Torcidas envolvidas no clássico paulista de domingo (Fotos: LANCE!Press)
Leonardo poderia estar na praia ou na piscina neste domingo, afinal, o dia de sol pedia isso. Leonardo poderia estar com seus pais, numa dessas confraternizações. Leonardo poderia estar com a namorada no parque. Mas Leonardo da Mata, de apenas 21 anos, estava na Rodovia Anchieta, brigando com torcedores que pertenciam à organizada de outro time. E perdeu a vida por isso, deixando familiares e amigos. Difícil entender, mas é real.
Mas por que Leonardo resolveu trocar tantas coisas boas e legais por algo tão imbecil? A resposta é simples: porque ele queria estar ali. Por mais difícil que é ouvir uma explicação tão simplória como essa, de tamanha falta de compreensão, é isso mesmo: Leonardo queria estar ali.
Aquele era seu passeio predileto, seu "barato". Leonardo gostava disso. Sua adrenalina era exatamente essa. Mostrar força ou agredir aqueles que se tornam inimigos pelo simples fato de vestir outra camisa.
Perceba que eu não citei em nenhum momento o time do coração de Leonardo nem dos seus inimigos. E isso não foi um erro da minha parte nem esquecimento. É porque os times do coração não têm nada a ver com Leonardo e com outros milhares que pensam como ele. Não se vai para um confronto como aquele para defender o time do coração. Isso uma enorme bobagem. Enorme!!!
Leonardo foi para a Anchieta para defender a honra dos seus amigos que também estavam ali com o mesmo objetivo. Leonardo foi lá para fazer o que, sozinho, ou de diante de seus amigos e familiares, jamais faria. Mas, com seus irmãos de torcida ao lado, matar ou morrer é uma questão de detalhe e oportunidade.
Leonardo foi a penúltima morte ligada ao futebol, mais precisamente a 251ª vítima desde que se tem registro da primeira, que fazia parte da mesma torcida, em outubro de 1988. Sim, o penúltimo. Afinal, jamais haverá o último. Isso nunca acabará. Haverá sempre Leonardos espalhados pelo Brasil e dispostos a isso.
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