Presidente são-paulino ridiculariza Paulistão longo; cartola corintiano vê implicância de técnicos

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O presidente da Federação Paulista de Futebol, FPF, Marco Polo Del Nero, lavou as mãos ao ser perguntado sobre o inchaço de jogos e campeonatos que atormenta treinadores brasileiros, em evento que aprovou a disputa do Estadual de 2015 com 19 jogos para cada equipe na primeira fase, mais quatro na fase final, até a decisão.



"Isso é um problema que temos no Brasil inteiro, o país é um continente. Mas os técnicos têm que entender que isso está sendo aprovado por todos, não é aprovado por uma pessoa, mas por todos", disse Del Nero.



"Todos", no caso, eram os presidentes dos 20 times participantes da primeira divisão do Paulistão, reunidos nesta segunda-feira na sede da FPF. Apesar de o mandatário da federação afirmar que nenhuma queixa foi feita durante o encontro sobre a fórmula de disputa do torneio, à imprensa, nem todos os cartolas se mostraram favoráveis.



Assim como em 2014, no ano que vem, haverá quatro grupos com cinco clubes cada e todos jogam contra todos, sem que os integrantes da mesma chave se enfrentem. Os líderes e vice-líderes de cada grupo duelam nas quartas de final: se confrontam nas quartas de final a melhor campanha no geral e a quarta melhor campanha no geral e a segunda contra a terceira. A disputa começa em 1° de fevereiro e termina em 3 de maio.



"Isso aí passa pelo interesse comercial da rede de televisão detentora dos direitos de transmissão, que quer os clássicos. É por isso que temos essa fórmula maluca. São os clássicos que dão audiência. Infelizmente, não adianta colocar dois clubes pequenos na disputa, que a audiência é quase nula. É um exercício de muita paciência conciliar interesses comerciais, desportivos, dos clubes grandes, dos pequenos, daqueles que não têm base, divisões de receita, arrecadações", disse o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar.



"Não tenho uma solução mágica, mas gostaria de ver a redução dos clubes tanto no Paulista quanto no Brasileiro. Deveria cair primeiro de 20 times para 18, depois de 18 para 16, de 16 para 14 e eventualmente poderíamos ficar com 12. Isso dá mais tempo de trabalho, condições de recuperação, maior qualidade técnica...E não usaríamos as datas Fifa para os jogos do campeonato."



Odílio Rodrigues, presidente do Santos, concorda. "O Paulista tinha lá atrás 23 datas, agora são 19. Esse ano repetimos o modelo, o estatuto obriga você a manter durante dois anos a mesma fórmula. Acho que a gente tem que continuar nos esforços pra ver se reduz datas de estaduais, tomando cuidado para não punir os clubes pequenos, que são importantes para a formação de atletas. Tem que estudar uma maneira de 2016 pra frente fazer campeonatos separados e os grandes entrando numa parte mais avançada."



Já o mandatário do Palmeiras, Paulo Nobre, é menos incisivo. "São 19 datas, é o que foi possível ser feito. Não existe."



E há também quem defenda o atual meio de disputa, creditando as reclamações do calendário a a implicância dos treinadores. "É ideal a fórmula. Começa agora, 1° de fevereiro, temos 53 dias para fazer a pré-temporada - do final do Brasileirão até o início do Paulista, contando as férias. Treinador sempre reclama, isso não tem jeito, só não reclama quando está ganhando", opinou Eli Uerdo, vice-presidente do Corinthians, sobre o Estadual que dá R$ 3 milhões de premiação ao campeão, um terço do pago ao Campeonato Brasileiro.



Márcio Della Volpe, presidente da Ponte Preta, confia em mudança a partir de 2016. "Em 2015 não tem como mexer em nada, existe um contrato com TV programado para acabar ano que vem. Depois vai sim existir essa discussão para começar a ter um novo formato, em 2015 acho que começa a grande discussão do futebol brasileiro. Um Paulista com formato diferente, incluindo vários clubes do estado, garantindo acesso à Série D, seria mais interessante."

3204 visitas - Fonte: ESPN

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