Wendel é atleta com mais jogos pelo Palmeiras no atual elenco do clube (Cesar Grecco/Fotoarena)
Às vésperas de mais um clássico entre Palmeiras e São Paulo, o FOXSports.com.br conversou com o lateral-direito Wendel, personagem central de um dos episódios mais marcantes da história recente do Choque-Rei.
No Campeonato Paulista de 2008, alviverdes e tricolores já haviam se enfrentado duas vezes. No primeiro jogo, estreia com gol e cotovelada de Kleber Gladiador, vitória palmeirense e chororô de Valdivia na comemoração. Já na semifinal, o São Paulo foi o vitorioso da partida de ida, no Morumbi, com um gol de mão marcado por Adriano.
Então, na partida de volta, no Palestra Itália, a rivalidade atingiu um de seus maiores picos nos últimos anos. O jogo que classificou o Palmeiras à final – e que se transformaria no primeiro título em muitos anos – foi recheado de polêmicas e marcou também um dos grandes momentos da carreira de Wendel.
VALEU MAIS QUE O GOL
“Era um momento complicado, estava 1 a 0, se não fizesse o gol naquele momento nós poderíamos até tomar um empate, que era do São Paulo”, conta o palmeirense. Foi ele próprio quem puxou o contra-ataque, e chegou a ficar cara a cara com o arqueiro são-paulino – seria seu primeiro gol como jogador profissional.
“Eu analisei na hora, o Rogério Ceni não tinha caído para nenhum lado, então olhei bem, vi que o Valdivia estava bem posicionado, do meu lado, e toquei para ele fazer o gol”, continua. Mais de 6 anos depois daquele jogo, Wendel segue sem ter marcado seu primeiro gol, mas ele não se arrepende da decisão. “Eu até brinco que se estivesse dois ou três para gente eu tentaria fazer o gol, mas era um momento complicado”, diz. “Hoje eu sou agradecido por isso, porque o passe hoje em dia é lembrado por todos, com certeza mais lembrado do que se eu tivesse feito o gol”, continuou.
O CLÁSSICO DO GÁS
Antes do gol construído na jogada de Wendel, um lance sem bola rolando já tinha marcado a partida. O vestiário usado pelo São Paulo foi tomado por uma nuvem de gás de pimenta no meio-tempo e os jogadores do Tricolor passaram o intervalo do jogo sentados no gramado do Palestra Itália.
“O pessoal do Palmeiras diz que eles, do São Paulo, que fizeram isso, que foi coisa deles”, conta o lateral. “Por aqui dizem que eles que inventaram isso para não ter que jogar de novo no Palestra, porque sabiam como era difícil jogar lá”, explica.
Wendel, entretanto, não adota o discurso do time da casa e prefere aceitar a história como um caso sem solução: “O pessoal do São Paulo diz que foi o Palmeiras, e o pessoal do Palmeiras diz que foi o São Paulo, mas isso a gente não sabe. O que a gente sabe é que foi um grande jogo, que ficará marcado para sempre.”
JÁ ESTAVA NO CORAÇÃO
Apesar de o Palmeiras ter sido a melhor equipe da primeira fase, depois de perder no Morumbi muita gente duvidou que o Verdão pudesse reverter o resultado. Mas, segundo Wendel, ninguém no grupo perdeu a confiança.
“O time estava ciente do que queria na competição. O Vanderlei sempre nos falava para não só participar e competir, mas para ser campeão”, relembra o palmeirense.
“Já estava no coração de cada um, já estava com a gente o espírito de campeão, e não foi porque perdemos na ida que a gente ia desanimar”, conta. O fatídico clássico do gás foi o momento mais crítico daquele campeonato. Mas, no final, tudo terminou bem para Wendel e para a massa alviverde – o desenlace do Paulistão 2008, hoje, todo mundo sabe qual foi.
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