O gol foi de Juninho, mas o herói da vitória que colocou o Palmeiras antecipadamente nas quartas de final do Campeonato Paulista é Fernando Prass. Com milagres do goleiro, o time saiu do Pacaembu sem sofrer gols e garantiu o triunfo por 1 a 0 sobre a Portuguesa para ficar assegurado até como líder do grupo D da competição.
Após perder muitas chances no primeiro tempo, o Verdão abriu o placar aos três minutos da etapa final, com Juninho aproveitando bola rolada por Wesley em cobrança de falta ensaiada. Depois disso, a Lusa, que teve um gol anulado, engoliu sua irritação com a arbitragem e foi à frente. Mas Leandro Banana, duas vezes, e Henrique pararam em mais uma excelente atuação do goleiro de Gilson Kleina.
Agora com 29 pontos, numeração inalcançável por qualquer rival de sua chave, o Palmeiras segue na busca pela melhor campanha da primeira fase em visita ao Paulista, em São José do Rio Preto, às 18h30 (de Brasília) de domingo. A Portuguesa, na quarta colocação do grupo C com 14 pontos, tenta manter suas remotas chances de classificação recebendo o Bragantino na terça-feira, às 19h30, no Canindé.
O jogo –Gilson Kleina apostou na velocidade pelas pontas e, como em seus primeiros jogos pelo clube, armou uma blitz no começo da partida. O time ficou nove minutos marcando a saída de bola e explorando as laterais para acuar a Portuguesa, que demorou para encaixar a marcação.
Os comandados de Argel, contudo, bloquearam o espaço para finalizações e logo enxergaram nas costas de Wendel e Juninho uma maneira de desafogar o jogo, puxando contra-ataques. Foi o suficiente para levar mais perigo, principalmente pelo alto. Aos 11, Fernando Prass evitou gol de Leandro Banana e viu Henrique cabecear rente ao seu travessão, aos 16, assim como Rondinelly, seu ex-colega, em cobrança de falta um minuto antes.
O Verdão já não se entendia para atacar e não adiantou Gilson Kleina inverter Vinicius e Patrick Vieira, que foi para a ponta direita mesmo sendo canhoto. O problema era outra que também prefere jogar com o pé esquerdo: Juninho perdia quase todas as bolas que recebia no ataque e não tinha a mesma força de Wendel para voltar, desorganizando a sua defesa.
Para manter a bola e acionar o ataque, o Palmeiras também não podia contar com Mendieta. O substituto de Valdivia corria para ficar atrás de seu marcador e ficava confortavelmente escondido do jogo. A armação se limitava a Wesley, e foi o volante, de movimentação constante, que acordou a equipe vindo de trás para chutar com perigo, aos 22.
Com a tentativa do camisa 11, o Verdão pareceu lembrar da possibilidade de atacar independentemente da apatia de Mendieta. Aos 23, Patrick Vieira girou para passar por dois marcadores em um toque só e não marcou um golaço porque abusou da humildade, deixando de bater para tentar ajeitar para Alan Kardec, que não alcançou. Mas os anfitriões mostraram que retomaram o domínio.
A partir daí, foi uma sequência de lances perigosos do Palmeiras. Wesley bateu rente ao ângulo, Lúcio aproveitou mal uma bola que sobrou na pequena área chutando-a pela lateral, Patrick Vieira venceu dividida para chutar perto da trave e Marcelo Oliveira, de cabeça, fez o mesmo.
Enquanto a Lusa só respondeu em chute rasteiro de Rondinelly, que pouco ajudou na armação, Vinicius quase fez um gol histórico. Aos 43, o atacante deu um chapéu no marcador com um toque de cabeça, saiu na frente do goleiro e, ao tentar encobri-lo, colocou a bola em suas mãos. No último lance do primeiro tempo, Alan Kardec ainda aproveitou um raro cruzamento produtivo de Juninho para cabecear rente à trave.
Na volta para o intervalo, não foi necessário sacar o ainda inútil Mendieta para o Palmeiras crescer. Como no primeiro tempo, o time voltou em cima da marcação e, aos dois minutos, Diego Augusto colocou a mão na bola dentro da área. O árbitro marcou falta e Wesley enganou a todos, deixando de bater para rolar. Juninho aproveitou com um chute seco, abrindo o placar.
Apesar de o pênalti não ter sido marcado, o lance irritou a Portuguesa. Um minuto depois, os jogadores da Lusa foram à loucura, já que Diego Silva cabeceou nas redes de Fernando Prass, mas em posição de impedimento, como foi marcado pela arbitragem ao anular a jogada. O nervosismo estava colocado nos comandados de Argel Fucks, um fator de vantagem aos chefiados por Kleina.
Aparentemente tranquilo, o técnico do Palmeiras começou a dar chances a Bruno César e Rodolfo, atacante que fez sua estreia. A calma até prejudicou, tanto que Wesley, aos 26, estava com o gol vazio, deu chance aos adversários quando dominou e, com goleiro e zagueiros caídos, chutou em cima deles, desperdiçando grandes chances.
O problema é que, diferentemente do que pareceu após o gol de Juninho, a Portuguesa não desistiu. O azar luso é que do outro lado, defendendo a meta do Verdão, estava Fernando Prass, aplaudido e com o nome gritado pela torcida como nos tempos de São Marcos, um dos maiores ídolos da história do clube.
Aos 20, o goleiro espalmou chute de Leandro da pequena área no travessão. Os milagres continuaram em cabeceio do mesmo Leandro, mais uma vez na cara do camisa 25, e ao se esticar para evitar o empate em arremate de Henrique. De tanto tentar, a Lusa cansou. Sorte do Palmeiras, que teve França no lugar de Mendieta para reforçar sua marcação e se classificou antecipadamente para as quartas de final do Paulista.
11172 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva