Fernando Dantas/Gazeta Press
A confusão que interrompeu a venda de ingressos para a partida contra o Santos, há seis dias, continua sendo assunto no Palmeiras.
O iG Esporte apurou que o advogado da Mancha Alvi Verde, Luiz Ferretti, conversou com o promotor de Justiça de São Paulo, Roberto Senise, sobre a possibilidade de abrir uma representação no Ministério Público contra o Palmeiras para apurar o possível descumprimento do Estatuto do Torcedor.
A organizada alega que o clube realizou uma “venda casada” dos 700 ingressos para o clássico contra o Santos, no último domingo, ao coloca-los à disposição apenas para sócios Avanti, programa de fidelização alviverde.
O grupo se respalda pelo Código de Defesa do Consumidor e pela Lei 8137/90, que “veta o fornecedor de produtos ou serviços, condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos”.
O Palmeiras, por sua vez, entende que não está infringindo nenhuma lei, mas coloca o departamento jurídico em alerta para evitar problemas com a Justiça.
““Não cheguei a ver isso (a nota). Organizada ou não têm o seu direito de se manifestar da maneira correta, desde que não haja com violência. E se, eventualmente, tenha alguma coisa errada, eu acho que o jurídico do Palmeiras pode se manifestar.
Então nós estamos muito tranquilos em relação às atitudes que estamos tomando”, disse o presidente Paulo Nobre ao seu questionado pela reportagem sobre o caso.
O especialista em direito esportivo, João Henrique Chiminazzo, foi ouvido pelo iG Esporte e disse desconhecer qualquer argumento no estatuto que sustente a tese da Mancha Alvi Verde. “Eu acredito que o Palmeiras já cumpri o Estatuto do Torcedor e o que ele faz é montar um plano de sócio-torcedor com condições e alguns benefícios.
Este caso pode ser relacionado à fila para comprar os ingressos, na qual a pessoa que chega primeiro, consegue comprar as entradas.
De fato, no Estatuto do Torcedor não há nada que impeça o clube de seguir priorizando seus sócios. No documento, disponível no site da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o artigo 20, do capítulo V, parágrafo segundo apenas especifica “a venda deverá ser realizada por sistema que assegure a sua agilidade e amplo acesso à informação”.
A ameaça, no entanto, não apavora Paulo Nobre. Durante Congresso Técnico na FPF (Federação Paulista de Futebol), na última segunda-feira, o cartola fez questão de reforçar o discurso e dizer que não tem medo de represálias das organizadas.
“Essa presidência não recua em uma vírgula. Nós temos uma política, e não é uma política de perseguição a nenhum um grupo, mas é uma de defesa à Sociedade Esportiva Palmeiras doa a quem doer”, falou Nobre.
“Não (tenho medo). Quem se preocupa com a minha integridade física são os meus seguranças para que eu possa trabalhar tranquilo no meu dia a dia”, encerrou.
As rusgas entre a atual diretoria e a organizada começaram quando o presidente decidiu cortar as regalias da torcida, entre elas o fornecimento de bilhetes, em março do ano passado. Desde então, o cartola tem sido alvo de constantes críticas e perseguição.
"Torcedores do Palmeiras depredaram o ponto de venda dos ingressos às 11h de quinta-feira, dia 20, na rua Padre Antônio Tomás, em Perdizes. Segundo funcionários que supervisionavam e vendiam os ingressos, alguns torcedores enfurecidos invadiram o local e quebraram diversos objetos, fugindo em seguida.
Foi solicitado a perícia no local, e o caso foi registrado no 23 Distrito Policial, em Perdizes".
Delegado responsável: Percival de Moura Alcântara Júnior.
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