fez de positivo, Pescarmona ficou sem jeito. “Que pergunta, hein? Que pergunta...”, afirmou o candidato, ganhando tempo para pensar.



“Aparentemente, vendo de fora, a gente percebe que o marketing foi um desastre, que a parte de captação de recursos foi um desastre e que o futebol foi um desastre. Tenho muito pouco a elogiar na administração do Paulo Nobre, mas acredito que, se fizermos um aprofundamento, podemos conseguir pegar uns 10% de alguma coisa boa”, disse.



Eleito em janeiro de 2013 para suceder Arnaldo Tirone, Paulo Nobre nomeou José Carlos Brunoro como seu diretor-executivo. O Palmeiras, promovido à Série A do Campeonato Brasileiro no ano passado, hoje briga para evitar um novo rebaixamento.



Criticado pela saída de jogadores como Barcos e Alan Kardec, Nobre colocou a austeridade financeira como uma de suas prioridades. Em menos de dois anos, ele já emprestou mais de R$ 100 milhões ao Palmeiras, algo lembrado por Wlademir Pescarmona.



“Se você não está sentado na cadeira e sem a caneta na mão, fica difícil fazer qualquer tipo de projeção. Aparentemente, além dos R$ 100 milhões que ele colocou, muito pouco foi feito. Na hora em que sentarmos na cadeira, a ideia é montar comissões para fazer uma avaliação geral”, afirmou.



Além de Paulo Nobre e Wlademir Pescarmona, Luiz Carlos Granieri deseja participar do pleito, marcado para novembro. Nesta segunda-feira, para assegurar o direito de concorrer, as chapas precisam passar pelo filtro de 15% dos votos do Conselho Deliberativo. Em seguida, de forma inédita, os sócios escolherão o presidente.



“Estou acreditando muito na votação dos sócios. Primeiro, por nossa frequência dentro do clube e por contarmos com um ídolo como o César. Depois, pela falta de preparo da atual diretoria. O clube está totalmente abandonado, e a gente sente esse reflexo conversando com os associados. Temos grande chance de ganhar”, apostou Pescarmona.



Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-presidente do Palmeiras, é o vice de relações institucionais na chapa montada por Pescarmona. Experiente, o renomado economista procura tirar lições da gestão encabeçada por Paulo Nobre desde o começo de 2013.



“Ele deixou lições que devemos aprender. Em primeiro lugar, que nós não sabemos tudo, mas podemos aprender com os outros. Em segundo lugar, que não devemos fazer caça às bruxas, coisa que não faremos”, afirmou Belluzzo, adotando discurso mais pacífico.



“Só faço a critica que considero justa. Precisamos escapar no Palmeiras do vício da crítica pela crítica. Se tivermos que ganhar a eleição, vamos fazê-lo por nossos méritos e propostas, mas não pela crítica maldosa a quem está disputando conosco. O clube não é um lugar para as pessoas ficarem se digladiando por questões menores”, pregou.