Paulo Nobre (centro) posa para foto ao lado de Paulo Remy (esq.) e Walter Torre, dirigentes da WTorre
A proximidade com as eleições fez com que Paulo Nobre mudasse o seu perfil de atuação. Para conseguir concretizar seu favoritismo diante de Wlademir Pescarmona, o atual presidente do Palmeiras passou a frequentar cada vez mais o clube e tem tentado minimizar o fracasso em algumas de suas promessas feitas em 2012, na campanha eleitoral.
Até com a Mancha Verde, com quem ele tinha rompido relações e prometido não reatar mais, ele aceitou conversar. O presidente se encontrou com representantes da principal organizada do clube, respondeu a questionamentos e chegou a dizer a eles, inclusive, que o clube faliu em 2013.
A presença nas alamedas é vista como um de seus pontos fracos pelo seu próprio grupo. Inicialmente, o presidente havia mostrado que pensava em separar o futebol e o social, mas isso não foi cumprido. Pelo contrário, sócios reclamam do esquecimento das instalações que ficam no entorno do estádio. Falta de acabamento nos prédios novos é um exemplo disso.
Com a votação se aproximando (a eleição está marcada para o dia 29 de novembro), Nobre tratou de compensar esse "sumiço" aparecendo cada vez mais no clube. Nas entrevistas pré-campanha, tem tentado dar mostras de que está preocupado com esse aspecto e citou até a inauguração de um parquinho para as crianças na sede social na primeira entrevista após ter sua candidatura aprovada pelo Conselho Deliberativo.
Outro aspecto explorado por Nobre é a rejeição que seu opositor tem em parte do clube, também pelas finanças comprometidas por Luiz Belluzzo, primeiro vice-presidente da chapa rival. Exemplos de contratações muito caras, como a de Valdivia, são constantemente citados. Por isso, Nobre admite que precisa contratar, mas mantém o discurso de austeridade no futebol, mesmo com o péssimo desempenho da equipe em 2014.
Nobre também quebrou outras promessas. Uma delas é a de não colocar dinheiro do próprio bolso. A quantia de empréstimo em nome do presidente chega perto dos R$ 150 milhões. Para isso, ele diz que encontrou um caixa completamente destruído por gestões passadas. Para garantir que isso não irá comprometer as contas dos próximos presidentes, diz que resgatará o empréstimo com juros menores do que o praticado no mercado. A promessa foi feita na reunião do Conselho no meio do ano.
Ele também prometeu ter um time competitivo, outro item que não foi cumprido. A justificativa é que, a partir de agora, nomes mais fortes chegarão para compor a já existente "espinha dorsal", como define Nobre. A lista de dispensas também é grande.
No campo de marketing, Nobre bate na tecla de que a Copa do Mundo impossibilitou qualquer avanço. A justificativa serve para a não obtenção de um patrocínio máster fixo (com um contrato longo) durante sua gestão. Nos últimos dois anos, apenas parceiros pontuais estamparam seus nomes no principal espaço da camisa alviverde, diminuindo uma parcela considerável dos recebíveis.
Para reforçar seus acertos, Nobre também reúne sócios na Academia de Futebol e mostra que acabou com o Palmeiras B, chamado de "balcão de negócios" por conselheiros, melhorou o Avanti, conseguindo atingir a meta de 50 mil associados, e não adiantou receitas futuras, como os recebíveis da TV, por exemplo.
Enquanto isso, do outro lado, Wlademir Pescarmona aposta em reforçar a ligação com o social e também nas supostas contradições de Paulo Nobre. O atual presidente, por exemplo, quis se livrar de todo jeito de Valdivia. Quando conseguiu negociar o atleta com um clube dos Emirados Árabes, em agosto, comemorou. Hoje, após o fracasso nas negociações, fala em renovar com o camisa 10. Outros problemas também foram explicados por ele na entrevista ao UOL Esporte.
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