Palmeiras vive uma semana decisiva e torcida se preocupa
O Palmeiras começou uma das semanas mais importantes do ano de seu centenário em alta tensão. As quatro derrotas consecutivas no Brasileiro fizeram com que a situação, que parecia confortável, se tornasse um grande martírio. Como se isso fosse pouco, no sábado, dia do jogo contra o Internacional, em Porto Alegre, será realizada a eleição que vai apontar o novo presidente do clube.
Paulo Nobre, atual dono do cargo, parecia estar com a vitória garantida, mas perdeu muita força nas últimas semanas. Ainda assim, é o favorito na disputa com Wlademir Pescarmona.
As duas chapas encomendaram pesquisas com sócios e os resultados foram bem diferentes. Na pesquisa de Nobre, foram ouvidos 608 sócios e o presidente apareceu na liderança com 50,2% das intenções de voto, contra 19,2% de Pescarmona – houve também 28,8% de indecisos e 1,8% de votos nulos ou em branco. Na pesquisa de Pescarmona, foram ouvidas 906 pessoas e o oposicionista recebeu 35% das citações, contra 32% de Nobre – o índice de indecisos foi de 33%.
Os resultados ruins da equipe têm afetado bastante a campanha de Nobre. Para tentar tirar o time da situação delicada, a diretoria resolveu adotar a “lei do silêncio” e o “esconde-esconde”. A equipe voltou para São Paulo de ônibus após a derrota por 2 a 0 para o Coritiba, sem divulgar o horário da viagem, e hoje treinará sem a presença da imprensa, algo que pode se repetir nos próximos dias.
Enquanto isso, os torcedores fazem contas. Como o Palmeiras tem dificuldades para fazer sua parte, o jeito é “secar” os adversários, em especial o Vitória, principal concorrente na luta contra o descenso (mais informações no quadro abaixo).
O Palmeiras só conseguirá se safar sem depender de ninguém caso vença o Internacional e o Atlético-PR – esse jogo está marcado para o Allianz Parque. Se tropeçar em uma das partidas, terá de torcer contra alguns adversários.
A preocupação com a possibilidade de rebaixamento na nova casa, inclusive, tem levado algumas pessoas do grupo de Paulo Nobre a pedir ao presidente para que transfira a partida para um outro estádio. A chance de isso acontecer, entretanto, é muito pequena, já que, pelo acordo com a WTorre, construtora responsável pela arena, o Palmeiras é obrigado a jogar sempre no estádio.
PRESSÃO INTERNA
A principal missão de Dorival Júnior nos próximos dias é evitar que a pressão chegue ao elenco – algo quase impossível, aliás. Após o jogo contra o Coritiba, alguns jogadores admitiram que estão pressionados. “Precisamos nos manter atentos porque o jogo contra o Inter é mais complicado do que foi este contra o Coritiba”, disse Juninho, que parece ser um dos atletas mais abalados com o momento.
Depois da partida, Dorival Júnior admitiu a preocupação com a falta de criatividade do time e, por isso, a tendência é que ele faça alterações na equipe para o jogo de sábado.
Uma das maiores preocupações do treinador é Valdivia.
O chileno – que, em uma atitude desesperada, viajou em cima da hora para enfrentar os paranaenses, mesmo sem ter condições de jogo – ainda não sabe ao certo como estará no fim de semana.
Além disso, ele tem dois cartões amarelos e, se for advertido contra o Inter, não jogará na última rodada. Quem já está fora da partida contra os gaúchos é Nathan, suspenso. Valdivia deverá dar informações sobre seu estado na entrevista coletiva que concederá hoje.
AS CONTAS PARA FUGIR DO REBAIXAMENTO
Se o Palmeiras marcar seis pontos - Está salvo.
Quatro pontos - Torce para o Vitória não vencer os dois jogos.
Três pontos - Vitória pode fazer três pontos. Quatro, a disputa vai para o saldo de gols. Torce ainda para Coritiba marcar só um ponto ou Chapecoense não pontuar.
Dois pontos - Vitória pode fazer dois pontos. Se fizer três, a disputa é no saldo de gols e o Coritiba tem de perder as duas.
Um ponto - Vitória pode fazer até dois pontos.
Zero ponto - Vitória pode fazer um ponto e Bahia e Botafogo não podem vencer os dois jogos. Se o Bota vencer, decisão vai ser no saldo de gols.
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