[OFF] Nova medida da FPF quer acabar com farra de contratações

Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, durante sorteio do Estadual



A Federação Paulista de Futebol anunciou uma nova regra para o campeonato estadual do ano que vem: na próxima edição, os clubes poderão inscrever no máximo 28 jogadores, sendo 25 de linha e três goleiros. Antes, não havia limite. De acordo com a diretoria da entidade, o objetivo é acabar com o exagerado número de contratações que os clubes fazem por ano, exigindo um planejamento maior das equipes para o início da temporada.



A fórmula pensada pela FPF é simples: se há apenas 28 vagas para uma competição, não há motivo para manter tantos nomes no elenco. Se não tem como inscrever mais atletas depois do início do torneio, não há motivo para contratar a todo momento. O resultado esperado é uma folha de pagamento mais enxuta, com menos jogadores no elenco, diminuindo as contas mensais, levando a um equilíbrio dos cofres das diretorias.



Segundo as novas regras, um time tem até a quarta rodada para registrar os 28 atletas. Na fase de quartas de final, o técnico pode fazer no máximo quatro mudanças na lista de inscritos, como também para a semi e para a final. Em caso de goleiros lesionados, desde que exista um laudo médico provando a impossibilidade do profissional atuar, serão permitidas trocas.



"O objetivo é simples: queremos que os clubes se planejem melhor. Estamos fazendo como na Libertadores. Com essa limitação, queremos que os jogadores tenham mais comprometimento com seus contratos, cumpram até o fim. O clube não vai ter motivo para contratar tanto. Se contratar, não vai ter onde colocar o jogador. Esse é o grande objetivo, diminuir as contratações", revelou Coronel Marinho, diretor da FPF, para o ESPN.com.br.



"A gente viu times usando mais de 40 jogadores em um só campeonato. Isso é muita coisa. Não há necessidade para isso. É um vai e vem de jogadores muito grande entre os clubes e o que acontece é que o clube se afunda em dívidas e não consegue mais se recuperar, nem mesmo pagar os salários em dia. É um incentivo para que enxugem a folha de pagamento. Se um clube libera o jogador no meio do campeonato, tem de saber que não poderá colocar outro no lugar e pode ser prejudicado por isso", completou.



A nova medida foi aprovada pelos presidentes de clube. Carlos Miguel Aidar, mandatário são-paulino, tinha uma ideia complementar: que a FPF obrigasse que cinco atletas da base fossem inscritos por todos os times, como uma forma de incentivar a promoção dos mais jovens e a formação de jogadores, mas não houve consenso.



A regra implementada tem a ver com o cenário geral do futebol brasileiro, com quase todos os clubes afundados em dívidas gigantescas, sem perspectivas. Segundo pessoas ligadas ao presidente da FPF, há ainda a possibilidade de a ação ser estendida também para o Campeonato Brasileiro, pela CBF, o que concretizaria a ideia de elencos mais enxutos, não só para os primeiros meses, mas para o restante do ano.



"A FPF quer acabar com esse vai e vem todo que tem no futebol. Contratações a todo o momento. Com essa medida, ela impõe aos clubes que não haja compra de jogadores o tempo todo. Ou você monta um time para começar o campeonato e jogar ele inteiro, ou você será prejudicado no meio dele, se não tiver se planejado direito. A medida vai ser importante para isso", afirmou Marcos Chedid, presidente do Bragantino.



Como mostrou a reportagem do ESPN.com.br, Marco Polo Del Nero aconselhou o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, justamente nesse sentido. A orientação é para que o mandatário do alviverde libere pelo menos sete jogadores nesse final de ano e início de 2015 e contrate com o mesmo dinheiro três medalhões, que possam fortalecer o time, trazer novos patrocínios e novas receitas à equipe.



Nos quatro grandes, ao menos 40 atletas entraram em campo em 2014, pelos diversos campeonatos. No Corinthians, por exemplo, desde o início do Paulista para o meio do Brasileiro saíram 14 jogadores, emprestados ou vendidos, e chegaram novos sete contratados. Alexandre Pato, por exemplo, saiu no meio da competição estadual, para reforçar o São Paulo.

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